Ibovespa fecha em alta pela 5ª vez seguida e se aproxima dos 94 mil pontos em meio a injeção trilionária do BCE; dólar sobe a R$ 5,13

Ibovespa fecha em alta pela 5ª vez seguida e se aproxima dos 94 mil pontos em meio a injeção trilionária do BCE; dólar sobe a R$ 5,13

junho 4, 2020 Off Por Today Newsroom

mercado bolsa índices alta ações gráfico
(Shutterstock)

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta pela quinta vez consecutiva nesta quinta-feira (4). Hoje, o desempenho foi puxado pelas ações da Vale (VALE3) e de bancos, que respondem por 28,36% da composição da carteira teórica do índice. Para saber mais sobre os destaques de ações clique aqui.

Com a alta, o benchmark se descolou das bolsas americanas, que registraram leves baixas com uma correção após o índice Nasdaq, de empresas de alta tecnologia, bater hoje sua máxima histórica, apagando todas as perdas do crash do coronavírus.

Mais cedo, as bolsas internacionais já demonstravam força compradora limitada diante do dado de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos na semana passada. Foram 1,877 milhão de requisições do benefício, pouco acima da expectativa dos economistas compilada no consenso Bloomberg, que era de 1,84 milhão.

Ainda no radar macroeconômico, o Banco Central Europeu (BCE) injetou mais dinheiro do que o esperado na economia, elevando o programa de compras de títulos por causa da emergência pandêmica em 600 bilhões de euros, para 1,35 trilhão de euros.

Economistas ouvidos pela Reuters esperavam uma injeção de até 500 bilhões de euros a mais. O BCE ainda anunciou que estenderá o período de compras de bonds para junho de 2021 com o objetivo de reaquecer a atividade econômica da zona do euro.

No noticiário doméstico, surpreendeu deputados a decisão do presidente Jair Bolsonaro de sancionar lei que extingue o fundo de reservas monetárias (FRM), mas vetar a destinação dos R$ 8,6 bilhões do FRM para medidas de combate ao coronavírus.

O Ibovespa teve alta de 0,89% a 93.828 pontos com volume financeiro negociado de R$ 31,2 bilhões.

Já o dólar futuro para julho opera em alta de 0,86% a R$ 5,115 no after-market. O dólar comercial, por sua vez, registrou alta de 0,89%, a R$ 5,13 na compra e R$ 5,1315 na venda.

Ajudou o dólar a subir na contramão do esperado, visto que a Bolsa caiu, a declaração do diretor do Banco Central, Fabio Kanczuk, de que o patamar de 2,25% da taxa básica de juros Selic não é “algo escrito na pedra” e os juros podem cair abaixo disso dependendo das circunstâncias.

A possibilidade de uma taxa mais baixa faz o câmbio brasileiro se depreciar, pois diminui o diferencial de juros em relação a países desenvolvidos, que possuem ativos mais seguros para investimento que os de países emergentes.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 ficou estável a 3,01%, o DI para janeiro de 2023 teve alta de dois pontos-base a 4,05% e o DI para janeiro de 2025 avançou cinco pontos-base a 5,71%.

Após a decisão do BCE, a presidente da instituição, Christine Lagarde, afirmou em coletiva que o conselho foi unânime em decidir que ação deveria ser tomada e que houve “amplo consenso” sobre o aumento de 600 bilhões de euros no programa de compras de títulos.

Lagarde destacou também que a melhora da economia europeia até agora é tépida e as projeções apontam queda sem precedentes do Produto Interno Bruto (PIB), em torno de 8,7%, ante uma retração de apenas 0,8% projetada em março. Para ela, o mercado de trabalho está piorando e a inflação ficará fraca até o fim do ano.

Ainda no radar dos mercados, o presidente americano, Donald Trump, anunciou ontem a proibição de voos com passageiros chineses para os Estados Unidos a partir de 16 de junho.

A decisão tinha como objetivo forçar o governo chinês a retomar os voos das companhias americanas para o país asiático. E deu certo. Nesta quinta-feira, a autoridade de aviação chinesa anunciou que permitirá que companhias aéreas estrangeiras aumentem a frequência de voos para a China a partir de 8 de junho.

Radar político e evolução da pandemia

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diz que o Congresso pode tomar a iniciativa de prorrogar o auxílio emergencial, mas seria bom que o governo se manifestasse sobre o tema. “Nosso limite para prorrogar o auxílio é que, nos próximos anos, o Brasil consiga controlar a sua dívida”, explica.

Já o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pautou a ação sobre cassação da chapa Bolsonaro para 9 de junho. O ministro Luís Roberto Barroso incluiu na pauta da sessão de 9 de junho o julgamento de duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral que apuram supostos ataques cibernéticos em grupo de Facebook para beneficiar a chapa do presidente Jair Bolsonaro, nas eleições de 2018, segundo website do órgão. Contudo, a tendência é que as ações sejam arquivadas, segundo informa o jornal O Estado de S. Paulo.

Sobre a pandemia de coronavírus, o Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira à noite que o Brasil confirmou nas 24 horas anteriores 1.349 mortes causadas pela Covid-19. Esse é o maior número de óbitos já registrados em um único dia.

No total, o país já conta com 32.548 mortes e o número de contaminados confirmados é de 584.016.

O avanço da doença ocorre no momento em que várias regiões do país começam a reabrir a economia e que o movimento de protestos pró-democracia e contra o governo tentam ganhar força.

Os movimentos Juntos, Basta e Somos 70% se reuniram na quarta-feira, por teleconferência, para discutir propostas, segundo informou o jornal “Folha de S.Paulo”.

Já a Polícia Militar tenta negociar com organizadores dos protestos pró-Bolsonaro e pela democracia para tentar chegar a um acordo sobre dia e local para essas manifestações. A ideia é que elas não ocorram no mesmo local para evitar confrontos, como os registrados no último domingo.

Protestos nos EUA

Os protestos contra o racismo e a violência policial deflagrados pelo assassinato de George Floyd seguem ganhando as ruas dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump chegou a pedir maior empenho da polícia para conter os protestos, mas na maior parte das grandes cidades o pedido não foi atendido.

Em Los Angeles, a prefeitura anunciou a redução do orçamento policial e uso dos recursos para investimentos na comunidade negra local. Já o ex-secretário de Defesa Jim Mattis criticou Trump pela sua estratégia de reprimir os protestos.

Noticiário corporativo

A Via Varejo vai fazer uma oferta de ações (follow on) de no mínimo 220 milhões papéis, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CMV).

A oferta se dará com esforços restritos, ou seja, limitada a um determinado número de investimentos. A operação é coordenada pelo Bradesco BBI, BTG Pactual, BB Banco de Investimento, Bank of America Merrill Lynch, Santander Brasil, Safra e XP Investimentos.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
BEEF3 7.30924 13.36
EMBR3 4.81221 8.93
SUZB3 4.79937 39.96
JBSS3 3.93204 21.41
BRAP4 3.83747 36.8

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
ECOR3 -4.2343 13.57
CIEL3 -3.52423 4.38
RAIL3 -3.41253 22.36
GOLL4 -3.12678 17.04
CCRO3 -3.0363 14.69

Já a fabricante de autopeças Fras-Le divulgou que registrou um prejuízo líquido de R$ 1,3 milhão no primeiro trimestre do ano, menor que os R$ 2,5 milhões dos primeiros três meses de 2019.

Na mesma base de comparação, a receita líquida cresceu 5,9%, para R$ 341,8 milhões. Já o Ebitda avançou 31,5%, para R$ 38,1%. Por sua vez, a margem Ebitda ficou em 11,2%, uma melhora de 2,2 pontos percentuais na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.

E a siderúrgica Usiminas divulgou fato relevante para anunciar a atualização de sua previsão de despesas financeiras líquidas. A expectativa é que essa despesa some R$ 292 milhões em 2020.

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