STF forma maioria para limitar MP que livra agente público de punição na pandemia

STF forma maioria para limitar MP que livra agente público de punição na pandemia

maio 21, 2020 Off Por Today Newsroom

SÃO PAULO – A maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quinta-feira (21), limitar os efeitos da Medida Provisória 966, editada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) uma semana atrás. O texto livrava agentes públicos de punição por equívocos ou omissões cometidos no combate à pandemia do novo coronavírus.

Por se tratar de medida provisória, o texto já estava em vigor, mas depende de aprovação pelo Congresso Nacional em até 120 dias da sua publicação para não perder a validade.

Diz a proposta que agentes públicos somente poderão ser responsabilizados nas esferas civil e administrativa se agirem ou se omitirem com dolo ou erro grosseiro, seja por ações de enfrentamento à doença, seja no combate aos efeitos econômicos decorrentes da pandemia.

O relator, ministro Luís Roberto Barroso, votou pela manutenção da validade da medida provisória, mas com restrições de efeitos. Em seu voto, o magistrado descartou que a regra possa ser aplicada para atos de improbidade administrativa e defendeu uma definição mais clara para o que pode ser considerado erro grosseiro.

O relator indicou como “erro grosseiro” medidas que contrariem critérios científicos e técnicos estabelecidos por organizações e entidades médicas e sanitárias reconhecidas nacional e internacionalmente, ou que não estejam em acordo com os princípios constitucionais da precaução e da prevenção.

Até a publicação desta reportagem, o julgamento ainda não havia sido concluído e o alcance da limitação aos efeitos da MP ainda não estava definido. Nesta sessão virtual, os ministros do tribunal se debruçam sobre sete ações apresentadas por partidos políticos e entidades contra a medida.

Os autores dos pedidos argumentam que a proposta é inconstitucional por contrariar a previsão de responsabilidade civil objetiva do Estado. A medida sofreu uma série de críticas no meio jurídico desde que foi publicada no Diário Oficial da União.

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