Perder oportunidade da tecnologia 5G significará décadas de atraso, diz Mourão

Perder oportunidade da tecnologia 5G significará décadas de atraso, diz Mourão

setembro 8, 2020 Off Por Today Newsroom

SÃO PAULO – O vice-presidente Hamilton Mourão disse que o Brasil “não pode perder o bonde da história” e deixar de embarcar na tecnologia 5G junto com o resto do mundo.

“Perder essa janela de oportunidade significará décadas de atraso e prejuízo para a nossa sociedade”, disse Mourão nesta terça-feira (8), em vídeo transmitido durante o Painel Telebrasil 2020, evento virtual voltado ao setor de telecomunicações.

Segundo o vice-presidente, a instalação da tecnologia 5G deverá ser feita de forma segura, protegendo os conhecimentos brasileiros sensíveis e a privacidade e considerando princípios da eficiência, economicidade e segurança.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que tem conversado com autoridades brasileiras e com ‘outros países’ para tomar uma decisão sobre a implantação da tecnologia no país. Mas foi enfático ao dizer que a decisão final seria dele.

“[Vou] Deixar bem claro, quem vai decidir o 5G sou eu. Não é terceiro, ninguém dando palpite por aí, não. Eu vou decidir o 5G”, disse o presidente, durante transmissão em redes sociais.

A expansão do 5G também depende do leilão das faixas de frequências, que está sendo organizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O certame, previsto para acontecer neste ano, foi adiado para 2021, ainda sem data definida.

Nele serão leiloadas as faixas na qual o sinal do 5G vai operar em todo o país, sendo a principal delas a de 3.500 Mhz.

Após as declarações, na última sexta-feira (4), o Ministério Público entrou com representação proposta ao Tribunal de Contas da União (TCU), de autoria do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, para que o TCU discuta os aspectos geopolíticos do tema para evitar que o país seja influenciado apenas pela proximidade entre Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Na representação, o subprocurador-geral sustenta que qualquer decisão sobre o assunto precisa ter “critérios técnicos e concorrenciais claros”, para evitar “incertezas e inseguranças jurídicas que podem prejudicar a finalidade precípua da licitação e o seu objetivo último, que é a prestação de adequado serviço à população”.

No evento desta terça-feira (8), Mourão afirmou que o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Gabinete de Segurança Institucional estão trabalhando para estabelecer parâmetros técnicos adequados para o processo licitatório de instalação da rede 5G no Brasil.

Huawei, ZTE, Nokia, Samsung, e Ericsson são as cinco empresas detentoras do hardware de rádio 5G, responsável pelo desenvolvimento de sistemas 5G para operadoras. Porém, o debate em torno da internet móvel de quinta geração (5G) ganhou dimensões geopolíticas encabeçadas por China e Estados Unidos.

Influenciados por Trump, alguns países já limitaram a participação da multinacional chinesa Huawei no mercado de equipamentos para as futuras linhas da telefonia 5G, sob acusação de espionagem.

O Reino Unido proibiu o uso de equipamentos da Huawei nas suas redes 5G. O Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia também tomaram medidas para restringir a atuação da chinesa em seu mercado. A Índia, que enfrenta uma disputa política com a China, também caminha para proibir a ZTE e Huawei de participar da sua rede 5G.

Presente no Brasil há 22 anos, a Huawei aguarda um posicionamento oficial.

Até o momento, as operadoras de telefonia estão compartilhando uma prévia do 5G utilizando a tecnologia DSS (do inglês Dynamic Spectrum Sharing, ou Compartilhamento Dinâmico de Espectro), que permite o compartilhamento do espectro das frequências já licenciadas pela Anatel para o 4 e o 4.5G. Por enquanto, o serviço segue com cobertura restrita a algumas capitais do país.

(Com informações da Agência Estado)

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