Dia de trabalho pandêmico é 48 minutos mais longo, diz pesquisa
agosto 4, 2020(Bloomberg) — Ficamos conectados por mais horas. Participamos de mais reuniões com mais pessoas. E enviamos mais e-mails.
De Nova York a Tel Aviv, a revolução do teletrabalho resultou em muito mais trabalho, segundo estudo com 3,1 milhões de pessoas em mais de 21 mil empresas em 16 cidades da América do Norte, Europa e Oriente Médio.
Os pesquisadores compararam o comportamento dos funcionários durante dois períodos de oito semanas antes e depois das quarentenas da Covid-19.
Analisando e-mails e metadados de reuniões, o grupo calculou que a jornada de trabalho foi 48,5 minutos mais longa, o número de reuniões aumentou cerca de 13% e as pessoas enviaram uma média de 1,4 e-mail a mais por dia aos colegas.
Em algumas cidades, como Los Angeles e Chicago, a duração média dos dias úteis voltou aos níveis pré-pandemia. Mas dias mais longos persistiram na cidade de Nova York, San José e na maior parte da Europa até maio.
“As pessoas ajustaram seus padrões de trabalho”, disse Jeff Polzer, professor do departamento de comportamento organizacional da Harvard Business School, um dos cinco coautores do estudo.
Durante o período de dois meses, houve uma parte do trabalho que melhorou: essas reuniões extras foram mais curtas, de acordo com a análise de pesquisadores da Harvard Business School e da Universidade de Nova York. O estudo foi publicado pelo Escritório Nacional de Relações Econômicas em julho.
As empresas avaliam o impacto do experimento do trabalho em casa na produtividade, moral, cultura, custos e outros fatores para determinar como podem modificar suas práticas daqui para frente.
Outras análises sobre dados de redes virtuais privadas, ou VPNs na sigla em inglês, revelaram que as pessoas trabalhavam três horas a mais nos EUA e se conectavam em horários atípicos. As pessoas que falaram com a Bloomberg News atribuíram seus horários agitados às demandas dos cuidados dos filhos, o que eliminou as fronteiras entre trabalho e casa, e ao estresse da recessão.
O grupo da Harvard e NYU disse que a pesquisa representa um dos maiores estudos até o momento e incluiu dados de 16 áreas metropolitanas.
Polzer, da Harvard, diz que são necessárias mais pesquisas para verificar se os hábitos mudaram permanentemente, mas ele não espera que o comportamento retorne aos níveis pré-pandemia em breve. “Não é como se voltássemos aos tempos normais”, afirmou.