Dólar sobe mais de 2% em meio a correção, aumento das tensões entre EUA e China e incerteza sobre estímulos

Dólar sobe mais de 2% em meio a correção, aumento das tensões entre EUA e China e incerteza sobre estímulos

agosto 3, 2020 Off Por Today Newsroom

(Crédito: Pixabay)

SÃO PAULO – O dólar dispara nesta segunda-feira (3), mas não apenas ante o real. Hoje, os câmbios globais enfrentam um movimento de flight to quality diante do aumento nas incertezas do ambiente macroeconômico.

Às 16h20 (horário de Brasília) o dólar comercial subia 2,17% a R$ 5,3287 na compra e a R$ 5,3316 na venda. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a subir mais de 3%, superando os R$ 5,33. O contrato futuro do dólar para setembro avança 2,07% a R$ 5,337.

Segundo Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora, o avanço no número de casos do coronavírus em diversos países que saíram de suas quarentenas se conjugou a uma correção depois da forte desvalorização da moeda americana no mês passado. “O dólar vinha caindo há tempos e hoje está havendo um ajuste em relação às outras moedas, principalmente as de países emergentes”, conta.

Em julho, a moeda dos EUA perdeu 4,04% do seu valor ante o real.

Para Iha, também contribuem para esse movimento de compras no dólar a demora para sair uma definição no debate que ocorre no Congresso dos Estados Unidos acerca de um estímulo de US$ 1 trilhão para enfrentar os impactos econômicos da pandemia.

Um outro fator que incerteza é a disputa entre Estados Unidos e China, que no mês passado foi movimentada pelo fechamento de consulados dos dois lados e hoje ocorre no âmbito da polêmica do aplicativo TikTok.

O presidente americano, Donald Trump, ameaçou banir o TikTok dos EUA acusando a empresa chinesa dona do app, a ByteDance, de oferecer riscos à privacidade e segurança de dados dos usuários. A Microsoft anunciou no domingo que pretende comprar o TikTok em território americano.

Ricardo Kazan, gestor da Novus Capital, aponta que não são claros os motivos que levam o câmbio a se comportar de maneira tão díspar da Bolsa, que hoje registra leves ganhos. No entanto, ele destaca que o real não está descolado das outras moedas. “México e Brasil estão andando juntos”, explica.

Hoje, o peso mexicano recua 1,74% a US$ 0,044.

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