Fitch Ratings reitera rating do Brasil em BB- com perspectiva negativa
novembro 18, 2020
SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Fitch reiterou nesta quarta-feira (18) o rating do Brasil em BB-, com perspectiva negativa
Em nota, a Fitch diz que a nota do Brasil é sustentada por sua grande e diversificada economia e capacidade de absorver choques externos, ajudada por sua taxa de câmbio flexível.
Por outro lado, a agência alerta que há um alto e crescente endividamento governamental, uma estrutura fiscal rígida, fraco potencial de crescimento econômico e um cenário político difícil que impede o progresso nas reformas fiscais e econômicas.
Já a perspectiva negativa para a nota reflete a “severa deterioração do déficit fiscal do Brasil e da carga da dívida pública durante 2020 e a incerteza persistente quanto às perspectivas de consolidação fiscal, incluindo a sustentabilidade do teto de gastos de 2016 dadas as contínuas pressões sobre os gastos”, segundo a Fitch.
A agência ainda cita os “crescentes vencimentos da dívida interna de curto prazo”, o que torna o Brasil vulnerável a choques, incluindo mudanças na confiança dos investidores domésticos e nas condições de financiamento.
“Embora a equipe econômica esteja comprometida em retornar à sua agenda de reformas em 2021, o ambiente político permanece fluido, reduzindo a visibilidade e previsibilidade do processo”, diz o comunicado.
A Fitch espera ainda que a economia brasileira se recupere a partir de 2021, mas a incerteza em torno dos desenvolvimentos políticos, combinada com um crescimento de infecções globais por coronavírus, continua a obscurecer o panorama.
A agência de risco prevê que o déficit do governo geral aumente para 16,7% do PIB, contra cerca de 6,0% em 2019. Além disso, ela prevê que os gastos serão controlados pelo cumprimento do teto de gastos.
“No entanto, a incerteza em torno da recuperação econômica (e das receitas fiscais) representa riscos para as projeções de déficit para 2021, uma vez que o governo não é obrigado a implementar medidas de compensação caso as receitas desapontem”, completa a Fitch.
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