
Petrobras eleva em 24% seu plano de investimento, que vai a US$ 68 bilhões
novembro 25, 2021
SÃO PAULO – A Petrobras (PÈTR3;PETR4) anunciou na quarta-feira, 24, um aumento de US$ 13 bilhões, ou 24%, em seu plano de investimentos para os próximos cinco anos. O Plano Estratégico para o período de 2022-2026 prevê US$ 68 bilhões, com a maior parte dos recursos destinada ao pré-sal.
Conforme a empresa, a produção do pré-sal vai representar 79% do total produzido pela Petrobras em 2026, após rever a produção de petróleo para o ano que vem, de 2,3 milhões de barris diários de petróleo (bpd) do plano anterior, para 2,1 milhões de bpd, com variação de 4% para mais ou para menos.
O motivo, informou a Petrobras, foi principalmente devido aos impactos da pandemia do covid-19 e os desinvestimentos ocorridos no final de 2021. Já a produção de petróleo e gás natural caiu para 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), contra 2,9 milhões de boe/d projetados anteriormente.
Segundo a Petrobras, a curva de produção de óleo e gás para o período do novo plano indica um crescimento contínuo. As perspectivas são de elevar a atuação da empresa em águas profundas e ultraprofundas de 92% em 2022 para 100% em 2026.
Petrobras busca diversificar investimentos
Pela primeira vez, o Plano Estratégico da Petrobras trouxe a possibilidade de a estatal diversificar seus negócios para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, mas sem alocar Capex nem detalhar as possíveis iniciativas.
O movimento vem sendo feito pelas suas concorrentes no mundo todo, investindo em usinas eólicas em terra e mar, e também em usinas solares, mas a estatal brasileira tem priorizado a descarbonização dos seus produtos para reduzir emissões de gases efeito estufa (GEE).
No novo Plano, a companhia diz que está avançando na análise de possíveis novos negócios, que sejam rentáveis, e para isso criou uma governança de aprovação, priorizando negócios relacionados ao segmento de energia ou de novos produtos que não estejam previstos no Plano.
De concreto, a empresa manteve o compromisso de descarbonizar suas operações e anunciou investimento de US$ 1,8 bilhão, com destaque para a separação de gás carbônico (CO2), sistemas de detecção de metano, projetos nas refinarias para reduzir emissões, entre outros.
Silva e Luna
Este é o primeiro plano sob comando do general Joaquim Silva e Luna, que assumiu em abril, em meio a debates sobre reajustes nos preços dos combustíveis – discussão que continua.
Na gestão de Roberto Castello Branco, nos dois anos anteriores, a empresa cortou investimentos num contexto de queda do preço do petróleo. Em um passado mais distante, a Petrobras chegou a ter planos com investimento de US$ 236,7 bilhões, como no período de 2013-2017.
Desinvestimentos
Dentro da estratégia de focar em ativos mais rentáveis e de maior retorno, a Petrobras prevê realizar desinvestimentos de US$ 15 bilhões a US$ 25 bilhões de 2022 a 2026, ante até US$ 35 bilhões do período anterior.
Segundo a empresa, os desinvestimentos vão contribuir para a geração de caixa necessária para manter a dívida em patamar adequado nos próximos anos.
No terceiro trimestre de 2021, a Petrobras reportou dívida bruta de US$ 59,6 bilhões, batendo antecipadamente sua meta de 2022. Com isso, a métrica da dívida bruta foi excluída do plano de negócios da Petrobras.
A Petrobras acrescentou que vai manter um limite de endividamento bruto de US$ 65 bilhões para os próximos anos que, se descumprido, terá influência sobre a remuneração de executivos.
(Com Estadão Conteúdo)