SPX: pressão inflacionária deve forçar BC a rever planejamento e subir juros “significativamente”

SPX: pressão inflacionária deve forçar BC a rever planejamento e subir juros “significativamente”

dezembro 7, 2020 Off Por Today Newsroom

Rogério Xavier, da SPX, durante evento da XP nesta terça. Crédito: Divulgação/XP

SÃO PAULO – A trajetória de alta nos preços, com projeções de inflação para 2020 acima dos 4%, tem preocupado o mercado financeiro e deve fazer com que o Banco Central altere o seu cenário-base e eleve os juros significativamente. A avaliação é da gestora de recursos SPX Capital.

Em carta aos cotistas do fundo multimercado Nimitz referente ao mês de novembro , a gestora argumenta que, quando o Banco Central reduziu a Selic para 2% e instaurou o forward guidance, o contexto previa inflação de 2% neste ano, com risco de desancoragem para baixo das expectativas de médio prazo.

Passados apenas quatro meses, contudo, as projeções se elevaram, com pico projetado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na casa dos 6% no segundo trimestre de 2021, prevê a asset do renomado gestor Rogério Xavier.

“O Banco Central tem conduzido a política monetária de maneira extremamente frouxa. Então o que antes já considerávamos incompatível com os desafios de estabilidade financeira, agora é questionável do ponto de vista do regime de metas de inflação”, escreve.

Diante da pressão inflacionária, que não tem se limitado aos alimentos, e da “leniência do BC em combater os efeitos secundários do choque de preços”, a SPX montou posição comprada (aposta na alta) em inflação implícita e tomada na parte curta da curva de juros.

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Em moedas, a gestora encerrou as posições vendidas na lira turca e no real, abrindo novas posições compradas em moedas de países emergentes, enquanto no campo das commodities a casa segue comprada em metais preciosos e ativos industriais.

Já no mercado de ações, a SPX está comprada em setores cíclicos nos Estados Unidos e seletivamente em empresas que foram negativamente impactadas pela pandemia, porém com modelo de negócio inalterado para o longo prazo.

“Após um milhão e meio de mortes por todo o mundo, e com a pandemia ainda acelerando em algumas regiões, é difícil conter o otimismo com os recentes desenvolvimentos na frente médica”, diz a carta da SPX.

Na Bolsa brasileira, a casa está comprada em empresas dos setores de utilities, consumo, mineração e óleo e gás, em parte, contra o índice Ibovespa.

Em novembro, o fundo SPX Nimitz rendeu 1,56%, ante variação de 0,15% do CDI. No ano, o fundo tem desempenho positivo de 5,54%, ante variação de 2,6% do principal benchmark de renda fixa.

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