Ibovespa Futuro cai com correção em dia de liquidez reduzida por feriado nos EUA; dólar sobe

Ibovespa Futuro cai com correção em dia de liquidez reduzida por feriado nos EUA; dólar sobe

novembro 26, 2020 Off Por Today Newsroom

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(Shutterstock)

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quinta-feira (26), corrigindo parte das altas recentes após o índice à vista subir quase 3 mil pontos em três pregões. Hoje é dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, o que reduz a liquidez no mercado, pois a maioria dos investidores estrangeiros estará de folga pelo feriado.

Por aqui, a expectativa fica por conta do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e pelas ofertas de LTNs, NTN-Fs e LFTs do Tesouro Nacional. Sobre o Caged, ontem o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o dado foi positivo nos últimos meses e hoje será bom também.

“É possível que a gente termine o ano perdendo 200 mil ou 300 mil empregos. Isso é um quarto do que foi perdido na recessão autoimposta de 2015 e 2016”, defendeu o ministro.

Às 09h13 (horário de Brasília), o índice futuro para dezembro caía 0,35%, aos 109.690 pontos.

O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava alta de 0,42%, a R$ 5,347.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe dois pontos-base a 3,36%, DI para janeiro de 2023 tem alta de quatro pontos-base a 5,16%, DI para janeiro de 2025 avança três pontos-base a 6,97% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de quatro pontos-base a 7,72%.

Lá fora, a Alemanha prorrogou o novo lockdown até o dia 20 de dezembro e a chanceler, Angela Merkel, disse que as medidas de isolamento podem ser novamente prorrogadas até janeiro se os dados de contágio não retrocederem o bastante para a economia se reabrir.

A respeito das vacinas, o vice-presidente executivo da AstraZeneca, Mene Pangalos, respondeu a críticas segundo às quais não havia dados o suficiente sobre os resultados dos testes clínicos divulgados no início da semana. Em um tipo de aplicação, no qual meia dose é aplicada e depois reforçada com uma dose inteira, a vacina atingiu o patamar de 90% de eficácia.

Essa aplicação ocorreu, no entanto, por um erro de dosagem, o que alimenta ceticismo quanto aos resultados. “Não vou fingir que não seja um resultado interessante, porque é -mas eu certamente não o compreendo, e não acho que nenhum de nós o compreenda”, afirmou.

Esse teste foi o único cenário em que o produto da AstraZeneca atingiu o mesmo patamar de eficácia anunciado por concorrentes como Moderna, a parceria entre BioNTech e Pfizer e o Instituto Gamaleya, ligado ao governo russo. Em nenhum dos casos, no entanto, os dados foram publicados em revistas científicas independentes, e os anúncios ainda se baseiam nas informações repassadas à imprensa.

Na quarta-feira, foram registradas 2.294 novas mortes por Covid-19 nos Estados Unidos, o maior patamar registrado desde o final de junho.

Apesar de quadro fiscal desafiador, Brasil fez reformas importantes nos últimos anos e há cenário muito positivo de juro baixo e curva inclinada, algo que o país nunca teve na vida, disse Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset Management, no evento Melhores Empresas da Bolsa, do InfoMoney e do Stock Pickers . O evento é online e gratuito e vai até hoje. Para participar, basta se cadastrar aqui.

Nova lei de falências e fim da isenção do IOF

O Senado aprovou a nova Lei de Falências para agilizar os processos de recuperação judicial no País. A proposta prevê novas regras para a renegociação de dívidas a fim de evitar que empresas fechem as portas e decretem falência.

Como já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, o texto segue agora para sanção do presidente Jair Bolsonaro. O projeto prevê que as empresas em recuperação judicial tenham condições melhores para negociar débitos com a União, com parcelamento em até 120 meses, ou seja, 10 anos. Hoje, o prazo máximo é de sete anos.

Também em destaque, o governo federal antecipou o fim da isenção do IOF sobre operações financeiras, em compensação aos gastos com a gratuidade temporária de tarifa de energia para moradores do Amapá afetados pelo apagão. O evento durou 22 dias, a energia foi restabelecida na terça, e chegou a 100% do estado na quarta.

A antecipação da volta da cobrança do IOF foi assinada na tarde desta quarta-feira (25) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A medida havia sido tomada como forma de impulsionar a economia durante a pandemia, e estava inicialmente prevista para o fim de 2020. Mas foi antecipada para hoje, quinta-feira (26).

Com a volta da cobrança, a Secretaria-Geral da Presidência diz esperar que a União repasse até R$ 80 milhões à CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), sem ratear o custo entre consumidores de energia do restante do Brasil, como chegou a ser cogitado. A isenção de tarifa aos moradores afetados no Amapá é implementada em contexto de calamidade pública.

Reforma tributária

O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da PEC (proposta de emenda constitucional) 45, da reforma tributária, prometeu a partidos de oposição que apresentará na próxima semana seu parecer.

A PEC unifica cinco tributos num Imposto sobre Bens e Serviços.

Segundo o jornal Valor, o relator pretende incluir no texto a tributação de dividendos, a proibição de juros sobre capital próprio nos balanços e a tributação de herança e patrimônio em modelo progressivo, ou seja, com cobranças maiores de acordo com o montante.

Atualmente, a tributação de dividendos de empresas é proibida por lei. Atualmente, o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) é de competência dos estados, com alíquota máxima de 8%. De acordo com parlamentares ouvidos pelo Valor, a votação da PEC abriria a possibilidade de aumentar a alíquota máxima.

O relator também indica a possibilidade de incluir na PEC a cobrança de IPVA (Imposto sobre Veículos Automotores) de aeronaves e barcos, como forma de aumentar os impostos sobre os mais ricos. As alterações no Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas ficariam para o debate em leis futuras.

Na quarta-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, em um evento virtual promovido pela cooperativa de crédito Sicoob, que o Brasil precisa ganhar credibilidade por meio de reformas e de um plano que mostre que o país está preocupado com a dívida pública.

Ele afirmou que a economia ganharia mais com credibilidade do que com a prorrogação de medidas de mitigação do efeito da pandemia que impliquem em mais gastos públicos. “Chega um ponto em que a situação fiscal está tão fragilizada que pode gerar crescimento a curto prazo, mas a falta de credibilidade pode afetar isso lá na frente e gerar um efeito contrário ao desejado, contracionista”, afirmou.

Em meados de novembro, o ministro da Economia Paulo Guedes chegou a afirmar que o governo poderia prorrogar o pagamento do auxílio emergencial em caso de ressurgência do coronavírus. Posteriormente, fez uma afirmação no sentido de descartar essa possibilidade.

Questionado em frente ao Ministério da Economia na noite de quarta, Paulo Guedes foi questionado sobre a afirmação feita horas antes por Campos Neto, e respondeu: “o presidente Campos Neto sabe qual é o plano. Se ele tiver um plano melhor, pergunte a ele qual o plano dele, qual plano que vai recuperar a credibilidade”. “Quem estiver sentindo falta de um plano quinquenal dá um pulinho ali na Argentina, na Venezuela”, afirmou.

Em uma palestra com empresários realizada mais cedo, o ministro também afirmou que a falta de produtos no mercado interno é um “bom sinal” de que demanda de consumo está retornando com força, junto à geração de emprego.

“Derrubamos um pouco a capacidade produtiva [no início da pandemia], os estoques não foram repostos e de repente [houve] um empurrão de demanda forte. Falta papel, embalagem (…) Mas é bom sinal, de que a demanda está vindo, está puxando”, disse.

Radar corporativo

Em destaque no noticiário corporativo, a Petrobras divulgou plano estratégico, prevendo capex de US$ 55 bilhões para 2021-2025; 84% em exploração e produção.

Na Cielo, Mauro Ribeiro Neto assume a presidência do conselho de Administração. Já a Oi inicia leilões para venda de ativos de data center e torres.

Ao menos 17 bairros da cidade do Rio de Janeiro, onde moram cerca de um milhão de pessoas sofrem há mais de uma semana com o abastecimento irregular, ou desabastecimento completo de água. O problema se iniciou no dia 17, quando um motor em Senador Vasconcelos quebrou. Outro equipamento já estava em pane, e o de reserva estava em manutenção.

O jornal O Globo estampa em chamada de capa que a crise ocorre às do lançamento do edital de licitação da concessão dos serviços de distribuição de água da Cedae (Companhia Estadual de Águas do Estado da Guanabara), marcado para o dia 18 de dezembro. A Cedae afirma que o conserto pode levar até 25 dias para ser concluído. Até lá deve ocorrer rodízio entre os bairros.

O Espírito Santo planeja abrir mão do controle de sua empresa de distribuição de gás por meio da venda de 25% das ações da companhia em uma operação na B3, a bolsa de valores de São Paulo, disseram autoridades locais à agência internacional de notícias Reuters na quarta.

O governo do Estado possui atualmente 51% da ES Gás. A distribuidora de combustíveis BR Distribuidora possui a fatia restante, mas também irá vender 25%, afirmou à Reuters o governador capixaba, Renato Casagrande (PSB), antes de anunciar na quinta-feira a privatização da companhia.

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