Titãs do refino da China planejam compra conjunta de petróleo
junho 29, 2020(Bloomberg) – Gigantes estatais de refino da China avaliam formar um grupo para comprar petróleo em conjunto, o que pode aumentar seu poder de barganha e evitar disputas de ofertas.
Executivos do alto escalão da China Petroleum & Chemical, PetroChina, Cnooc e Sinochem estão em negociações avançadas para finalizar os detalhes do plano, disseram pessoas a par da iniciativa, que não quiseram ser identificadas. A proposta ganhou apoio do governo central chinês e de relevantes reguladores do setor, disseram as pessoas.
Para começar, o grupo pretender fazer ofertas em conjunto para determinados tipos de petróleo da Rússia e da África no mercado à vista, disseram as fontes. Embora não esteja claro como a cooperação vai evoluir, o grupo representa refinarias que importam mais de 5 milhões de barris de petróleo por dia.
O volume é quase 20% da produção total da Opep, o que tornaria o grupo o maior comprador de petróleo do mundo, em teoria. A iniciativa – discutida pela primeira vez em 2019 – ganhou força neste ano, já que a pandemia de coronavírus levou a Opep e aliados a fazerem cortes históricos na produção para recuperar o controle do mercado.
Epicentro original da pandemia, a China foi a primeira grande economia a reabrir e o consumo de combustíveis de transporte e industriais do país agora está quase nos níveis pré-vírus.
Com a recuperação em forma de V, nos últimos meses refinarias estatais e independentes do país passaram a comprar petróleo russo e brasileiro no mercado à vista, elevando os preços.
As refinarias estatais podem fazer ofertas em conjunto para cargas russas ESPO já no próximo mês em um período experimental, disseram as pessoas.
O grupo pode se expandir para permitir a participação de processadoras não estatais no futuro – incluindo refinarias independentes, conhecidas como bules de chá, na província de Shandong – disseram.
O departamento de mídia da Sinopec não quis comentar o assunto quando foi contatado na sexta-feira, enquanto a PetroChina não pôde responder imediatamente. E-mails enviados à CNOOC e à Sinochem não foram respondidos.
Nenhum representante respondeu imediatamente às mensagens de fax para a Administração Nacional de Energia e para a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.
Ao se unir, o grupo chinês espera ter mais voz e poder de barganha sobre os volumes e preços do petróleo comprado, disseram as pessoas.
Se for bem-sucedido, o grupo será a mais recente iniciativa de compras conjuntas no setor de commodities da China.
Em 2003, as principais fundições de cobre, como Jiangxi Copper e Tongling Nonferrous Metals formaram um grupo para a compra de concentrado de fornecedores estrangeiros para fábricas associadas. Conhecido pela sigla CSPT, o grupo agora é formado por mais de 10 fundições em todo o país e responde por mais de 80% das importações chinesas de concentrado de cobre.
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