Reino Unido pode iniciar testes de vacina em que voluntários são infectados com coronavírus

Reino Unido pode iniciar testes de vacina em que voluntários são infectados com coronavírus

outubro 16, 2020 Off Por Today Newsroom

Médica recebe dose de vacina para Covid-19 em Tver, na Rússia. (REUTERS/Tatyana Makeyeva)

LONDRES (Reuters) – Testes de desafio humano de possíveis vacinas contra Covid-19, nos quais os voluntários são infectados deliberadamente com a doença, podem se tornar uma realidade agora que uma empresa de biotecnologia britânica disse estar em negociações avançadas com o governo para criar e fornecer linhagens do vírus.

O trabalho preliminar dos testes, que almejam acelerar o processo que determina a eficiência de uma candidata a vacina, está sendo realizado pela hVIVO, uma unidade do grupo de serviços farmacêuticos Open Orphan, disse a empresa.

“Estamos conversando com várias partes, incluindo o governo do Reino Unido, a respeito de um teste de desafio de Covid-19, e assim que um destes contratos for assinado, faremos um anúncio”, disse o presidente-executivo da Open Orphan, Cathal Friel.

Um acordo envolveria criar um modelo de estudo de desafio humano que pudesse ser usado caso tais testes obtenham aprovação ética e de segurança de agências reguladoras.

O departamento de negócios, energia e estratégia industrial do governo britânico não estava disponível de imediato para comentar.

Apoiadores de testes de desafio humano dizem que eles são uma boa maneira de encurtar o processo muitas vezes demorado de testes de vacinas em potencial em dezenas de milhares de voluntários no mundo real que levam vidas normais e são monitorados para se saber se contraíram a doença ou estão protegidos dela.

Nestes testes de controle rígido, os voluntários recebem uma vacina e, cerca de um mês depois, são contaminados propositalmente com a doença em condições controladas. Depois eles são isolados em uma instalação de quarentena e monitorados para se descobrir se adoecem ou se a vacina os imunizou.

Já os críticos dizem que infectar deliberadamente uma pessoa com uma doença possivelmente fatal para a qual ainda não existe tratamento eficaz é antiético.

No mês passado, as desenvolvedoras de vacina de ponta AstraZeneca, Sanofi, BioNTech, Moderna e Inovio disseram que suas respectivas candidatas a vacina não estão envolvidas no programa.

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