Petrobras diz a funcionários que, se preciso, tomará novas medidas de resiliência
abril 1, 2020A Petrobras divulgou internamente uma carta aos seus funcionários para dar alguns detalhes das novas medidas de resiliência, anunciadas nesta quarta-feira, 1º de abril, e também para informar que outras medidas poderão vir pela frente, dependendo do desenrolar do cenário de crise.
“É a pior crise nos últimos 100 anos. Ainda que as consequências sejam imprevisíveis, elas já estão ocorrendo – e são drásticas”, afirma a empresa, acrescentando que pela primeira vez na história houve, simultaneamente, uma queda brusca da demanda mundial associada à alta da produção, o que tem contribuído para derrubar o preço do petróleo.
Segundo a empresa, a crise não será passageira e poderá afetar o futuro. Em resposta, pretende “agir rápido”.
Nesta quarta, foi a segunda vez que a Petrobras anunciou cortes de produção. O primeiro comunicado foi feito no dia 26, quando informou a redução da produção de petróleo de 100 mil barris por dia. Agora ampliou para 200 mil barris por dia e ainda vai reduzir o ritmo de suas refinarias.
A estimativa é que o consumo de combustíveis no Brasil caia à metade nos próximos meses. “Vamos continuar monitorando o cenário de forma a garantir que a Petrobras continue fornecendo a energia que contribui para movimentar a nossa sociedade. Se for preciso, tomaremos outras medidas para garantir a continuidade de nossos negócios”, afirma.
Além dos cortes de produção, foi detalhada na carta aos funcionários a postergação das remunerações mensais do pessoal com função gratificada e as mudanças nos turnos de trabalho para quem não faz parte do contingente de manutenção da operação.
Para os consultores masters, a retenção será de 30%; para os gerentes, assistentes e consultores sêniores, será de 25%; para os gerentes setoriais, coordenadores e consultores, de 20%; para os assessores, de 20%; e para os supervisores, de 10%.
Na semana passada, a Petrobras já sido anunciado a postergação da remuneração de 30% do presidente, diretoria, gerentes executivos e gerais e conselheiros de administração.
Nesta quarta, foram informadas também mudanças nos turnos de trabalho para aqueles que não estão na operação produtiva. De abril a junho, a carga diária cai de 8 horas para 6 horas, e o salário, 25%.
“Temos confiança de que vamos superar esse momento de incerteza”, conclui a empresa, destacando já ter superado outros períodos de dificuldade.
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