Dona do Google supera expectativas no primeiro trimestre, mas publicidade recua

Dona do Google supera expectativas no primeiro trimestre, mas publicidade recua

abril 29, 2020 Off Por Today Newsroom

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(Shutterstock)

SÃO PAULO – A Alphabet, controladora do Google, registrou um lucro líquido de US$ 6,8 bilhões no primeiro trimestre do ano, segundo o balanço divulgado pela empresa nesta terça-feira.

A receita total da companhia saltou 13,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo em 2020 US$ 41,1 bilhões. Já a receita com a dedução dos custos de aquisição de tráfego (TAC, na sigla em inglês) foi de US$ 33,71 bilhões –  acima das expectativas de US$ 32,6 bilhões do mercado.

Por outro lado, a empresa informou lucro por ação de US$ 9,87, se distanciando da meta dos analistas de US$ 10,35.

“O desempenho foi forte durante os dois primeiros meses do trimestre, mas em março experimentamos uma desaceleração significativa nas receitas de anúncios”, disse a diretora financeira do Google, Ruth Porat, em comunicado.

O CEO da Alphabet, Sundar Pichai, disse que a empresa teve um forte desempenho de anúncios em janeiro e fevereiro, mas uma desaceleração notável em março. “Até março, nossas linhas de receita sem publicidade mantinham um desempenho sólido”, acrescentou. A empresa anunciou queda na receita publicitária de aproximadamente 16%.

Nuvem e Youtube ajudam

Os negócios de computação em nuvem continuam a crescer. O Google Cloud gerou US$ 2,77 bilhões em receita neste trimestre, um aumento de 52% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a empresa. Os números são aproximadamente 6,9% maiores que o último trimestre de 2019, quando registrou US$ 2,6 bilhões.

Desde que Thomas Kurian assumiu o cargo de CEO da Cloud em janeiro de 2019, a unidade anunciou planos para triplicar sua força de vendas nos próximos anos e criar parcerias para competir diretamente com a Amazon Web Services e a Microsoft por grandes clientes empresariais, como bancos e as empresas de telecomunicações.

Kurian disse que os negócios com clientes contratos superior a US$ 50 milhões mais que dobraram no ano passado. Em fevereiro, a Cloud comprou por US$ 2,4 bilhões a empresa de análise de dados Looker.

A expansão se integra ao plano de ações internas desenvolvidos, que já alterou a forma como paga seus vendedores e criou novos cargos para perseguir as principais organizações globais.

Segundo um relatório da empresa americana de software de computador Flexera, que ouviu mais de 700 profissionais do mercado, o Google Cloud é a nuvem que mais cresce entre as empresas.

As previsões para esse tipo de negócio são ainda melhores, tendo em vista que a demanda por computação em nuvem deve crescer ao mesmo passo em que o trabalho remoto se consolida em todo mundo – mesmo após o fim da pandemia.

Os desafio dos provedores de nuvem, no momento, estão na tensão da infraestrutura (em garantir o funcionamento pleno com o aumento de acessos e sobrecargas) e no fluxo de negócios, já que os vendedores não podem mais se encontrar com os clientes pessoalmente. Para os executivos do Google Cloud o segundo desafio é ainda maior, pois fazer acordos com novos clientes corporativos é crucial para alcançar a Microsoft e a AWS.

A receita de anúncios do Google no YouTube cresceu 33% no período, faturando US$ 4,04 bilhões. A companhia anunciou uma diminuição na receita da plataforma no final do primeiro trimestre – período em que os efeitos da pandemia da Covid-19 em seus negócios de publicidade foram mais evidentes.

As outras receitas do Google, que cobrem itens como compras de hardware e Google Play, foram de US$ 4,44 bilhões no trimestre – avanço de 23% em relação ao ano anterior.

Quanto às apostas da Alphabet – como a empresa de desenvolvimento de tecnologia para carros autônomos, Waymo e a organização de pesquisa em saúde, Verily – ambas registraram receita de US$ 135 milhões, queda de 21% em relação ao ano anterior.

Apesar dos resultados terem sido superiores ao que mercado esperava, analistas acreditam que os números do segundo trimestre refletirão melhor a extensão dos impactos do coronavírus nos negócios da Alphabet.

A previsão de receita para o próximo trimestre (menos TAC) é US$ 29,86 bilhões. Um resultado quase US$ 2 bilhões inferior aos US$ 31,7 bi alcançados no mesmo período de 2019.  Já as expectativas de ganhos por ação no período é de US$ 7,89. No mesmo trimestre do ano passado, a Alpabet ganhou US$ 14,21 por ação.

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