Riscos climáticos ameaçam crescimento de Brasil, Rússia e África do Sul

Riscos climáticos ameaçam crescimento de Brasil, Rússia e África do Sul

setembro 18, 2020 Off Por Today Newsroom

Imagem aérea de sessão da floresta amazônica próxima de Porto Velho (RO) dizimada por incêndios em 25 de agosto de 2019. (Victor Moriyama / Getty Images)

(Bloomberg) – Mercados emergentes como Brasil, Rússia e África do Sul enfrentam uma transição mais difícil para uma economia de baixo carbono, porque não têm margem para amortecer a mudança com o aumento dos gastos públicos, de acordo com a JPMorgan Asset Management.

Os três países não têm espaço para assumir mais dívidas para aliviar problemas de curto prazo, disseram estrategistas liderados por Jennifer Wu em relatório na sexta-feira, acrescentando que a Índia também enfrentaria uma transição difícil. Canadá e Austrália, comparativamente intensivos em carbono, têm mais margem para assumir dívidas, disseram.

O custo da transição para uma pegada de baixo carbono “pode ser apoiado por famílias e empresas atualmente ou financiado por dívida pública e transferido para as gerações futuras, e grande parte da dívida acabaria nos balanços soberanos”, disseram os estrategistas. Uma abordagem híbrida envolve parcerias público-privadas, acrescentaram.

Embora haja muita incerteza sobre o impacto exato de políticas climáticas nos países mais expostos, uma mudança poderia reduzir o PIB russo em mais de 6,5% nas próximas três a quatro décadas, de acordo com o relatório. Suíça, União Europeia e Japão parecem mais preparados para as mudanças, já que dependem menos de combustíveis fósseis, estão dispostos a fazer a transição e frequentemente lideram em tecnologia verde, disseram os estrategistas.

“A atmosfera da Terra está mudando de maneiras que não eram vistas há cerca de 800 mil anos – as evidências são avassaladoras”, afirmaram os estrategistas. Investidores “precisam levar em consideração importantes diferenças geográficas e setoriais na trajetória da política climática”.

A energia renovável e a infraestrutura verde têm a ganhar, enquanto a energia tradicional, consumo cíclico, matérias-primas e algumas concessionárias poderiam ser os mais atingidos. A relação preço/valor patrimonial de petrolíferas integradas têm correlação positiva com uma medida de sua exposição a tecnologias que sustentam a transição do carbono, de acordo com o relatório.

A redução das emissões que contribuem para o aquecimento global poderia ser alcançada por meio de impostos e regulamentações de carbono, estímulo verde financiado por dívida ou uma combinação de ambos, disse a JPMorgan Asset Management. Bancos centrais podem reorientar os programas de flexibilização quantitativa para ativos mais verdes, potencialmente reduzindo os rendimentos dos títulos verdes em relação a outros, de acordo com o relatório.

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