Covid torna voo de classe executiva mais parecido com econômica

Covid torna voo de classe executiva mais parecido com econômica

setembro 14, 2020 Off Por Today Newsroom

Boeing 777X
(Divulgação)

(Bloomberg) – Esqueça a taça de Moet & Chandon gelada antes da decolagem, a gim-tônica no meio do voo e um carrinho de sobremesas vagando depois do jantar. Voar em classe executiva não é o que costumava ser.

As medidas para minimizar a interação humana e reduzir o risco de infecção por Covid-19 tiram o brilho dos assentos mais caros a bordo de aeronaves comerciais. Adeus aos banquetes com vários pratos e serviço pessoal caloroso, que já foram as marcas de companhias aéreas como Singapore Airlines e Cathay Pacific Airways.

Hoje em dia, o que resta das viagens de nível premium é funcional, higiênico e mais próximo da classe econômica, apenas com mais espaço para as pernas.

As limitações são mais uma dor de cabeça para o setor, que enfrenta o colapso quase total da demanda depois de anos de disputa com ofertas de luxo para atrair os passageiros mais rentáveis.

Classe econômica

“Não há ninguém para ajudá-lo com sua bagagem, você não é acompanhado até o assento e definitivamente não há champanhe antes do voo”, disse Sandra Lim, que voou em classe executiva de Los Angeles para Cingapura com a Singapore Air no final do mês passado. “Parece uma reversão para a classe econômica.”

A tripulação usava máscaras e proteção para os olhos, evitando pontos de contato compartilhados sempre que possível, disse Lim. Embora os passageiros pudessem pedir uma bebida, não era oferecida gratuitamente e não havia cardápio. As refeições vinham com tudo em uma bandeja, assim como na classe econômica, e não em pratos separados.

“Quando você tira a comida e o serviço, é apenas um meio de transporte para ir do ponto A ao B”, disse Lim, consultora de alimentos e bebidas de 38 anos.

Algumas rotas no exterior foram retomadas, mas o tráfego global é fraco. A demanda de passageiros internacionais caiu 92% em julho, e os aviões que voaram normalmente estavam aproximadamente metade cheios, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês).

Mudança estrutural

Também não está claro até que ponto o mercado premium, que a IATA diz ter gerado 30% das receitas internacionais das companhias aéreas em 2019, pode se recuperar. Muitos passageiros de negócios se acostumaram a videoconferências em vez de fazer visitas pessoalmente, e a recessão global ameaça orçamentos corporativos.

“Estamos enfrentando um longo e incerto caminho para a recuperação”, disse o diretor comercial e de clientes da Cathay, Ronald Lam, na segunda-feira. “Simplesmente não vamos sobreviver a menos que adaptemos nossas companhias aéreas para o novo mercado de viagens.”

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