Lucro ajustado do Magalu sobe 70%; BRF lucra 50,9% menos, mas supera expectativa, e outros resultados; IPOs e mais
novembro 10, 2020
SÃO PAULO – A temporada de resultados é movimentada na sessão desta terça-feira (10). A Magazine Luiza teve lucro de R$ 215,9 milhões no terceiro trimestre, alta de 69,6% em um ano, impulsionada pelas vendas online.
O lucro ajustado do grupo de ensino Yduqs caiu 1,5% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, a R$ 191,3 milhões. O lucro líquido da BRF veio acima da expectativa do mercado, em R$ 218,7 milhões no terceiro trimestre. Analistas consultados pelo Refinitiv esperavam lucro de R$ 203,15 milhões.
Já o lucro da São Martinho disparou com altas na venda de açúcar, indo a R$ 332 milhões ante R$ 62 milhões no mesmo período de 2019. O lucro ajustado da XP subiu para R$ 570 milhões no período, mais que dobrando.
A oferta da Aeris saiu em R$ 5,50 por ação, abaixo da faixa estimada, de entre R$ 6,50 e R$ 8,10. Já a 3R Petroleum, especializada na operação de campos maduros de petróleo, precificou seu IPO a R$ 21 cada, abaixo da faixa estimada pelos coordenadores. Confira os destaques:
Magazine Luiza (MGLU3)
A varejista Magazine Luiza registrou lucro líquido ajustado de R$ 215,9 milhões no terceiro trimestre, o que representa um aumento de 69,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
A melhora foi reflexo do aumento das vendas no comércio eletrônico por conta da pandemia do novo coronavírus.
Diante disso, houve um aumento de 148% nas vendas digitais na comparação anual, chegando a R$ 8,2 bilhões. O canal respondeu por dois terços das vendas da empresa, um avanço de 18 pontos percentuais.
O lucro líquido, por sua vez, foi de R$ 206 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 12,4% em relação ao mesmo período de 2019.
Entre julho e setembro, a receita líquida do Magalu ficou em R$ 8,3 bilhões, alta de 70,8% ano a ano. Enquanto isso, a despesa operacional subiu 52,7%, para R$ 1,68 bilhão, passando a representar 20,3% da receita, ante 22,7% um ano antes.
Já o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) ajustado subiu 41% em um ano, a R$ 561,2 milhões. Por outro lado, a margem Ebitda recuou de 8,2% para 6,8%, refletindo maiores gastos com melhoria do nível do serviço.
A varejista disse ainda ter tido um ganho de 5,4 pontos percentuais ante o mesmo período do ano passado em sua área de atuação, refletindo entre outros fatores a integração de vendas online e lojas físicas, o que ganhou força com a reabertura de pontos físicos com a flexibilização da quarentena.
A processadora de alimentos BRF teve lucro líquido de R$ 218,7 milhões, queda de 50,9% na base anual, mas acima dos R$ 203,15 milhões esperados por analistas, segundo a média dos dados da Refinitiv.
A receita líquida teve alta de 17,5%, a R$ 9,9 bilhões, com a empresa conseguindo elevar o preço médio dos produtos vendidos. A BRF também disse que conseguiu aumentar em 0,7% os volumes de alimentos industrializados e carnes vendidos no trimestre, para 1,1 milhão de toneladas.
A BRF, maior exportadora mundial de frango, obteve mais da metade de suas vendas do Brasil, onde a receita líquida cresceu quase 21%.
Internacionalmente, a receita líquida cresceu 13,5%, mas ajustes na produção em meio à pandemia da Covid-19 continuaram impactando as operações. Como resultado, o lucro bruto e as margens foram pressionados, disse a BRF. Os custos mais altos de grãos e outras despesas denominadas em dólares também afetaram a lucratividade de suas exportações, acrescentou a empresa.
O grupo de ensino Yduqs viu seu lucro cair no terceiro trimestre, mas seus resultados ajustados vieram acima das previsões de analistas, uma vez que a divisão de ensino à distância compensou parcialmente os efeitos do fechamento das escolas diante da pandemia da Covid-19.
O lucro ajustado foi de R$ 191,3 milhões, 1,5% menor frente igual período do ano passado, enquanto a previsão média de analistas da Refinitiv era de lucro de R$ 123,6 milhões; não ficou claro se os números são comparáveis. Em termos líquidos, o lucro da companhia foi de R$ 112,5 milhões, 26,5% menor no comparativo anual.
Fortalecida também pela inclusão das operações do grupo Athenas (agosto e setembro) e Adtalem (maio a setembro), compradas pela Yduqs, a receita líquida da companhia somou R$ 976,3 milhões, 17,2% acima contra mesma etapa de 2019.
O ensino digital registrou alta de 56% na receita, compensando em parte a perda de 18% no total de alunos matriculados nas aulas presenciais.
O Ebitda somou R$ 332,2 milhões, aumento de 10%. Em termos ajustados, o Ebitda subiu 19,5%, para R$ 411 milhões.
A Yduqs fechou setembro com posição de caixa em R$ 1,9 bilhão, o que, somado e o baixo endividamento (1,41 vez o Ebitda) “nos deixa com um balanço sólido e com espaço para novas aquisições”, afirmou a companhia.
São Martinho (SMTO3)
O lucro da São Martinho disparou com altas na venda de açúcar, indo a R$ 332 milhões alta de 169,4% frente o mesmo período de 2019.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado da companhia atingiu 476,2 milhões de reais no mesmo período, avançando 22,8%.
A receita da São Martinho com açúcar cresceu 89,7% no segundo trimestre da safra 2020/21, para 411,8 milhões de reais, com a companhia sendo beneficiada pela desvalorização do real ante o dólar, além de preços sustentados no exterior por fatores como uma menor produção na Tailândia.
XP Inc.
A XP Inc. registrou um lucro líquido de R$ 570 milhões no terceiro trimestre deste ano, valor que representa uma alta de 119% sobre os R$ 261 milhões apresentados um ano atrás.
Na comparação com o segundo trimestre, porém, o lucro ficou praticamente estável, com leve avanço de 1% sobre os R$ 565 milhões entre abril e junho.
Já a receita líquida avançou 55% na comparação anual, passando de R$ 1,356 bilhão para R$ 2,101 bilhões. O valor também é 9% superior ao apresentado no segundo trimestre deste ano, de R$ 1,921 bilhão. Veja mais clicando aqui.
Aeris
A produtora de pás para turbinas de energia eólica Aeris precificou nesta segunda-feira sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) a R$ 5,5 por ação, abaixo da faixa estimada pelos coordenadores, entre R$ 6,50 a R$ 8,10 cada.
A oferta de ações novas movimentou R$ 834,6 milhões. Os recursos serão usados para que a companhia modernize suas duas fábricas e elevar sua capacidade, hoje de cerca de quatro mil pás por ano, parte disso para exportação.
Além disso, acionistas pessoa física venderem fatias correspondentes a R$ 294,6 milhões na oferta secundária. Com isso, a transação movimentou R$ 1,13 bilhão.
3R Petroleum
A 3R Petroleum, especializada na operação de campos maduros de petróleo, precificou seu IPO a R$ 21 cada, abaixo da faixa estimada pelos coordenadores, de R$ 24,50 a R$ 31,50 por papel.
A operação, que movimentou R$ 690 milhões, consiste apenas da emissão de ações novas. Os recursos serão usados pela companhia para comprar mais campos de petróleo da Petrobras, pagar por aquisições já feitas e ampliar a posição de caixa no polo de Macau.
Formada em fevereiro de 2014 pelos sócios Ricardo Savini e Daniel Soares, a 3R posteriormente agregou como acionistas um grupo de executivos brasileiros e noruegueses da indústria de petróleo por meio do veículo de investimentos DBO.
O fundo Starboard tem 52,3% do capital da 3R. O veículo da Starboard que tem participação no negócio tem entre os sócios o fundo de private equity Apollo.
Recomendações
A XP Investimentos retomou a cobertura do setor de farmácias com Pague Menos (PGMN3) como preferência no setor com recomendação de compra e preço alvo de R$ 13 por ação, Raia Drogasil (RADL3) com neutro e preço alvo de R$ 27,0 por ação e d1000 (DVMF3) com compra e preço-alvo de R$ 16 por ação.
Já o Itaú BBA iniciou a cobertura para a ação da Cury (CURY3), com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço justo de R$ 15,80 por papel.
A Azul concluiu a coleta de intenções de investimentos para emissão de debêntures conversíveis em ações, alcançando o valor de R$ 1,745 bilhão. A emissão de cerca de 1,8 milhão de debênture fica dentro de sua expectativa quando anunciou a emissão de cerca de 1,6 milhão de papéis, em 26 de outubro.
O grupo japonês Mitsui estuda vender sua participação na Gaspetro, informa o Valor. Por um preço de quase R$ 2 bilhões pagos em 2015, o conglomerado é dono de 49% da companhia de distribuição de gás natural controlada pela Petrobras, que mantém 51% do negócio. A empresa brasileira está em processo formal de venda do controle da empresa.
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