Nelson Teich: quem é o novo ministro da Saúde e o que ele defende como medidas para combater o coronavírus
abril 16, 2020SÃO PAULO – Após a saída de Luiz Henrique Mandetta em meio a divergências com o presidente Jair Bolsonaro sobre a condução da crise do coronavírus, um novo nome foi escolhido para o Ministério da Saúde nesta quinta-feira (16). O novo ministro escolhido é Nelson Luiz Sperle Teich. Ele é formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e se especializou em oncologia no Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O agora ministro atuou como consultor da área de saúde na campanha de Jair Bolsonaro, em 2018, e chegou a ser cotado para o cargo, mas o escolhido na ocasião foi Mandetta.
Teich, contudo, chegou a participar do governo entre setembro de 2019 e janeiro de 2020. Ele foi assessor de Denizar Vianna, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.
O agora ministro, por sinal, foi sócio de Vianna no MDI Instituto de Educação e Pesquisa, empresa de pesquisa e desenvolvimento experimental e treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial. A companhia foi aberta em março de 2009 e fechada em fevereiro de 2019.
Em 1990, fundou o Grupo Clínicas Oncológicas Integradas (COI), que realiza pesquisas sobre câncer. Ele foi presidente da instituição até 2018. Em 2015, ela foi adquirida United Health, dona do grupo Amil.
Para comandar o cargo de ministro, ele teve o apoio da classe médica, contando a seu favor a boa relação com empresários do setor da saúde. A expectativa é de que o médico, agora no comando da pasta, traga dados para evitar debates politizados sobre o coronavírus.
Em artigo publicado no início de abril, o agora ministro criticou a discussão polarizada entre a saúde e a economia.
“Esse tipo de problema é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas, entre o bem e o mal”, destacou.
Ele ainda se mostrou favorável ao isolamento horizontal, que acabou se tornando o ponto central das divergências entre Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
“Diante da falta de informações detalhadas e completas do comportamento, da morbidade e da letalidade da Covid-19, e com a possibilidade do Sistema de Saúde não ser capaz de absorver a demanda crescente de pacientes, a opção pelo isolamento horizontal, onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento”, apontou.
Segundo Teich, o isolamento vertical, em que só os grupos de risco (como idosos e pessoas com comorbidades prévias) ficariam isolados, “tem fragilidades e não representaria uma solução definitiva para o problema”.
“Como exemplo, sendo real a informação que a maioria das transmissões acontecem a partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior risco de morte pela Covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para o trabalho, com o passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo a doença para as famílias, para as pessoas de alto risco que foram isoladas e ficaram em casa.”
O agora ministro também defende a testagem em massa como estratégia para enfrentar o coronavírus. Para ele, é preciso achatar a curva da contaminação para o sistema público e privado se estruturar.
“Felizmente, apesar de todos os problemas, a condução até o momento foi perfeita. Pacientes e Sociedade foram priorizados e medidas voltadas para o controle da doença foram tomadas. Essa escolha levou a riscos econômicos e sociais, que foram tratados com medidas desenhadas para resolver possíveis desdobramentos negativos das ações na saúde”, destacou.
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