Richard Branson diz que precisa de empréstimo do governo britânico para socorrer sua companhia aérea
abril 20, 2020SÃO PAULO – O empreendedor bilionário Richard Branson afirmou que precisará de um empréstico do governo britânico para que sua companhia aérea Virgin Atlantic sobreviva à crise provocada pelo coronavírus.
A afirmação foi feita em uma carta aberta a seus funcionários publicada nesta segunda-feira (20). Segundo o documento, embora a Virgin esteja fazendo todo o possível para superar a crise atual, a empresa precisará de “apoio do governo para atingir esse objetivo diante da grave incerteza em torno do setor de viagens”. O grupo solicitou um pacote de 500 milhões de libras em empréstimos comerciais e garantias estatais para auxiliar o pagamento de seuscustos fixos.
A carta de Branson vem a público após a companhia aérea britânica easyJet, concorrente da Virgin, conseguir um empréstimo de 600 milhões de libras do governo britânico no início do mês. “A realidade desta crise sem precedentes é que muitas companhias aéreas ao redor do mundo precisam de apoio do governo e muitas já o receberam. Sem ele, não haverá mais concorrência e centenas de milhares de empregos serão perdidos”, afirma a carta do empresário.
No documento Branson também se disponibiliza a colocar seu resort de férias de luxo nas Ilhas Virgens Britânicas, que adquiriu aos 29 anos, como garantia para conseguir o empréstimo com o governo.
O imprério Virgin
Entre as empresas do conglomerado de Richard Branson, a Virgin Australia — companhia aérea australiana — é a que se encontra em piores condições. Deficitária há mais de sete anos e com uma dívida de US$ 3,2 bilhões, a empresa não conseguiu um empréstimo com o governo do país.
No mês passado, a Virgin anunciou que destinaria US$ 250 milhões para auxiliar seus negócios e proteger empregos. O grupo tem mais de 70.000 funcionários em 35 países.
Branson, que tem um patrimônio de US $ 4,4 bilhões, segundo a revista Forbes, disse que sua riqueza foi calculada sobre o valor dos negócios da Virgin antes da crise e “que não está com o dinheiro em uma conta bancária pronta para ser retirada”.