Tesouro Direto: taxas de títulos públicos recuam em meio a otimismo com vacina contra a Covid-19
novembro 16, 2020
SÃO PAULO – As taxas pagas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentam queda na manhã desta segunda-feira (16), com os investidores de olho na cena externa.
O título indexado à inflação com vencimento em 2026 pagava um prêmio anual de 2,86% no início dos negócios, ante 2,94% a.a. na tarde de sexta-feira (13). A taxa paga pelo mesmo papel com prazo em 2035, por sua vez, cedia de 4,11% para 4,03% ao ano.
Entre os papéis com retorno prefixado, o com vencimento em 2026 prometia taxa anual de 7,25%, ante 7,38% anteriormente. Já o prêmio do Tesouro Prefixado com juros semestrais 2031 era de 7,61% ao ano, frente à taxa de 7,71% a.a. no pregão anterior.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta segunda-feira (16):
Inflação em alta
Entre os destaques do dia, o mercado financeiro vê uma pressão inflacionária cada vez maior e revisou para cima a projeção do IPCA para 2020 pela 14ª semana consecutiva, desta vez de 3,20% para 3,25%. Os dados são do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta manhã.
Para 2021, também houve aumento nas projeções, pela quarta semana consecutiva, com a inflação passando de 3,17% para 3,22%.
Com relação ao desempenho da economia brasileira, os economistas consultados pelo Focus voltaram a revisar as projeções da queda estimada para este ano, de 4,80% para 4,66%.
Para 2021, contudo, é esperada uma expansão de 3,31% do Produto Interno Bruto (PIB), sem alterações na comparação com o último levantamento.
Por fim, no que tange às expectativas para a taxa Selic, não houve alterações nesta semana. O mercado financeiro vê a taxa básica de juros encerrando este ano em 2% ao ano e subindo para 2,75% em dezembro de 2021.
Ainda na cena doméstica, as eleições municipais ficaram marcadas pela vitória do DEM e a derrota dos candidatos apoiados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
Quadro internacional
Na cena externa, o sentimento é de otimismo após dados fortes da China e o anúncio da farmacêutica Moderna de que sua vacina contra o coronavírus tem mais de 94% de eficácia, acima dos 90% da profilaxia da Pfizer e da BioNTech.
Entre os indicadores do dia, a produção industrial da maior economia asiática registrou um crescimento de 6,9% nos 12 meses encerrados em outubro, número acima dos 6,5% projetado em pesquisa do Wall Street Journal.
Ainda na Ásia, o PIB do Japão avançou 5% no terceiro trimestre, o primeiro crescimento em quatro trimestres e a maior expansão desde 1980, período em que há dados comparáveis.
Destaque ainda para a assinatura da Parceria Econômica Regional Compreensiva entre 15 países asiáticos. Este é o maior acordo comercial do mundo, com uma população de 2,2 bilhões de pessoas e uma produção no valor de US$ 26,2 trilhões, 30% superior à União Europeia em ambos os aspectos.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump chegou a admitir nas redes sociais que o democrata Joe Biden havia vencido as eleições, embora ainda sustentasse as acusações de fraude nas urnas. Mais tarde, contudo, Trump voltou atrás e disse que o tuíte feito não significava uma desistência.
Por lá, os investidores seguem monitorando o avanço das novas contaminações diárias de Covid-19. Na sexta-feira, foram contabilizados 181.196 novos casos, o maior patamar da série de dados mantida pelo jornal americano The New York Times. No dia seguinte, foram contabilizados 159.121 novos casos, o maior patamar para um sábado.
Treinamento gratuito do InfoMoney mostra como encontrar oportunidades de investimentos escondidas nos gráficos e fazer a primeira operação. Assista aqui!