Perfil no Twitter expõe estudantes que teriam fraudado cotas na UFS

Perfil no Twitter expõe estudantes que teriam fraudado cotas na UFS

junho 4, 2020 Off Por Today Newsroom

Perfil começou a fazer denúncias nesta quinta-feira (Foto: Print/Perfil Fraudadores de Sergipe/Twitter)

Um perfil registrado no Twitter nesta quinta-feira, 4, tem exposto uma série de estudantes da Universidade Federal de Sergipe (UFS) que teriam fraudado as informações exigidas para os critérios de cotas de vagas para entrar na instituição. O foco da página, intitulada de ‘Fraudadores de Sergipe – IFS e UFS’, conforme diz em sua bio, é mostrar quem fraudou cotas raciais para entrar nas duas instituições.

O perfil vem sendo atualizado entre minutos e exibindo fotos e prints com informações de estudantes que se autodeclararam negros, pardos ou indígenas, no cadastro do Sisu, embora as características físicas aferíveis mostrem que se tratam de pessoas brancas. A maioria dos estudantes expostos, até agora, é do curso de medicina dos campus de São Cristóvão e Lagarto.

Nas publicações da página também há menções de estudantes que declararam renda mínima abaixo de 1,5 salário mínimo por família, categoria que dispõe de cota de vagas para o ensino em universidades públicas. Em fotos, o perfil mostra esses mesmos estudantes em registros que retratam padrão de vida incoerente com a renda declarada.

Os seguidores do perfil têm aconselhado que todos os casos sejam denunciados ao Ministério Público Federal (MPF) para que os casos sejam investigados e haja responsabilização, caso constatada a fraude. Nossa reportagem consultou o MPF para saber se já há um posicionamento sobre o assunto. A assessoria do órgão informou que iria consultar internamente e retornaria com a resposta. Até o fechamento desta reportagem não tivemos retorno.

Contexto

O perfil no twitter nasce em meio a um movimento de escala mundial contra o fim do racismo, com o estopim nos Estados Unidos, onde um americano negro foi assassinado por um policial que utilizou o joelho para sufocar a vítima por 8 minutos, durante uma abordagem.

No Rio Janeiro e em outros estados, também já há perfis semelhantes expondo estudantes que teriam fraudado as cotas raciais. Nos últimos dias, mulheres também utilizaram a mesma rede social para relatar situações de assédio, abusos e agressões cometidas por homens. O caso das mulheres, inclusive, será investigado pelo DAGV.

Por Ícaro Novaes

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