Evento da XP Inc. seleciona projetos ESG de startups; conheça as iniciativas
setembro 25, 2020SÃO PAULO – As startups Barkus, Digital Innovation One, EqualWeb, Moss e Solfácil foram as empresas selecionadas para participar do pitch day com foco em ESG (environmental, social and governance, em inglês) promovido pela XP Ventures, braço da companhia responsável pelo relacionamento com startups e hubs de inovação.
O evento avaliou projetos com potencial de transformação social e que cobrem diferentes segmentos dos princípios ESG, que buscam integrar nos investimentos as melhores práticas ambientais, sociais e de governança das empresas
“Transformar o mercado financeiro para melhorar a vida das pessoas é o nosso propósito. Mas, mais do que isso, somos partes integrantes da sociedade e, como tal, nos sentimos responsáveis pelo desenvolvimento dela. Adotar práticas ESG é essencial para isso”, disse Marcos Sterenkrantz, head da XP Ventures, durante a abertura do evento que aconteceu de forma online.
Além de Sterenkrantz, participaram da banca avaliadora dos projetos: Guilherme Benchimol, CEO da XP Inc.; Marta Pinheiro, diretora de ESG da XP Inc.; Franklin Luzes, VP de inovação da Microsoft Brasil; e Gabriela Chagas, responsável pela área de novos negócios do fundo de impacto social, Vox Capital.
As cinco startups selecionadas apresentaram seus negócios e foram avaliadas pela banca e pelo público. A participação do público aconteceu por meio de um QR code disponibilizado ao fim da apresentação de cada projeto.
Conheça os projetos
Fundada pela carioca Bia Santos, em 2016, a Barkus cria soluções focadas em democratizar o acesso à educação financeira, especialmente entre jovens das classes C, D e outros grupos minoritários. Com três produtos desenvolvidos, a startup já atendeu mais de 8 mil pessoas – sendo que 3.500 foram atendidas de forma gratuita.
Até o momento, a startup cresceu de forma orgânica – sem a ajuda de investidores colocando recursos no negócio – e espera faturar R$ 500 mil até o final do ano.
Outra iniciativa anunciada durante o evento, a Solfácil é uma fintech que promove financiamentos para impulsionar projetos de energia solar em todo o país. Fundada por Fabio Carrara, a plataforma atua com empresas integradoras da tecnologia de energia solar, as apoiando na parte de comercialização, desenvolvimento de engenharia e na viabilização da instalação dos sistemas para os consumidores. Na outra ponta, a fintech oferece financiamentos com prazos e taxas especiais para a realização de projetos de energia solar.
Segundo Carrara, as instalações podem gerar uma economia na conta de luz de 30% ao mês, o que colabora para a criação de uma reserva suficiente para pagar as parcelas do financiamento. A empresa cresceu 600% somente neste ano e a sua base de clientes avança de 20% a 30% ao mês.
Plataforma voltada para o ensino de desenvolvimento de software e por conectar talentos com o mercado de trabalho, a Digital Innovation One prepara pessoas para trabalhar na área de tecnologia. A startup, criada em 2018 por Iglá Generoso, diminui em até 60% o tempo das empresas em achar novos talentos.
Na pandemia, a receita da empresa cresceu 82% e o número de usuários na plataforma avançou em 34%. No ecossistema da startup, o aluno faz o curso gratuitamente e quem assume os custos são as empresas com interesse em contratar profissionais na área.
Andrea Schwarz, CEO da iigual, consultoria de inclusão e diversidade que conecta profissionais de minorias sociais ao mercado de trabalho, junto com o empreendedor Jaques Haber, estão trazendo para o país a tecnologia da Equalweb, startup israelense de solução de acessibilidade para websites.
A ferramenta tem recursos como ajuste de leitor de tela, comando de voz, leitor de texto, customização de cor para fundo de tela, contraste de brilho claro e escuro, ajuste de tamanho de fonte, ampliação do cursor nas cores branca e preta, zoom de tela, descrição de imagem, links e cabeçalhos destacados, entre outros recursos que otimizam a navegação para pessoas com alguma necessidade específica, incluindo limitações temporárias ou pela idade.
“Essas questões de inclusão impactam diretamente a vida das pessoas e a sociedade exclui muitas delas. Pessoas ficam sem acesso à informações que estão acessíveis numa velocidade muito grande para pessoas que não possuem deficiência, mas que falta para as com deficiência”, afirmou Andrea Schwarz.
Apostando no mercado ambiental, a Moss promove a compra e venda de créditos de carbono no varejo. As três principais linhas de negócio da plataforma são pelo B2C, com o e-commerce de crédito de carbono; B2B de compensação de grandes empresas; e pelo modelo de APIs plug and play para compensação.
Os créditos de carbono são certificados emitidos para uma pessoa ou empresa que reduziu a sua emissão de gases na atmosfera. Entre as inovações propostas pela fintech, fundada em março deste ano, estão a oferta de créditos de carbono como um investimento e a tokenização desse crédito, que é criptografado em blockchain para comercialização global.
Segundo Fernanda Castilho, CCO da Moss, desde o início das operações da startup já foram enviados US$ 6 milhões para Amazônia.