
Tesouro Direto: juros de prefixados voltam a subir, após perderem nível de 12% em todos os prazos na 3ª-feira
agosto 17, 2022Os mercados operam, na manhã desta quarta-feira (17), em compasso de espera pela ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano). A expectativa é de que a autoridade monetária ofereça mais indicações sobre a trajetória dos juros no país, o que deve ter impacto direto na curva de juros local.
Destaque também para a divulgação das vendas no varejo dos Estados Unidos em julho, que ficaram estáveis na comparação mensal. O consenso Refinitiv projetava alta de 0,1% em relação a junho.
Em dia de mais sinalizações sobre a política monetária, os rendimentos oferecidos por títulos americanos (treasuries) avançavam na maior parte dos vencimentos, com alta de mais de 2% para prazos a partir de dois anos, por volta das 9h55 (horário de Brasília).
A quarta-feira também é de apresentação do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, que subiu 0,6% no segundo trimestre na comparação trimestral e 3,9% em relação aos meses entre abril e junho de 2021, segundo revisão divulgada hoje pela Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia (UE).
O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que esperavam era uma alta de 0,7%.
Números de inflação são destaque na cena local, com o recuo de 0,69% do Índice Geral de Preços (IGP-10) em agosto, acima do consenso Refinitiv que esperava queda de 0,60%.
No Tesouro Direto, as taxas oferecidas pelos títulos públicos avançam até 21 pontos-base (0,21 ponto percentual) nesta manhã. Papéis prefixados são os que apresentam as maiores altas com o juro chegando até 12,07% ao ano, às 9h20 – retomando o patamar de 12% que tinha sido perdido na véspera (16) quando todos os vencimentos prefixados encerraram o dia abaixo desse nível.
O retorno de 12,07% ao ano é oferecido pelo Tesouro Prefixado 2033, com cupom semestral. Um dia antes, o título entregava uma taxa de 11,89% ao ano.
Entre os títulos atrelados à inflação, a maior alta é registrada pelo Tesouro IPCA+2032, com juros semestrais. Às 9h20, o papel oferecia um juro real de 5,80% ao ano, contra 5,68% ao ano vistos na véspera (16).
Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta quarta-feira (17):

Commodities e inflação no Reino Unido
Na cena externa, o mercado acompanha o leve recuo registrado nos preços dos contratos futuros de petróleo. Por volta das 9h50 (horário de Brasília), o Brent caía 0,50%, aos US$ 91,88, enquanto o WTI contraía 0,13%, aos US$ 86,42.
Agentes financeiros também monitoram os números de inflação vindos do Reino Unido. Segundo o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês), o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 10,1% em julho na comparação anual, ante 9,4% em junho. Especialistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam alta de 9,8%.
Essa foi a taxa de inflação mais alta em mais de quatro décadas e o aumento mais rápido nos preços registrado em um dos países ricos do G-7 desde que a atual pressão inflacionária começou, no início de 2021.
Com relação ao mês anterior, os preços subiram 0,6%, acima da previsão de analistas de 0,4%. O núcleo do CPI avançou 6,2% na comparação, enquanto a expectativa era de uma alta de 6,0%.
Eleições e teto do ICMS
Em discurso de posse, o ministro Alexandre de Moraes, novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), defendeu ontem (16) que a Justiça Eleitoral atua com transparência e que honra sua histórica vocação de concretizar a democracia.
Sobre as urnas eletrônicas, o presidente disse que sempre haverá o aperfeiçoamento do sistema, fato que garante a divulgação do resultado no mesmo dia da votação.
“Os brasileiros e brasileiras teclaram com confiança o seu voto, aguardando a apuração, a proclamação do resultado no mesmo dia para segurança, tranquilidade e orgulho de nossas eleitores e eleitoras”, disse.
Moraes cumprirá mandato de dois anos e sucederá o ministro Edson Fachin. O novo vice-presidente é o ministro Ricardo Lewandowski.
Também na cena política, a equipe econômica poderá rever o teto do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), caso os estados provem perda de arrecadação, disse ontem (16) Paulo Guedes, ministro da Economia.
Ele participou de audiência de conciliação entre estados e a União, promovida pelo ministro Gilmar Mendes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
A participação de Paulo Guedes não estava prevista na agenda oficial. Durante o discurso, o ministro disse que as unidades da Federação continuam com o caixa cheio e que eventuais perdas de receita com a fixação do teto do ICMS poderão resultar numa revisão da proposta.