Saída da crise pode ser mais rápida após aprendizados de 2008, diz Larry Fink, da BlackRock

Saída da crise pode ser mais rápida após aprendizados de 2008, diz Larry Fink, da BlackRock

março 30, 2020 Off Por Today Newsroom

SÃO PAULO – Os aprendizados gerados pelos erros cometidos na grande crise de 2008 devem levar o mercado financeiro a ter uma recuperação mais consistente na atual conjuntura, com o mundo envolto nos impactos recessivos do coronavírus sobre as economias. Essa é a opinião de Larry Fink, CEO da gestora americana BlackRock.

Em carta aos cotistas divulgada nesta segunda-feira (30), o executivo afirma que as medidas adotadas ao redor do globo para minimizar os impactos da doença tendem a ser mais efetivas e a funcionarem mais rapidamente, uma vez que hoje “não estamos lutando contra os mesmos desafios estruturais vistos há uma década”.

Segundo Fink, os bancos centrais estão se movendo rapidamente para resolver os problemas no mercado de crédito, e os governos estão agora agindo de forma mais agressiva para oferecer estímulos fiscais. “A velocidade e a forma dessas políticas têm forte influência da experiência global da crise financeira de 2008”, diz.

Tudo isso, contudo, não significa que o mundo está sem riscos, nem que os mercados já chegaram ao fundo do poço, destaca.

Na avaliação do executivo, a crise não pressionou apenas os mercados financeiros e o crescimento de curto prazo das economias, mas mudou – e mudará – a forma como as pessoas trabalham, compram, viajam e se reúnem com outros.

Ainda há, segundo ele, desafios significativos para as empresas altamente endividadas e, se os governos são forem cuidadosos na elaboração de seus programas de estímulo, “a dor econômica do surto cairá desproporcionalmente nos ombros dos indivíduos mais vulneráveis economicamente”.

Para aqueles que investem com o foco de longo prazo, o momento, contudo, pode oferecer grandes oportunidades.

Ele conta que alguns clientes têm aproveitado o momento de sell-off (vendedor) dos mercados para aumentar a posição em ações e mesmo aqueles mais conservadores, com forte alocação em renda fixa, têm buscado ampliar a alocação em Bolsa neste cenário.

“O mundo vai superar essa crise. A economia vai se recuperar. E para aqueles investidores que não ficam olhando só para o chão tremendo no nosso pé, mas que têm o foco no horizonte pela frente, há tremendas oportunidades para aproveitar hoje nos mercados”, diz.

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