Nasdaq desaba e chega a 10% de queda em 3 pregões; Tesla afunda 21% após ficar fora do S&P 500
setembro 8, 2020SÃO PAULO – A tendência negativa nas bolsas dos Estados Unidos continuou nesta terça-feira (8), volta do feriado de Dia do Trabalho, estendendo o pior “sell-off” em mais de cinco meses no mercado americano.
A pressão segue vinda especialmente dos papéis das companhias de tecnologia. Com isso, o Nasdaq fechou com perdas de 4,11%, aos 10.847 pontos – chegando a 10% de perdas em três dias -, com o Dow Jones e S&P 500 caindo 2,25% e 2,78%, respectivamente, a 27.500 pontos e 3.331 pontos.
Das gigantes do setor, Facebook, Amazon, Microsoft e Alphabet, caíram mais de 4%. Já a Apple teve queda de 6,73%, cotada a US$ 112,82, chegando a ter um breve respiro no início da tarde após anunciar para 15 de setembro um evento que deve ter o anúncio do iPhone 12.
“Os altos valuations das ações de grandes companhias estão muito além dos níveis históricos”, disse Bruce Bittles, estrategista-chefe de investimentos da Baird, para a CNBC. “Os indicadores técnicos apontaram para um otimismo excessivo no mercado, o que muitas vezes sugere que uma fase de consolidação/correção é provável de acontecer”, explicou.
Outra ação que chamou atenção foi a Tesla (TSLA34), com uma queda de 21% apenas neste pregão, para US$ 330,21, depois que as ações da companhia não foram incluídas no índice S&P 500 como era bastante esperado pelo mercado.
A expectativa surgiu após o resultado do segundo trimestre, quando a companhia comandada por Elon Musk conseguiu chegar ao seu primeiro ano de lucro, cumprindo uma série de requisitos para poder entrar no índice. Por outro lado, sua forte variação e nível especulativo fez com que os agentes de mercado evitassem a inclusão neste momento.
Enquanto isso, as ações de semicondutores sofrem pressão diante das tensões comerciais entre EUA e China, o que levou a Nvidia e Micron a caírem 5,62% e 3,12%, respectivamente. Durante o feriado, o presidente Donald Trump prometeu reduzir drasticamente os laços econômicos entre os dois países.
Já o SoftBank viu suas ações desabarem mais de 7% no Japão na segunda-feira após as notícias de que a companhia adquiriu bilhões de dólares em derivativos de ações americanas, em uma série de transações que alimentaram a alta das grandes empresas de tecnologia.
O conglomerado japonês vinha abocanhando opções de ações de tecnologia nos últimos 30 dias em imensa quantidade, alimentando o maior volume de operações já registrado de contratos vinculados a companhias individuais, segundo fontes do jornal Financial Times.
Alguns analistas apontam que a recente derrocada das ações se dê por conta da alta ter sido inflada por ajudas econômicas, como a injeção de capital feita pelo Federeal Reserve nos últimos meses, o que levou os ativos para níveis insustentáveis. Mesmo com a queda da semana passada, o Nasdaq subiu mais de 70% em relação à mínima de março.
“Considerando o quão extremos muitos dos indicadores que seguimos se tornaram no início da semana passada, acreditamos que será necessário mais do que apenas uma ligeira queda para resolver essas condições”, disse Matt Maley, estrategista-chefe de mercado da Miller Tabak, em relatório. “Portanto, ainda acreditamos que uma correção de mais de 10% seja provável”.
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