Tesouro Direto: retorno dos títulos públicos recua após 4 dias seguidos de alta, com Relatório Focus no radar

Tesouro Direto: retorno dos títulos públicos recua após 4 dias seguidos de alta, com Relatório Focus no radar

janeiro 10, 2022 Off Por Today Newsroom

A segunda-feira (10) começa com recuo no mercado de títulos públicos negociados no Tesouro Direto. No radar local, agentes financeiros avaliam a leve revisão para baixo nas expectativas de avanço da inflação oficial em 2021, de 10,01%, no levantamento anterior, para 9,99%, nesta semana. Os dados constam no Relatório Focus apresentado hoje pelo Banco Central.

O documento também trouxe revisões para o avanço da Selic e do crescimento da atividade econômica neste ano. Agora, o mercado financeiro espera que a taxa básica de juros chegue a 11,75% ao ano no fim de 2022, contra 11,50% no levantamento anterior. Já o Produto Interno Bruto (PIB) deve expandir 0,28%, ante 0,36% na projeção de uma semana atrás.

Dentro do Tesouro Direto, na primeira atualização do dia, os juros oferecidos pelo Tesouro Prefixado 2024 eram de 11,59% ao ano, contra 11,62% ao ano na sessão anterior.

No mesmo horário, o papel prefixado com vencimento em 2031 e pagamento de juros semestrais oferecia um retorno de 11,30% ao ano, abaixo dos 11,34% registrados na última sexta-feira (7).

Entre os papéis atrelados à inflação, os únicos títulos que apresentavam alta nos juros reais eram os que tinham vencimento em 2035 e 2045.

Na abertura das negociações, o retorno real de ambos os papéis chegava a 5,55% ao ano, contra 5,53%, na sessão anterior. Já o Tesouro IPCA+ 2055 e juros semestrais oferecia retorno real de 5,60%, mesmo valor visto na sexta-feira à tarde.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na manhã desta segunda-feira (10): 

Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Relatório Focus

Na cena local, agentes financeiros repercutem os dados do Relatório Focus divulgado hoje pelo Banco Central. As novas projeções vêm na esteira de um ambiente de forte pressão inflacionária.

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Os economistas consultados pela autoridade monetária estimam agora uma inflação de 9,99% em 2021, ante expectativa de 10,01% anteriormente.

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Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referentes ao mês de dezembro serão divulgados amanhã (11). O Bradesco espera alta de 0,63% na base mensal, enquanto o Itaú prevê alta de 0,68%, o que levaria o IPCA de 2021 a 10,01%.

Analistas do mercado lembram que, após a divulgação do IPCA, o Banco Central poderá publicar carta aberta ao Ministro da Economia explicando os motivos da inflação acima da meta em 2021, podendo elencar medidas para garantir o retorno da inflação aos limites estabelecidos agora em 2022.

Já para este ano, as projeções para a inflação se mantiveram em 5,03%, enquanto que para 2023, a mediana das expectativas do mercado aponta para alta de 3,36%, abaixo dos 3,41% projetados anteriormente. O percentual para o ano seguinte está praticamente em linha com a meta de 2023.

Com relação à Selic, os economistas consultados pelo Banco Central mantiveram as estimativas em 8% e 7% ao ano para 2023 e 2024, respectivamente.

Servidores, nomeações em ministérios e Refis

Na frente política, destaque para a declaração feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no fim de semana em que ele disse que não há garantia de reajuste salarial neste ano.

“Não está garantido reajuste para ninguém”, afirmou Bolsonaro ao ser questionado sobre possíveis greves de servidores devido às promessas de reajustes de policiais.

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Em sua justificativa, Bolsonaro defendeu que não há espaço no Orçamento para um aumento geral, mas reconheceu que servidores perderam poder aquisitivo nos últimos anos.

Também na cena política, reportagem da Folha de S. Paulo destaca que o presidente Jair Bolsonaro (PL) deseja blindar pastas como Saúde, Infraestrutura e Desenvolvimento Regional do avanço do Centrão.

A razão, segundo o jornal, é que esses ministérios seriam mais sensíveis por causa do volume orçamentário que mobilizam e também pela importância eleitoral. Segundo o presidente, quase a metade dos ministros atuais deve deixar o cargo até março para disputar as eleições deste ano.

Atenção também para a fala de Bolsonaro que disse no fim de semana que uma solução para a renegociação das dívidas de micro e pequenas empresas pode ser anunciada até amanhã (11).

Na sexta passada (7), o presidente vetou integralmente um projeto de renegociação aprovado em dezembro pelo Congresso porque ele não apontava fontes de recursos para compensar a perda com arrecadação, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Cena internacional

No radar externo, os índices futuros americanos oscilam entre leves ganhos e perdas nesta segunda-feira (10), após uma semana marcada pela divulgação de minutas do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc na sigla em inglês) do Federal Reserve, o banco central americano.

Na semana passada, a autoridade monetária americana indicou a intenção de reduzir sua carteira de ativos e o auxílio econômico mais rápido do que o esperado até então, além de elevar as taxas de juros antes do esperado.

Já na Europa, a taxa de desemprego da zona do euro caiu de 7,3% em outubro de 2021 para 7,2% em novembro, segundo dados com ajustes sazonais divulgados nesta segunda-feira pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat.

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O resultado veio em linha com a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal. A Eurostat estima que havia 11,829 milhões de desempregados na zona do euro em novembro. Em relação a outubro, o número de pessoas sem emprego na região teve queda de 222 mil.

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