IRB tem queda de 92% do lucro no 1º trimestre, a R$ 13,8 mi, reapresenta dados de 2019 e estuda aumento de capital

IRB tem queda de 92% do lucro no 1º trimestre, a R$ 13,8 mi, reapresenta dados de 2019 e estuda aumento de capital

junho 30, 2020 Off Por Today Newsroom

Fachada do IRB
Fachada do IRB (Divulgação)

SÃO PAULO – O ressegurador IRB Brasil (IRBR3) registrou uma queda de 92% no lucro líquido no primeiro trimestre de 2020, para R$ 13,874 milhões, ante os R$ 177,9 milhões registrados em igual intervalo de 2019. Este último número já é ajustado, após a reapresentação do resultado de 2019.

O resultado positivo foi definido em março, uma vez que a companhia informou à Superintendência de Seguros Privados (Susep) um prejuízo acumulado de R$ 110,6 milhões em janeiro e fevereiro.

O prêmio emitido do ressegurador nestes três primeiros meses foi de R$ 1,996 bilhão, um crescimento de 13% em relação ao trimestre do ano anterior.

Em prêmios ganhos, o IRB obteve R$ 1,499 bilhão no período, contra R$ 1,241 bilhão entre janeiro e março de 2019. Já com referência ao pagamento de sinistros, a companhia desembolsou, em indenizações, o montante de R$ 1,147 bilhão no trimestre, montante superior aos R$ 959 milhões gastos no mesmo intervalo do ano passado. Já o patrimônio líquido do IRB, calculado em R$ R$ 3,94 bilhões no último trimestre do ano passado, recuou para R$ 3,56 bilhões em março deste ano.

“A revisão dos números e os resultados do primeiro trimestre mostram uma empresa sólida, mas que ainda necessita de ajustes na sua estrutura de atuação geográfica, linhas e tipos de negócios de forma a adequá-la ao perfil de ressegurador de classe mundial, com foco em seus clientes e resultados consistente e sustentáveis” disse o presidente do Conselho de Administração e atual diretor-presidente, Antonio Cassio dos Santos, no comunicado de resultados.

Dados revisados

A companhia informou as demonstrações financeiras revisadas do ano de 2019, sendo que estas últimas foram reapresentadas após uma análise liderada pela nova diretoria, empossada a partir da segunda quinzena de março de 2020, “que demonstrou fatos e indícios de que uma série de registros contábeis conduzidos pela antiga gestão estavam efetivamente incorretos e demandavam ajustes”, informou a companhia.

Os ajustes tiveram um efeito total no resultado de 2019 de cerca de R$ 553,4 milhões, e de R$ 117,2 milhões em 2018. O efeito no patrimônio líquido do IRB foi de R$ 727,2 milhões em 2019 e R$ 369,1 milhões em 2018.

Com isso, o lucro líquido do exercício, após a revisão, ficou em R$ 1,21 bilhão em 2019 (contra R$ 1,76 bilhão nas demonstrações anteriormente divulgadas) e R$ 1,10 bilhão em 2018 (contra R$ 1,21 bilhão anteriormente divulgado).

Segundo a nota explicativa divulgada nas demonstrações revisadas, os principais motivos para as alterações foram o registro em competências inadequadas de determinados sinistros, a ausência de registro da provisão para um número de outros sinistros e provisão subestimada para um grande número de casos, dentre outros ajustes detalhados nas Notas Explicativas das Demonstrações Financeiras, informou a companhia.

“Revisar demonstrações financeiras já apresentadas nunca é desejável. Porém, isto foi necessário frente ao que foi encontrado e ao nosso compromisso de apresentar ao mercado um quadro completo e verdadeiro sobre a Companhia”, disse Werner Suffert, vice-presidente Executivo, Financeiro e de Relações com Investidores, no release de resultados.

As apurações contaram com procedimentos internos de auditoria e compliance, que levaram aos ajustes e também identificaram os Diretores e demais colaboradores responsáveis pelos registros realizados de forma inadequada, informou a empresa. Ela ainda comunicou que apresentará essas conclusões à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Susep, e analisará o oferecimento de denúncia às autoridades competentes sobre os fatos e indícios apurados, visando as devidas investigações.

Na semana passada, o IRB Brasil RE já havia apresentado a esses órgãos, bem como ao Ministério Público Federal (MPF), as conclusões relativas à investigação independente sobre a divulgação intencional de informações falsas ao mercado e apurações internas sobre pagamentos realizados de forma indevida, destacou a companhia.

Possível capitalização

A companhia informou também que o Conselho de Administração aprovou a contratação de dois bancos – o Bradesco BBI e o Itaú BBA – para avaliar alternativas visando uma solução técnica para o cumprimento das regras da Susep (Resolução CNSP 321/2015) quanto ao volume de ativos garantidores para a cobertura de Provisões Técnicas e de liquidez regulatória.

Essas alternativas incluem um potencial aumento de capital da companhia, o que permitiria o reenquadramento imediato aos critérios definidos pela Susep. “Além disso, uma capitalização, se efetivada, fortaleceria a estrutura de capital do IRB Brasil RE, bem como a melhoraria sua posição de caixa”, informou a empresa.

“A capitalização, ainda em estudo, é parte da solução para a companhia, no sentido de que a fortalece perante os necessários enquadramentos regulatórios e melhora ainda mais os níveis já elevados de solvência, gerando mais valor para os nossos stakeholders”, destacou Antonio Cassio.

Invista na carreira mais promissora dos próximos 10 anos: aprenda a trabalhar no mercado financeiro em um curso gratuito do InfoMoney!

waiting...