Ibovespa Futuro opera entre perdas e ganhos com expectativa de estímulo nos EUA e reviravolta no Renda Cidadã no radar

Ibovespa Futuro opera entre perdas e ganhos com expectativa de estímulo nos EUA e reviravolta no Renda Cidadã no radar

outubro 1, 2020 Off Por Today Newsroom

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(Shutterstock)

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre entre perdas e ganhos nesta quinta-feira (1) descolando-se mais uma vez do exterior, que tem um dia de alta impulsionado pelas expectativas de que finalmente democratas e republicanos cheguem a um acordo para o pacote trilionário de estímulos contra os impactos econômicos do coronavírus.

A Câmara de Representantes adiou ontem uma votação do pacote de US$ 2,2 trilhões defendido pelo Partido Democrata com o objetivo de permitir mais diálogo com os republicanos. O presidente americano, Donald Trump, teria aceitado um programa que fosse até maior que US$ 1,5 trilhão, mas consideraria qualquer cifra acima de US$ 2 trilhões um problema grave.

Por aqui, o ministro da Economia, Paulo Guedes, descartou o uso de precatórios para financiar o programa Renda Cidadã, que substituiria o Bolsa Família e entraria no lugar do Auxílio Emergencial. Com isso, as discussões voltam à estaca zero e líderes do Congresso já veem a votação só em 2021.

Às 09h16 (horário de Brasília), o índice futuro para outubro tinha leve variação negativa de 0,05%, aos 95.010 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial recua 0,44% a R$ 5,615 na compra e a R$ 5,616 na venda. O dólar futuro com vencimento em novembro registrava leves perdas de 0,14%, a R$ 5,606.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe cinco pontos-base a 3,06%, o DI para janeiro de 2023 avança oito pontos-base a 4,53%, o DI para janeiro de 2025 tem alta de nove pontos-base a 6,51% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de oito pontos-base a 7,48%.

A pandemia continua a influenciar o sentimento dos investidores, que acompanham de perto o noticiário sobre vacinas. O presidente da farmacêutica Moderna disse que só deve pedir autorização da FDA para uma nova vacina da Covid-19 depois das eleições presidenciais, em novembro, segundo o Financial Times.

Sobre a reforma tributária, a expectativa agora é de que seja adiada para 2021, devido à proximidade das eleições municipais, que reduz a disposição de lideranças políticas para debater mudanças, segundo a Folha de S. Paulo. Além disso, os líderes partidários já sinalizaram que não gostaram da ideia da criação de um imposto sobre pagamentos.

Renda Cidadã

Depois da polêmica gerada em torno das fontes de recursos que seriam usadas para bancar o programa Renda Cidadã, o governo procurou dar uma pausa no assunto. De acordo com o Estadão, membros do governo e a equipe econômica se reuniram na noite de ontem, mas saíram sem falar com a imprensa.

Até o momento, o governo não formalizou qual será a fórmula para financiar o benefício a partir do ano que vem. Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que o governo não usaria dinheiro de precatórios para financiar o Renda Cidadã. Além disso, ele chamou a alternativa de “puxadinho”.

Na segunda-feira 28, o governo anunciou que o programa social seria bancado com recursos reservados para o pagamento dessas dívidas e para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

Sobre a reforma tributária, a expectativa agora é de que seja adiada para 2021, devido à proximidade das eleições municipais, que reduz a disposição de lideranças políticas para debater mudanças, segundo a Folha de S.Paulo. Além disso, os líderes partidários já sinalizaram que não gostaram da ideia da criação de um imposto sobre pagamentos.

O mercado continua a acompanhar a troca de farpas entre o ministro da economia e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Guedes afirmou ontem que há boatos de que Maia fez um acordo com a esquerda para não pautar as privatizações, segundo a Folha de S.Paulo. “Não há razão para interditar as privatizações”, afirmou. Maia rebateu e declarou: “Paulo Guedes está desequilibrado”.

Teto para obras

No noticiário nacional, chama atenção a informação de que o presidente sancionou ontem uma lei que estipula um teto de R$ 100 mil para obras executadas pelo poder público sem licitação durante a pandemia do novo coronavírus. O limite anterior à MP era de R$ 8 mil ou R$ 15 mil, conforme o tipo de obra.

Segundo o Estadão, as regras já estão em vigor desde maio, quando foram editadas pelo governo em uma medida provisória. Com a aprovação no Congresso e a sanção presidencial, o novo limite fica consolidado durante a pandemia e não corre risco de perder validade.

Além disso, o governo vai prorrogar, por mais dois meses, o programa que autoriza empresas a reduzirem proporcionalmente, ou suspenderem, a jornada e o salário dos funcionários, segundo o G1.

O benefício foi instituído com uma medida provisória em abril e, após duas prorrogações, estava mantido até meados de outubro. Com a promessa de mais dois meses, o prazo deve ser levado até 31 de dezembro. Ontem, o IBGE mostrou que a taxa de desemprego atingiu o patamar inédito de 13,8%.

Outro destaque é a notícia de que o governo federal alterou a finalidade de R$ 7,5 milhões doados especificamente para a compra de testes rápidos da Covid-19. Segundo a Folha, a verba foi repassada para o programa Pátria Voluntária, liderado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro.​

Radar corporativo

No ramo corporativo, chama atenção o anúncio de que a Natura fará uma oferta global de ações que pode somar R$ 6,207 bilhões. A oferta inclui uma emissão pública de distribuição primária com esforços restritos das ações no Brasil e uma oferta pública primária no exterior, sob a forma de ADSs. O objetivo da operação é acelerar o crescimento nos próximos três anos e otimizar a estrutura de capital, acelerando a desalavancagem.

A CVC Corp divulgou, com atraso, os resultados do primeiro trimestre, com prejuízo líquido consolidado de R$ 1,15 bilhão, ante um lucro de R$ 46 milhões (pro forma), no mesmo período do ano anterior. Além disso, deve ser retomado hoje o julgamento de uma ação que questiona a venda de subsidiárias da Petrobras, constituídas a partir do desmembramento da empresa matriz, sem aval do Congresso Nacional. O julgamento começou ontem, no STF.

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