UBS vê títulos da América Latina como “oásis” de rendimentos
agosto 26, 2020(Bloomberg) — O UBS Global Wealth Management está apostando nos títulos da América Latina, chamando-os de “oásis” de rendimentos excepcionais, mesmo com a pandemia de Covid-19 devastando a região.
A maioria dos governos e empresas têm os amortecedores necessários para manter o pagamento da dívida, apesar da deterioração das métricas de crédito, de acordo com Alejo Czerwonko, diretor de investimentos em mercados emergentes para as Américas do banco.
“Uma crise da dívida regional não está à vista”, escreveu Czerwonko em relatório. “A América Latina continua a oferecer oportunidades de investimento atraentes, principalmente em renda fixa, onde muitos dos títulos da região têm rendimentos que se destacam no ambiente global de baixo rendimento de hoje.”
Os títulos em dólares de países e empresas latino-americanas subiram por cinco meses após as perdas de março, que marcaram o pior mês já registrado desde a crise financeira de 2008, de acordo com o índice Bloomberg Barclay.
Mesmo assim, o indicador subiu apenas 0,44% neste ano, ante 3,6% de um índice semelhante de títulos EMEA e 5,4% de um indicador de notas asiáticas de mercados emergentes.
Enquanto isso, os casos de Covid-19 explodiram em toda a América Latina, com cerca de 50% das mortes diárias globais sendo registradas na região, de acordo com o UBS.
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Embora a atividade econômica na maioria dos países não vá se recuperar aos níveis pré-pandêmicos até 2022, alguns terão recuperações mais rápidas, escreveu Czerwonko.
O Brasil e o Chile estão apresentando uma recuperação mais rápida do que o México, que ofereceu pouco apoio fiscal ao setor privado em meio à pandemia e ainda tem taxas de juros elevadas, disse ele.
As moedas, entretanto, têm mais nuances, escreveu Czerwonko. A maioria das taxas de câmbio latino-americanas não conseguiu se recuperar, mas uma retomada global em 2021 e uma recuperação nos preços das commodities devem favorecer as moedas locais.
O real provavelmente vai se valorizar para cerca de R$ 5,00 nesse período, enquanto o peso mexicano pode se manter estável em meio à fraca demanda doméstica e investimentos, de acordo com o UBS.
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