Eneva estuda nova proposta por AES Tietê, 5 balanços, BRF tem recomendação cortada por Bradesco BBI e mais notícias

Eneva estuda nova proposta por AES Tietê, 5 balanços, BRF tem recomendação cortada por Bradesco BBI e mais notícias

abril 30, 2020 Off Por Today Newsroom

Mais uma vez, o noticiário corporativo ganha destaque com a divulgação de resultados, que tem o Bradesco com queda do lucro de quase 40% em meio à provisão bilionário por conta do coronavírus (veja mais clicando aqui).

Já a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) divulgou balanço e informou que obteve lucro líquido de R$ 53,8 milhões no 1º trimestre de 2020, revertendo prejuízo de R$ 158,2 milhões de igual período de 2019. A Cesp afirma que voltou ao lucro após tomar várias medidas de gestão, reduzindo em 63% o custo da energia comprada.

A Multiplan, uma das maiores administradoras de shopping centers do Brasil, também divulgou resultados trimestrais. A empresa reportou lucro líquido de R$ 177,7 milhões no período, expansão de 93% sobre igual trimestre de 2019. Embora os resultados tenham sido impactados pela epidemia do coronavírus, a Multiplan detalhou que eles só ocorreram a partir de 18 de março, com o fechamento de todos os centros comerciais. Os lojistas tiveram queda superior a 11% nas vendas no 1º trimestre.

Já a Eneva disse que estuda possibilidade nova proposta pela AES Tietê. No radar de recomendações, o Bradesco BBI reduziu a recomendação para a BRF para neutra, enquanto a EDP Energias do Brasil foi elevada a outperform pelo Itaú BBA, apesar de reduzir o preço-alvo de R$ 22 para R$ 19. Confira os destaques:

A Companhia Energética de São Paulo informou na noite de ontem que obteve lucro líquido de R$ 53,8 milhões no 1º trimestre de 2020, revertendo prejuízo de R$ 158,2 milhões de igual período de 2019. A Cesp atribuiu a volta à lucratividade a uma queda de 63% nos custos da energia comprada, equivalente a R$ 141 milhões. Segundo a empresa, essa economia foi possível através da “melhor gestão e análise do balanço energético”.

Os resultados da Cesp realmente mostraram uma melhora. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 336 milhões, ante R$ 41,5 milhões no primeiro trimestre do ano passado. A margem do Ebitda ajustado deu um salto de 12% no primeiro trimestre de 2019 para 73% no primeiro trimestre de 2020.

A receita líquida da Cesp avançou 30% sobre o primeiro trimestre do ano passado, para R$ 460,5 milhões em igual período deste ano. A empresa gerou 1.105 MW médios de energia, 3% acima dos 1.077 MW gerados no primeiro trimestre de 2019.

Vale notar que a Cesp praticamente não realizou investimentos no primeiro trimestre e sua capacidade geradora está quase toda concentrada na usina de Porto Primavera (SP). Assim, o destaque no primeiro trimestre foi a entrada em operação de uma unidade de compra e venda de energia, chamada Cesp Comercializadora.

“A Cesp entrou no mercado de trading de energia, a fim de auferir resultados por meio da variação dos preços de energia, dentro de limites de risco pré-estabelecidos”, explica a empresa. A Cesp informou que terminou o 1º trimestre com R$ 950 milhões em posição de caixa, situação melhor que no fim de março de 2019, quando o caixa era de R$ 741 milhões. A empresa informou que sua dívida líquida era de R$ 1 bilhão no final de março deste ano, menor que os R$ 1,4 bilhão do 1º trimestre do ano passado. Já a relação dívida líquida sobre o Ebitda teve uma redução drástica, de 4,0 vezes (4x) para 1,0 vez (1x) no 1º trimestre de 2020.

Multiplan (MULT3) 

A Multiplan, uma das maiores empresas administradoras de shopping centers do Brasil, publicou ontem seu balanço do 1º trimestre de 2020.

A empresa informou que obteve um lucro líquido de R$ 177,7 milhões, uma expansão de 93,3% sobre o lucro líquido de igual período do ano passado. O lucro antes dos impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 343,6 milhões no 1º trimestre deste ano, um crescimento de 49,1% sobre igual período de 2019.

A receita líquida da empresa avançou menos, 5,9% sobre o 1º trimestre de 2019, para R$ 325,9 milhões no 1º trimestre de 2020. Os resultados da Multiplan sofreram o impacto da chegada da epidemia do coronavírus no Brasil, a partir de março, e do fechamento dos centros comerciais para evitar a propagação do contágio e da doença. Todos os 19 shoppings controlados pela empresa foram fechados a partir de 18 de março. O impacto foi sentido pelos lojistas já nos resultados do 1º trimestre, com uma queda de 11,8% nas vendas mesmas lojas. A empresa afirma que tomou medidas para mitigar o impacto sobre os mais de 5 mil lojistas.

“Todos os lojistas que pagaram o aluguel em dia receberam uma redução de 50% no aluguel de março. A empresa também cortou custos nos shoppings, para oferecer aos locatários uma redução de 50% nos encargos de condomínio e uma redução de 100% na tarifa de fundos de promoção”, informou a Multiplan.

Segundo a empresa, para o aluguel de abril, a ser pago em maio, os lojistas que não tiverem aluguéis e taxas em atraso receberão redução de 100% do aluguel do mês, isto no caso dos shoppings que não puderam funcionar em abril – alguns reabriram na última semana do mês. “Até abril, a Multiplan concedeu aproximadamente R$ 300 milhões em reduções para os seus locatários”, afirmou a empresa. A Multiplan informou que cortou seus investimentos entre R$ 150 milhões e R$ 250 milhões para 2020 e adiou o pagamento de juros sobre o capital próprio para acionistas, no valor de R$ 148,4 milhões, de 29 de maio para 31 de dezembro de 2020.

A empresa afirma que encerrou o primeiro trimestre com posição de caixa de R$ 1,14 bilhão. Em março, a Multiplan sacou R$ 250 milhões em uma linha de crédito. “A dívida líquida da Multiplan, ao final do 1º trimestre, era de R$ 2,6 bilhões, e a relação dívida líquida sobre o Ebitda era de 2,55 vezes (2,55x)”, detalhou a Multiplan. Até o final de 2020, a empresa precisará pagar dívidas e honrar compromissos no valor de R$ 755,6 milhões. “A empresa não mudou sua estratégia de longa prazo”, afirmou no balanço.

Log Commercial (LOGG3)

A Log Commercial Properties, empresa de Belo Horizonte (MG) especializada no aluguel e gestão de prédios comerciais e industriais, informou que obteve um lucro líquido ajustado de R$ 17,1 milhões no 1º trimestre de 2020, uma expansão de 33,3% sobre igual período do ano passado. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 26,6 milhões no 1º trimestre deste ano, um crescimento de 9% sobre igual período de 2019.

A receita líquida da Log cresceu 13% sobre o 1º trimestre do ano passado, para R$ 34 milhões no 1º trimestre deste ano. Como destaque, a empresa que atua em nove estados brasileiros afirma que entregou galpões industriais e imóveis comerciais com uma Área Bruta Locável (ABL) de 876,5 mil metros quadrados no 1º trimestre deste ano, um crescimento de 7,3% sobre o 1º trimestre do ano passado.

O banco Itaú BBA definiu como “ligeiramente positivos” os resultados do 1º trimestre da Log Commercial Properties. O BBA avalia que a Log apresentou “um crescimento modesto no período com a expansão do portfólio. Os dados operacionais foram saudáveis”. Segundo o banco, a perspectiva da empresa é boa, com novos projetos de galpões industriais e três aquisições de terrenos no projeto chamado “todos por1”. A Log informou no balanço que adquiriu um grande terreno em Betim (MG) e começou a construção de um galpão para uma siderúrgica.

O BBA destacou que o lucro líquido avançou 36% no 1º trimestre, outro dado positivo. Segundo o BBA, é possível que a epidemia do coronavírus até dê impulso aos negócios da Log, porque mais companhias de comércio eletrônico deverão alugar ou comprar galpões industriais e centros de distribuição nas regiões metropolitanas. O BBA mantém a recomendação outperform – acima da média do mercado, com preço-alvo de R$ 24,00 para a ação em 2020.

OdontoPrev (ODPV3) 

A Odontoprev teve um lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 75,2 milhões no primeiro trimestre de 2020, queda de 22,8% frente os R$ 97,4 milhões apurados no mesmo período de 2019. A receita da companhia subiu 0,3%, indo de R$ 453,6 milhões para R$ 455 milhões.

O Ebitda teve queda  de 21,2%, a R$ 111,5 milhões. Em termos ajustados, foi de R$ 112,2 milhões, queda de 7,6%. A margem Ebitda ajustada foi de 24,7%.

A companhia teve 7,4 milhões de beneficiários no período, com mais 64 mil clientes no trimestre. A taxa de sinistralidade foi a 45,8% frente a taxa de 44,6% no quarto trimestre.

Eneva (ENEV3) e AES Tietê (TIET11)

A Eneva informou que segue estudando, em conjunto com seus assessores, a possibilidade de formular uma nova proposta pela AES Tietê, informou a companhia em resposta a pedido de esclarecimento pela B3. “Até esta data, entretanto, não foi formulada qualquer recomendação a ser submetida ao conselho de administração da Eneva”.

A Embraer teve o rating rebaixado para Ba2 pela Moody’s. O rebaixamento segue o término do acordo de joint venture com a Boeing, do qual esperava-se que melhorasse significativamente a qualidade do crédito das notas não garantidas que seriam transferidas para a JV e, consequentemente, deixaria a Embraer praticamente sem dívidas e com uma posição de liquidez ainda forte, diz a Moody’s em
relatório.

Mas os rebaixamentos também refletem a tensão adicional prevista no desempenho financeiro e no balanço da Embraer nos próximos anos devido ao forte impacto que da pandemia causada pelo novo coronavírus terá na demanda por novas aeronaves comerciais e de negócios, com um período de recuperação de vários anos previsto, diz o relatório.

A perspectiva negativa captura a incerteza de alto nível em torno da duração e gravidade finais do impacto da pandemia do COVID-19 na atividade econômica global e na demanda de aeronaves, e a probabilidade de queima de caixa material durante o período subsequente, afirmou a agência.

(Com Bloomberg)

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