Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos operam em movimento misto em dia de IBC-Br e fala de Campos Neto

Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos operam em movimento misto em dia de IBC-Br e fala de Campos Neto

fevereiro 11, 2022 Off Por Today Newsroom

As taxas dos títulos públicos operam com movimento misto nesta sexta-feira (11), enquanto prefixados avançam, as taxas dos títulos atrelados à inflação permanecem estáveis.

Segundo Cristiane Quartalori, economista do Banco Ourinvest, as taxas ficaram de lado durante o dia apesar do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) ter vindo abaixo do esperado pelo mercado.

O indicador avançou 0,33% em dezembro, abaixo das estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg que previam alta de 0,5%. Na comparação anual, o IBC-Br subiu 1,3% e, nos últimos 12 meses, o avanço do indicador chegou a 4,5%.

“Talvez seja um momento de mais estabilidade para o mercado após movimentações maiores em decorrência da ata do Copom e pré/pós decisão da Selic”, avalia Cristiane.

Durante evento nesta sexta-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou que o pico da inflação em 12 meses no Brasil deve ocorrer entre abril e maio. No passado, as projeções do BC apontavam que o pico ocorreria entre dezembro e janeiro.

Para Cristiane, o pico da inflação brasileira já vem sendo precificado pelo mercado e não deve ter muito impacto no movimento dos juros. Ela ainda destaca que o debate em relação a curva de juros americanos e postura do Federal Reserve, que mexeu com o mercado ontem, deve voltar à pauta na próxima quarta-feira (16), com a ata da reunião do Federal Reserve.

“Muitos diretores do Fed já sinalizaram, nesta semana, que os juros americanos devem subir. Teve dirigente que sugeriu cinco altas seguidas. O mercado vai tentar extrair da ata a sinalização sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos”, aponta.

Contudo, para Cristiane é o mercado local que pode pressionar os juros brasileiros e não necessariamente o cenário externo.

Dentro do Tesouro Direto, o título prefixado de curto prazo era o que mais avançava na última atualização desta sexta-feira (11), puxado por um discurso mais hawkish (inclinado ao aperto monetário) do BC.

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O Tesouro Prefixado 2024 entregava uma rentabilidade anual de 11,64%, superior aos 11,54% vistos ontem.

Já o Tesouro Prefixado 2026 e o Tesouro Prefixado 2031, com pagamento de juros semestrais, apresentavam uma rentabilidade de 11,30% e 11,49%, respectivamente, acima dos 11,25% e 11,47%, vistos na quinta-feira (10).

Nos títulos atrelados à inflação, o movimento era de estabilidade às 15h32.

Atenção ainda para os títulos com vencimento em 2030 e 2040 com juros semestrais, que estão com as negociações suspensas porque o pagamento de cupom ocorre na próxima terça-feira (15).

Por regra do Tesouro Direto, o investimento em títulos que oferecem cupons de juros é suspenso quatro dias úteis antes da data do pagamento. Da mesma forma, há mudanças nos resgates, que são interrompidos dois dias úteis antes do pagamento do cupom.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta sexta-feira (11): 

Fonte: Tesouro Direto

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IBC-Br e previsões do mercado

A divulgação do IBC-Br de dezembro nesta sexta-feira (11) conclui a agenda de indicadores econômicos referentes a 2021 e dá pistas de qual pode ser a variação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, tanto do quarto trimestre quanto o anual. Além disso, indica em qual ritmo os setores podem ter começado o ano de 2022.

Para Luca Mercadante, economista da Rio Bravo, o IBC-Br continuou a indicar um resultado positivo, refletindo a reabertura da economia. O resultado veio em linha com os últimos indicadores econômicos do quarto trimestre. Mas a previsão para o começo deste ano é de desaceleração.

“A divulgação de dezembro não altera as perspectivas para o início do ano e ainda antevemos uma atividade desacelerando nos primeiros meses de 2022. Com esse resultado, esperamos que o PIB cresça 4,5% em 2021. Para 2022 mantemos nossa projeção em -0,2%”, escreveu Mercadante.

A XP projetava um avanço de 0,6% no IBC-Br de dezembro em relação a novembro e de 1,2%, comparando com dezembro de 2020. “Em linhas gerais, a recuperação do setor de serviços (sobretudo dos serviços prestados às famílias) compensou, no último trimestre, o fraco desempenho do comércio, da indústria e da construção civil”, avalia o economista Rodolfo Margato.

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