Ibovespa fica no zero com correção, aumento de casos da Covid-19 e derrocada do IRB ofuscando dados fortes dos EUA

Ibovespa fica no zero com correção, aumento de casos da Covid-19 e derrocada do IRB ofuscando dados fortes dos EUA

julho 2, 2020 Off Por Today Newsroom

The businesswoman in glasses standing near the display
(Artem Peretiatko/ Getty Images)

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou estável nesta quinta-feira (2) com alguma correção após a Bolsa por aqui subir mais do que os índices americanos na véspera na esteira de dados econômicos fortes. Hoje, a fraqueza veio também do aumento no número de casos de coronavírus nos Estados Unidos, que dispararam para 50 mil na quarta-feira.

A maior queda dentre as ações que compõem o índice foi a do IRB Brasil (IRBR3), que despencou 12,24%, o que trouxe algum impacto apesar da baixa participação do papel no benchmark, apenas 0,54%. Entre as blue chips, a maior queda foi das ações da Magazine Luiza (MGLU3), que recuou 3%. As ações MGLU3 respondem por 2,75% do Ibovespa. Para mais destaques de ações clique aqui.

Antes do desânimo, o principal índice da B3 chegou a subir mais de 1% com a divulgação do Relatório de Emprego dos Estados Unidos de junho, que mostrou a criação de 4,8 milhões de postos de trabalho no mês passado, bem acima da expectativa mediana dos economistas, que projetava a geração de 3 milhões de empregos no período. O dado geralmente sai na sexta-feira, mas foi antecipado por conta do feriado antecipado de 4 de julho.

Com isso, o Ibovespa teve leve variação positiva de 0,03% a 96.234 pontos com volume financeiro negociado de R$ 26,9 bilhões.

Enquanto isso, o dólar comercial subiu 0,6% a R$ 5,3481 na compra e a R$ 5,3499 na venda. Já o dólar futuro para agosto opera em alta de 0,84% a R$ 5,368 no after-market.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 fechou estável a 2,88%, o DI para janeiro de 2023 subiu três pontos-base a 3,98% e o DI para janeiro de 2025 avançou um ponto-base a 5,61%.

Também nos EUA o número de pedidos por seguro-desemprego foi de 1,427 milhão na semana passada. Os números representam um leve recuo em relação à marca da semana anterior (1,48 milhão) e vêm acima das estimativas dos economistas (1,35 milhão de novos pedidos) consultados pelo consenso Bloomberg.

Já entre os indicadores nacionais, a produção industrial brasileira avançou 7% em maio sobre abril, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado veio em linha com a expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg. O número interrompeu dois meses de resultados negativos consecutivos: -9,2% em março e -18,8% em abril.

Além disso, a Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira o adiamento das eleições municipais de 2020. Pelo texto aprovado, o 1º turno ocorre em 15 de novembro e o segundo, em 29 de novembro.

Eleições de 2020

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira o adiamento das eleições municipais de 2020. Pelo texto aprovado, o 1º turno ocorre em 15 de novembro e o segundo, em 29 de novembro — o calendário original previa o primeiro turno 4 de outubro e o segundo turno, em 25 de outubro. A proposta de emenda à Constituição (PEC) já havia sido votada pelo Senado Federal.

Integrantes do chamado centrão eram resistentes à mudança de data, mas mudaram de ideia após o Congresso incluir contrapartidas para a medida ser aprovada na Câmara, como até R$ 5 bilhões para prefeituras enfrentarem a pandemia da Covid-19.

Concessões de aeroportos

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou, na quarta-feira, o edital para as concessões da sexta rodada de aeroportos. No entanto, o certame deve ocorrer apenas no ano que vem, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo“.

Os documentos do edital, que agrupa 22 terminais divididos em três blocos de concessão, ainda precisam ser analisados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo a reportagem, a expectativa da Anac é que seja possível dar início ao processo ainda nesse ano, mas, devido à pandemia, o leilão pode ficar para 2021. O Ministério da Infraestrutura já trabalha com a estimativa de que aconteça no primeiro trimestre do ano que vem.

Panorama corporativo

A economia ensaia a retomada das atividades, mas, com o desemprego ainda em alta, a preocupação sobre a adimplência dos consumidores de serviço público continua no radar das empresas.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) anunciou foi prorrogada a medida que garante isenção no pagamento de contas de água e esgoto para os consumidores das categorias Residencial Social e Residencial Favela até o dia 15 de agosto.

O reajuste das tarifas, autorizado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) também foi adiado para a mesma data.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
BPAC11 3.26797 79
CSNA3 2.54958 10.86
GOAU4 2.26308 7.23
JBSS3 1.96266 21.3
GGBR4 1.93798 15.78

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
IRBR3 -12.2429 8.96
LAME4 -4.26511 31.2
GNDI3 -4.07147 65.5
VVAR3 -3.75235 15.39
BTOW3 -3.65113 107.93

No setor elétrico, paira a dúvida sobre a extensão do subsídio dado ao consumidor de energia de baixa renda. Segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo“, esse consumidor pode ter que voltar a pagar a conta já neste mês. O socorro de 90 dias, que custou ao Tesouro R$ 900 milhões, venceu na terça-feira (30) e não há ainda proposta de prorrogação, apesar do desemprego ainda em alta.

O subsídio beneficiou cerca de 9,5 milhões de inscritos no programa de baixa renda Tarifa Social, desde que consumam menos de 220 kWh (quilowatts-hora) por mês. A isenção de pagamento decorre da MP 950, editada em abril.

A Anima Holding anunciou a aquisição de 50,01% da Insegnare Educacional, mantenedora da UniFG, de Guanambi (BA), pelo valor de R$ 57,5 milhões.

Desse montante, R$ 20 milhões já foram pagos. Uma parcela de R$ 26 milhões será quitada em dez dias úteis a partir de assembleia da Anima e, por último, R$ 11,5 Milhões em 10 dias úteis após a apresentação, pelos vendedores, do balanço auditado do mês de junho de 2020.

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