SPX, Velt, Dahlia: um resumo das cartas e “calls” das gestoras em agosto

SPX, Velt, Dahlia: um resumo das cartas e “calls” das gestoras em agosto

agosto 9, 2020 Off Por Today Newsroom

Todo começo de mês, muitas gestoras prestam considerações ao mercado por meio de cartas ou “calls”. O Stock Pickers acompanhou algumas delas e trouxe o resumo para vocês.

Destaque para a call da SPX, uma das principais gestoras do Brasil e que já ajustou sua carteira ao fato do candidato Joe Biden estar como favorito nas eleições dos EUA que acontecerão no fim deste ano.

Atenção também à primeira carta da VELT, de Maurício Bittencourt, publicada ao mercado. A carta completa da VELT você confere na lista do Telegram do Stock Pickers (clique aqui para fazer parte).

Boa leitura!

 

Call da SPX 

Resumo:
Posição apostando na queda de juros de países emergentes, no Brasil especificamente na desinclinação da curva pré, já que não devemos ver alta de juros nos países desenvolvidos pelo menos nos próximos 2-3 anos.

Posição vendida em moedas emergentes e comprada em Euro.

Seguem com posição comprada em commodities metálicas (principalmente ouro) porque à medida que a taxa de juro real longa permanece baixa deve trazer uma migração de portfólios para a classe.

DOIS GRANDES TEMAS MACRO: Coronavirus e Biden favorito nos EUA

O principal tema de curto prazo é a tensão entre a reabertura da economia e controle do vírus. Cada país tem adotado uma estratégia diferente. Enquanto o vírus estiver em circulação a recuperação vai ser incompleta, com idas e vindas.

Nos EUA a estratégia foi mais arriscada, tivemos uma segunda onda e só agora temos visto algum arrefecimento nos casos. O ressurgimento do vírus afetou a recuperação americana principalmente no mês de julho, depois de forte recuperação em maio e junho.

A segunda onda está se manifestando em inúmeros países, inclusive em países com controle bem rigoroso como Austrália que está em lockdown, e no Japão com o governo também apertando restrições.

A Europa tem sinais iniciais de uma segunda onda na Espanha e Bélgica. Independente da estratégia adotada, a experiência da maioria dos países mostra que a recuperação é incompleta enquanto não houver uma solução médica. Existem vários candidatos promissores na vacina, em um horizonte de 6 a 12 meses devemos ter uma vacina disponível.

Vale lembrar que a vacina não é uma bala de prata, apenas uma parte das pessoas vai ficar imune, tem vários desafios para distribuir a vacina globalmente. Ter uma vacina é o primeiro passo para o retorno à normalidade.

O segundo tema são as eleições americanas em 90 dias. A SPX acredita que o Biden é favorito. É difícil um presidente concorrer com uma taxa de desemprego tão elevada, isso se reflete nas pesquisas: Trump tem aprovação baixa e nas pesquisas de intenção de voto está 8 pontos atrás do Biden. Uma vitória do Biden tem implicações importantes, certamente teríamos uma política mais multilateral. A política regulatória vai mudar completamente com aumento principalmente no setor ambiental, saúde e trabalho.

Veja também: A história da criação da SPX, contada por Rogério Xavier


Carta da ADAM CAPITAL 

Seguem com posição comprada em real contra o dólar. A razão é que o câmbio vai ser muito menos afetado pelo efeito carry e mais pela balança de pagamentos, já que ainda temos um país altamente exportador. Balança positiva deve trazer o câmbio para baixo.

A principal medida que olham é a manutenção desse governo e continuidade do Paulo Guedes. Apesar dos riscos, ainda não perdemos a âncora fiscal, e em momentos anteriores em que tínhamos um congresso e governos que não acreditavam nessa âncora fiscal o Brasil não tinha todo esse desconto que temos hoje. Por isso, existe assimetria positiva na moeda e na parte longa da B. Zeraram a parte curta da NTN-B, estão concentrando a posição na parte mais longa da curva.

Na parte de bolsa Brasil, seguem com uma concentração maior comprada em Vale e Petro com short em ibovespa. Posição da carteira em Equities (local+off) é neutro, mas estão “net long” no Brasil e “net short” nos EUA. Estão sem posição em commodities na carteira.


Relatório da XP – Equipe Econômica

Melhorou as projeções para o PIB do Brasil neste biênio:
2020: de -6,0% para -4,8%
2021: de +2,5% para +3,0%

Motivos: economia caiu menos que o esperado, alguns setores começam a mostrar melhores indicadores. Contudo, mercado de trabalho rígido e ociosidade da economia serão entraves e devem ser monitorados

Dado curioso: Brasil foi o 2º emergente que mais promoveu estímulos na pandemia
Em uma comparação global, o Brasil figura entre os países que mais promoveram estímulos monetários e fiscais durante a pandemia do novo coronavírus. O levantamento feito por Elgin, C., Basbug, G., Yalaman, A., aponta que o Brasil dispendeu cerca de 11,8% do PIB em estímulos fiscais* (incluindo garantias) no período. Dentre 169 países analisados, isso corresponde ao 24° lugar no ranking global e o 2° entre os emergentes (perdendo apenas para o Chile). A eficiência de tamanho empenho ainda é incerta, mas já denota como relativamente as medidas de auxílio emergencial, custeio dos programas de manutenção de empregos e garantias do Tesouro para algumas linhas de crédito podem colaborar para a recuperação.

Relatório completo: clique aqui.


Carta da DAHLIA

Faz uma analogia com “De volta para o futuro” para contar que estamos vivendo num mundo parecido com o que foi a combinação de 1998 e 2017. Em 98, a crise na Ásia fez com que Greenspan (presidente do Fed) fizesse uma série de cortes de juros e encerasse com a crise. Em 2017, a China inicia uma série de estímulos que provoca um dos maiores movimentos de alta dos emergentes nos últimos 20 anos.

Acreditamos que muitas vezes os ciclos se repetem, como os loops temporais de O Feitiço do Tempo. Nessas horas, é mais fácil olhar para o passado para entender o que pode acontecer no futuro.

Por esperarem mais estímulos na China (principalmente porque 2021 marca o aniversário de 100 anos do Partido Comunista), a Dahlia segue otimista com preços de commodities e alta das bolsas dos países emergentes.

Link da carta aqui.


Call da NAVI

Lojas Americanas segue sendo uma das maiores posições que carregam desde o ano passado, reagiu a crise mais integrada com B2W, varejo físico com e-commerce, com uma base flexível que vende até álcool em gel e máscara.

Eletrobras também é uma posição core por conta do valuation, não é um case de privatização, mas por conta do que management está fazendo dentro da companhia.

Posições relevantes também em Petrobras e BB pelo valuation.

Diminuiu empresas alavancadas e com management bom, mas que o setor pode ser afetado como Renner.

Fizeram uma compra de uma cesta de empresas de shopping em abril, mas já saíram da posição.

Saíram também da posição de Vale e Mercado Livre. Portfólio diversificado em 20 empresas.


Carta da VELT

Carta totalmente focada em contar a filosofia de investimentos da gestora e as iniciativas feitas para aprimorar o lado de análise de dados. Na parte de investimentos, revelou o “top 5” da carteira, que concentra hoje 36% do portfólio: Magazine Luiza, Natura, Eneva, Hapvida e Itaú.

Filosofia
VELT Ações não é a estratégia ideal para o investidor que busca explorar ciclos específicos de mercado. Dado que o nosso objetivo é investir em negócios e pessoas diferenciadas, e não nas principais ações de mercado do País, a composição do portfólio do VELT Ações acaba sendo, na maior parte dos casos, bastante diferente da composição do índice de mercado (IBrX) – como consequência, os padrões de retorno são também muito distintos. É muito possível, diríamos até provável, que o desempenho anual do Fundo seja bastante diferente dos principais índices de mercado sem isso representar, necessariamente, que fizemos um bom ou mal trabalho no período. Buscamos sim gerar retornos elevados e consistentes em janelas mais longas (3 a 5 anos), nos associando a negócios e empresários que acreditamos estarem construindo histórias de grande sucesso empresarial, e sempre administrando risco de perda permanente de capital como parte essencial do nosso trabalho.

Novas Iniciativas
Foi com esse intuito que montamos no final de 2017 um time próprio de desenvolvedores, liderados por um Chief Technology Officer bastante experiente, para formar o nosso VELT Labs. Esse time tem trabalhado junto com o time de investimentos para desenvolver soluções que tornam nosso trabalho mais ágil e inteligente. Mais recentemente, começamos a desenvolver também ferramentas para uso direto no nosso processo de investimento, como, por exemplo, coleta e análise de amostras enormes de dados setoriais e que têm começado a ter contribuições para as nossas discussões e decisões. É um esforço inicial, que entendemos ser promissor e que iremos compartilhar as evoluções com vocês ao longo do tempo. Outra iniciativa recente foi estendermos a nossa cobertura e análise para empresas não-listadas, tendo também a possibilidade de investir de forma muito seletiva, em alguns veículos geridos pela VELT, nessas companhias. Com essa iniciativa buscamos mapear, acompanhar e interagir com empresários que, apesar de não terem suas empresas listadas ainda, demonstram sinais de que terão longos ciclos de geração de valor. Nosso foco está em empresas de setores em que já investimos ou que têm sinergia com os setores que investimos em bolsa – várias delas têm desafiado as incumbentes listadas.

Carta completa: enviada na lista do Telegram do Stock Pickers (link para fazer parte do grupo)

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