Ibovespa Futuro sobe seguindo bolsas internacionais e com investidores monitorando fala de Guedes

Ibovespa Futuro sobe seguindo bolsas internacionais e com investidores monitorando fala de Guedes

novembro 13, 2020 Off Por Today Newsroom

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta sexta-feira (13) seguindo o bom desempenho das bolsas internacionais depois da queda da véspera em meio ao aumento nos casos de coronavírus na Europa e nos Estados Unidos e pela postura cautelosa dos presidentes de bancos centrais.

Hoje, os investidores devem monitorar a videoconferência do ministro da Economia Paulo Guedes a partir das 10h30, no 39º Encontro Nacional de Comércio Exterior – ENAEX. Ontem, ele contribuiu para o ambiente turbulento ao não descartar uma prorrogação do estado de calamidade e do auxílio emergencial para 2021 em caso de segunda onda da pandemia. Ele também se reúne durante a tarde com o presidente Jair Bolsonaro.

Ainda na política, o Estado de S. Paulo noticia que Guedes conseguiu convencer o presidente Jair Bolsonaro de que a aprovação da nova CPMF depende do apoio do sistema financeiro no Congresso.

Entre os indicadores, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) cresceu 1,29% em setembro na comparação com agosto. Acima da mediana das projeções dos economistas, que apontava para um avanço de 1,00% no dado.

Às 09h15 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro para dezembro subia 0,46%, aos 103.375 pontos.

O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava leve alta de 0,09%, a R$ 5,467.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai dois pontos-base a 3,37%, o DI para janeiro de 2023 opera estável a 4,98%, o DI para janeiro de 2025 avança dois pontos-base a 6,77% e o DI para janeiro de 2027 fica estável a 7,56%.

O noticiário dos jornais também destaca a fala do presidente Jair Bolsonaro de que pode autorizar compra da chinesa Coronavac e a previsão de vacina da Pfizer no 1º trimestre de 2021, em meio a receios de 2ª onda da doença também no país.

Também no radar, a China se uniu às nações que parabenizaram o democrata Joe Biden pela vitória eleitoral nos EUA depois que várias redes de televisão, como a CNN, projetaram que o democrata vencerá no Arizona, um dos estados em que Trump apostava.

Previsão da Pfizer

O jornal O Globo estampa em sua capa uma reportagem sobre sinais de avanço das contaminações por Covid-19 em São Paulo. Dois dias antes, o mesmo jornal havia reportado que o estado do Rio de Janeiro também vinha tendo problemas na notificação de casos e mortes. O governo atribuiu a falha a instabilidades no sistema do Ministério da Saúde.

De acordo com o jornal, hospitais particulares da capital paulista vêm registrando aumento no número de internações de pacientes nos últimos dias.

O Hospital Sírio-Libanês, em especial, afirma que voltou a atingir o pico de internações do início da pandemia, em abril, de 120 novos pacientes por dia. O número vinha oscilando entre 80 e 110 nos últimos dois meses. Outros hospitais particulares, como Albert Einstein, 9 de Julho e Vila Nova Star também indicam sinais de aumento de casos de Covid, porém mais discretos.

E uma pesquisa da Info Tracker, ferramenta de USP e Unesp que monitora o avanço da pandemia, indica que, entre 1º de agosto e 5 de novembro, houve 50% de aumento de casos suspeitos de coronavírus na Grande São Paulo e na capital paulista. Na Grande São Paulo Sudeste, onde há concentração de casos suspeitos, a alta é de 75%.

Em evento realizado pela Academia Nacional de Medicina na quinta-feira, Carlos Murillo, presidente da Pfizer no Brasil, afirma que, caso as etapas de verificação de eficácia junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avancem, a vacina desenvolvida pela empresa em parceria com a BioNTech poderá chegar à população no primeiro trimestre de 2021.

Na Europa e nos Estados Unidos, o produto está em fase mais avançada de aprovação, e deve chegar à população já em dezembro. No Brasil, a principal aposta do governo federal para vacinação até o momento é o produto desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica britânica AstraZeneca. Mas o governo afirma que acompanha mais de 200 vacinas, inclusive a desenvolvida por Pfizer e BioNTech.

“No Brasil ainda estamos trabalhando com o governo para acelerar os trâmites. Tenho a esperança de que tenhamos a vacina disponível para a população no primeiro trimestre do próximo ano”, disse Carlos Murillo. Ele não mencionou, no entanto, quantas doses estariam disponíveis, e se há perspectiva de vacinação em massa da população.

Ontem, em sua live semanal, Jair Bolsonaro negou ter comemorado a morte de um voluntário dos testes com a vacina Coronavac – desenvolvida em parceria entre o governo de São Paulo e a farmacêutica chinesa Sinovac. Ele afirmou ainda que pode autorizar a compra da “vacina chinesa” caso haja aval dos órgãos competentes, mas “não pelo preço que um caboclo está querendo aí”, em referência ao governador João Doria (PSDB), seu rival político.

Guedes fala em prolongar auxílio

Durante evento promovido pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) na quinta-feira, o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que, no caso de uma segunda onda de Covid-19 no Brasil, a prorrogação de pagamentos do auxílio emergencial seria “uma certeza”.

Aprovado pelo Congresso em março com o objetivo de amenizar as perdas de trabalhadores informais afetados pela pandemia, o auxílio emergencial passou a ser pago pelo governo em maio, com previsão de ser encerrado em julho, com valor inicial de R$ 600, mas foi prorrogado. No momento, o auxílio emergencial tem parcelas no valor de R$ 300, e está previsto para terminar no final de dezembro.

“Existe possibilidade de haver uma prorrogação do auxílio emergencial? Aí vamos para o outro extremo. Se houver uma segunda onda de pandemia, não é uma possibilidade, é uma certeza. Nós vamos ter de reagir, mas não é o plano A. Não é o que estamos pensando agora”, afirmou Guedes.

O ministro afirmou que, em uma segunda onda, o governo decretaria, novamente, estado de calamidade. Mas diz esperar que os eventuais gastos sejam menores, em relação ao PIB, do que os atuais.

“A pandemia está descendo, o auxílio está descendo junto, e a economia voltando. Essa é nossa realidade, nosso plano A. ‘Ah, mas veio uma segunda onda’. Ok, vamos decretar estado de calamidade de novo e vamos nós, de novo, com a experiência que temos agora, recalibrando os instrumentos”, explicou Guedes. “Ao invés de gastar 10% do PIB, como foi neste ano, gastamos 4% [em 2021]”, afirmou.

O ministro também voltou a falar sobre a criação de um novo imposto sobre transações financeiras, afirmando que se trataria de uma “substituição tributária”. Anteriormente, ele já se referiu ao imposto como uma espécie de nova versão da extinta CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira). Em outubro, chamou o potencial imposto de “digitax”, declarando em seguida, que o imposto estaria morto.

“Nós não queremos criar um imposto. Queremos desonerar a folha de pagamentos. Quando nós falamos em desonerar a folha, precisamos encontrar uma forma de financiamento dessa desoneração. E daí falamos então no imposto, na verdade na contribuição, sobre transações. Inclusive, principalmente, as digitais, que são as que mais crescem no país. Foi nesse sentido que consideramos essa alternativa de tributação, mas sempre com a perspectiva que não há aumento de impostos”, afirmou o ministro.

Radar corporativo

A Oi, em recuperação judicial, registrou prejuízo líquido atribuível aos controladores de R$ 2,63 bilhões no terceiro trimestre de 2020, 54,1% abaixo do prejuízo líquido de R$ 5,74 bilhões obtido no mesmo trimestre de 2019.

Beneficiada pelo atual cenário de juros baixos no país e aumento da educação financeira, que gerou uma onda de investidores pessoas físicas na Bolsa brasileira, a B3 registrou um aumento de 57,9% no lucro líquido do terceiro trimestre de 2020, na comparação anual, para R$ 1,136 bilhão. Desde o começo do ano, a base de investidores de varejo na B3 cresceu 84% e atingiu 3,1 milhões de contas em setembro.

A Natura &Co registrou lucro líquido de R$ 377,7 milhões no terceiro trimestre de 2020, o número é praticamente estável em relação ao apresentado um ano antes, R$ 376,8 milhões.

A incorporadora paulistana Cyrela Brazil Realty, da família Horn, teve lucro líquido de R$ 1,403 bilhão no terceiro trimestre de 2020, montante 13,5 vezes maior do que o lucro de R$ 104 milhões no mesmo período de 2019.

A rede varejista Centauro teve prejuízo líquido de R$ 33,251 milhões no terceiro trimestre de 2020, revertendo a marca positiva de R$ 38,413 milhões vista um ano antes, de acordo com balanço divulgado há pouco. O Ebitda do período foi de R$ 31,004 milhões, queda de 73,5% sobre os R$ 117,076 milhões do mesmo período de 2019. A margem Ebitda ficou em 5,4%, queda de 13,4 pontos porcentuais na comparação anual.

A CPFL Energia registrou lucro líquido de R$ 1,352 bilhão no terceiro trimestre de 2020, o que corresponde a um crescimento de 80,8% na comparação com os R$ 748 milhões reportados no mesmo período do ano passado.

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou lucro líquido de R$ 680,4 milhões no terceiro trimestre de 2020, crescimento de 10,9% em relação ao mesmo período de 2019, e queda de 57,3% ante o resultado do segundo trimestre deste ano.

A operadora de saúde Hapvida divulgou o balanço referente ao terceiro trimestre de 2020, quando apresentou lucro líquido de R$ 247,8 milhões, alta de 16,7% na comparação com o mesmo período de 2019. O Ebitda entre julho e setembro foi de R$ 512,2 milhões, marca 93,8% maior que o ano passado. A margem Ebitda ficou em 24,1%, ganho de quatro pontos porcentuais sobre o ano anterior.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) teve lucro líquido de R$ 421,6 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 65,1% na comparação com o R$ 1,208 bilhão registrados um ano antes. No acumulado do ano, a Sabesp tem lucro líquido de R$ 141,8 milhões, queda de 93,9% ante igual período em 2019.

A Petrobras voltou a adiar o prazo final de implementação do acordo com a empresa de sondas Sete Brasil, da qual a estatal está deixando o quadro de acionistas.

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