UBS aumenta salários para não perder talentos para bancos concorrentes

UBS aumenta salários para não perder talentos para bancos concorrentes

outubro 26, 2020 Off Por Today Newsroom

(Robert Alexander/Getty Images)

(Bloomberg) — O UBS planeja aumentar os salários fixos de alguns de seus funcionários mais experientes em até 20%, uma mudança que pode ajudar a reduzir a perda de talentos e permitir que o banco reduza o pagamento de bônus.

Uma análise do maior banco da Suíça encontrou diferenças de remuneração básica entre funcionários nas mesmas funções e quando comparada com concorrentes, disseram pessoas a par dos planos. Como resultado, o UBS aumentará a remuneração fixa para funcionários com defasagem no salário ao mesmo tempo em que reduzirá a remuneração variável, disseram as fontes.

As mudanças acontecem no momento em que a competição pelos melhores banqueiros aumenta. O Julius Baer e o Credit Suisse contrataram funcionários do UBS nos últimos meses.

Ao mesmo tempo, reter talentos com a promessa de bônus altos está cada vez mais difícil, à medida que a pandemia de Covid-19 destaca novamente a remuneração variável dos bancos.

“O UBS analisa regularmente sua estrutura de remuneração total”, disse um porta-voz do UBS. “Como resultado, vamos ajustar seletivamente certos níveis salariais para nos mantermos competitivos. No entanto, vemos qualquer mudança no salário como remuneração total de forma neutra.”

No UBS, os regimes de bônus para 2020 devem ser alocados no próximo mês e pagos aos funcionários no primeiro trimestre. Até o momento, gerentes de linha usavam a remuneração variável para compensar as desigualdades salariais, disseram as pessoas. No futuro, os bônus serão usados para recompensar funcionários por bom desempenho.

Bancos de investimento geraram forte receita neste ano, em parte graças às medidas de estímulo de governos e bancos centrais. O pagamento de bônus altos por esse desempenho pode ser difícil de explicar em um momento em que trabalhadores de outros setores perdem empregos. Reguladores europeus já pediram aos bancos que limitem os bônus durante a pandemia para ajudar a manter a solidez financeira e continuar a conceder empréstimos.

Bônus polêmicos

A remuneração variável sempre foi polêmica na Europa. Parlamentares da União Europeia limitaram os bônus em 2013 e adotaram na época as regras mais rígidas do mundo na tentativa de combater uma cultura corporativa acusada de contribuir para a crise financeira de 2008. De acordo com as regras, os bancos não podem pagar a funcionários, que atendam a certos critérios, bônus que excedam sua remuneração anual fixa, a menos que os acionistas aprovem a duplicação do limite. Alguns países adotaram uma abordagem ainda mais rígida.

A Suíça, sede do UBS, exige que acionistas de companhias abertas aprovem todos os anos a remuneração de executivos e do conselho, também uma regra introduzida após a crise financeira.

A nova estrutura de remuneração do UBS afeta funcionários de todas as regiões, desde diretores executivos a diretores-gerentes que o banco não quer perder, disseram as pessoas. A mudança será feita retroativamente a partir de 1º de janeiro de 2020.

O UBS já fez uma série de outras mudanças em suas políticas de remuneração, como permitir que os funcionários recebam bônus mais facilmente depois de deixar o banco, pois a pandemia leva mais profissionais a reconsiderarem suas carreiras. O banco também paga a funcionários de cargos menos graduados uma semana de salário adicional.

©2020 Bloomberg L.P.

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