Direcional (DIRR3): CEO vê com cautela classe média no MCMV e diz que novo presidente da Caixa não muda ‘rotina’
novembro 8, 2023A Direcional (DIRR3) apontou na teleconferência de resultados do 3T23, realizada nesta quarta (8), um cenário bem melhor relacionado aos custos de insumos, o que tanto atormentou o setor até recentemente.
Segundo Henrique Paim, CFO da companhia, vê-se de forma “mais latente queda no preço dos materiais, trazendo um efeito muito positivo, e permitindo que a companhia olhe para frente, de forma otimista, em relação à margem bruta”.
A empresa chamou de benigno os atuais custos de materiais e insumos de construção. Com relação à mão de obra, Ricardo Gontijo, CEO da companhia, comentou que a única preocupação está relacionada à praça de São Paulo.
“Uma praça com número maior de lançamentos nos últimos anos, volume de obras muito grande; ali realmente tem um desafio maior. Apesar de São Paulo não ter uma representatividade tão grande, já que nossa operação é muito pulverizada, e claramente não vai impacto em nossas margens, é uma praça que tem mais demanda de mão de obra do que o restante do Brasil”, ressaltou.
Notícia espetacular, mas é preciso saber do funding
Na teleconferência, Gontijo comentou ainda sobre possível acesso à classe média ao Minha Casa Minha Vida (MCMV), conforme o governo federal tem se manifestado, que é incluir famílias com renda de até R$ 12 mil no programa.
“Se houver funding, se essa equação de disponibilidade de funding tiver fechada ou tranquila, é espetacular a notícia, inclui muitas famílias para o segmento da Riva (subsidiária da Direcional voltada ao segmento de renda média) como potenciais compradores de nossos produtos”, disse.
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No entanto, o CEO fez ressalvas a proposta do governo. “Mas acho que temos que olhar com cautela e entender muito bem qual é o funding, de onde vem o funding. A gente está aqui para ter um negócio de longo prazo sustentável e não para demanda enorme por um, dois anos”, ressaltou.
A preocupação futura de Gontijo é um possível corte futuro de recursos ao programa depois de implementado. “Acho que é cedo para fazer qualquer tipo de comentário. Numa primeira análise é espetacular, mas acho que tem que ter um pouco de cautela com essa disponibilidade de funding para essa potencial demanda que viria”, complementou.
Nova diretoria da Caixa
Já sobre a nova direção da Caixa Econômica Federal – o novo presidente do banco indicado pelo Centrão, Carlos Antônio Vieira Fernandes, tomou posse na segunda (6) -, o CEO da Direcional disse não ver nenhum impacto no MCMV (a instituição é a operadora financeira do programa).
“A gente já viu diversas gestões (na Caixa) desde que o Minha Casa Minha Vida foi anunciado, com operação sem impacto, transição sem nenhum tipo de problema, time técnico muito competente, sólido. Isso deixa a gente muito tranquilo na operação com a Caixa”, disse.
“Desde que o Minha Casa Minha Vida foi anunciado em 2009, não houve nenhum problema na operação. Acho que agora vai se dar da mesma forma. Não sabemos como vão ficar as vice-presidências, mas é um ponto que não deve ter impacto e nem se vai haver mudança. Estamos seguindo vida sem nenhuma perspectiva, sem nenhuma luz amarela acesa, mais do mesmo, principalmente relacionado à rotina”, afirmou.
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