Javier Milei: quem é o polêmico presidente eleito da Argentina

Javier Milei: quem é o polêmico presidente eleito da Argentina

novembro 20, 2023 Off Por Today Newsroom

Javier Milei
Javier Milei, economista e candidato à presidência da Argentina (Foto: Tomas Cuesta/Getty Images
Nome completo: Javier Gerardo Milei
Data de nascimento: 22 de outubro de 1970
Local de nascimento: Buenos Aires, Argentina
Profissão: Economista, escritor, professor e político
Partido político: Avanza Liberdad (2020-2021), La Liberdad Avanza (2021-atual)

No dia 19 de novembro, Javier Milei venceu o então ministro da Economia, Sergio Massa, candidato governista, no segundo turno da eleição presidencial argentina mais acirrada dos últimos tempos.

Líder do partido La Libertad Avanza e autodeclarado “anarcocapitalista”, o economista e novato na política é conhecido por suas ideias e declarações polêmicas, como o fechamento (ou “dinamitar”, em suas palavras) do Banco Central, a legalização da venda de órgãos humanos, a criminalização do aborto e o fim da educação obrigatória.

Além disso, ele faz declarações controversas negando o aquecimento global e distorcendo a atual situação econômica argentina. Milei chegou a afirmar que os indicadores sociais da economia do país estão piores hoje do que em 2001, ano em que o desemprego no país era quase três vezes maior do que o atual.

Antes de entrar para a vida política em 2021, Milei já era conhecido pelo público devido à sua atuação como comentarista televisivo – e por fazer parte de uma banda cover dos Rolling Stones. Apesar de ser classificado como um candidato de extrema-direita, alguns de seus posicionamentos causam surpresa dentro dos padrões conservadores, como a defesa do casamento gay, por exemplo.

Quem é Javier Milei?

Javier Gerardo Milei nasceu em 22 de outubro de 1970 em Buenos Aires. Ele é filho de um motorista de ônibus e de uma dona de casa. Criado em um ambiente doméstico violento, ele só se reaproximou de seus pais durante a pandemia, conforme relatado pelo noticiário argentino. Sua irmã Karina, coordenadora de sua campanha presidencial, é sua colaboradora mais próxima.

Apesar das limitações financeiras, Milei, que já foi goleiro do Chacarita Juniors nas categorias de base, formou-se em Economia pela Universidade de Belgrano e obteve dois mestrados na área. Além de sua carreira acadêmica, na qual lecionou por mais de 20 anos, ele também trabalhou como consultor para grandes grupos financeiros, como o HSBC, e para figuras proeminentes no meio empresarial, como Eduardo Eurnekian, um dos homens mais ricos da Argentina e principal nome da Corporación Americana Internacional.

Primeiras aparições na mídia e início da vida política

Em 2017, Milei lançou o programa “Demoliendo Mitos”, transmitido no YouTube e em uma rádio. Com um conteúdo anticorrupção repleto de ataques agressivos a políticos, ele já dava indícios de suas ambições eleitorais. Embora sua audiência não tenha atingido níveis de influenciadores famosos, Milei chamou a atenção de emissoras de televisão e passou a participar de programas de variedades em horário nobre na TV argentina.

Essas aparições envolviam debates com convidados variados, incluindo empresários, políticos, jogadores de futebol e celebridades de diversos nichos. Foi em um desses programas que ele compartilhou detalhes sobre sua infância difícil e o distanciamento que manteve de seus pais na vida adulta.

Com o tempo, o estilo de “personagem à la Trump” que ele construiu se tornou mais extremo, o que o colocou em destaque no debate público. Em 2021, foi eleito deputado federal, ganhando destaque por suas declarações provocativas, frequentemente direcionadas ao kirchnerismo e ao Juntos por el Cambio, as duas principais forças políticas argentinas recentes.

Seu discurso rígido em relação à violência também o aproxima da extrema direita. Isso encontra ressonância com a classe média, especialmente devido ao aumento da insegurança na Argentina, algo que não era tão comum até pouco tempo atrás.

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Corrida presidencial

Milei começou a surpreender ao vencer as eleições primárias da Argentina, em agosto, com 30% dos votos (as pesquisas previam menos de 20%).

Ele ficou em segundo lugar no primeiro turno, no fim de outubro, mas levou a melhor na segunda etapa da votação. Segundo dados oficiais apurados ainda na noite do dia 19 de novembro, Milei teve 55,78% dos votos (aproximadamente 14 milhões, contra 44,21% de Sérgio Massa, que obteve 11,1 milhões de votos.

O resultado não foi conquistados da noite para o dia. Milei começou a ganhar visibilidade na mídia argentina a partir de 2018, quando intensificou seu discurso liberal, que ele costuma chamar de “libertário”.

Dois anos depois, em 2020, o novato deu o passo que impulsionou definitivamente sua carreira política: anunciou sua candidatura à presidência argentina em 2023. Com isso, garantiu duas cadeiras na Câmara para o seu partido La Libertad Avanza, já que sua candidata a vice, Victoria Villarruel, também foi eleita deputada nacional.

Na esfera econômica, Milei é ultraliberal. Durante a campanha, afirmou que pretende adotar a dolarização na Argentina, privatizar empresas estatais, cortar gastos governamentais e eliminar verbas rescisórias trabalhistas para reduzir os custos do setor privado. Nas redes sociais, ele faz referência à “poda” na administração pública, incluindo a redução de 10 dos 18 ministérios argentinos, e ilustra isso dançando com uma motosserra.

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