Consumo no Brasil recua na quarentena; gastos com produtos de higiene chegaram a cair 34%
abril 17, 2020SÃO PAULO – Com boa parte da população em casa seguindo as ordens de isolamento social dadas pelas autoridades da Saúde e pelo governo, os hábitos de consumo mudaram e, no Brasil, houve retração durante o mês de março, segundo dados de um estudo da consultoria Kantar, que mostra os impactos da pandemia no Brasil e no mundo.
Na comparação entre a semana do dia 9, na pré-quarentena, e a do dia 23, a última do mês, houve redução de 8% no gasto total dos consumidores, 5% na frequência de viagens aos pontos de venda e 9% na quantidade de itens comprados. O mesmo cenário foi registrado na China, onde a recuperação só se deu seis semanas após o início da quarentena, segundo informações do estudo.
O abastecimento inicial dos lares na semana de 16 de março foi principalmente com categorias básicas e não perecíveis: gastos com papel higiênico, por exemplo, aumentaram 47% em relação à semana anterior.
Em seguida vieram sabonete, com 41%, detergente (40%) e água sanitária e alvejantes (38%). Alimentos, como leite, açúcar, derivados de tomate, iogurte e massa, também se destacaram.
Já na semana de 23 de março, as categorias que mais cresceram na comparação com a semana do dia 9 foram:
Produto | Aumento |
linguiças e embutidos | +15% |
água sanitária e alvejantes | +8% |
água mineral | +8% |
frangos | +7% |
leite | +6% |
acessórios de limpeza | +6% |
alimentos para pets | +5% |
iogurte | +2% |
pão industrializado | +2% |
Em compensação, a cesta que sofreu maior impacto foi a de higiene. Os gastos com absorventes e desodorantes caíram 34%, creme dental 30% e produtos pós xampu 28%.
A retração também foi notada nos produtos indulgentes. Entre eles, salgadinhos (-23%), sucos (-19%), refrigerantes (-13%) e achocolatados (-11%).
“Na pós-estocagem foram priorizados os produtos para limpeza da casa e os não perecíveis. Já entre os formatos, o varejo tradicional permaneceu importante, enquanto farmácias e hipermercados perderam espaço entre os consumidores brasileiros”, explica David Fiss, Diretor de Client Service & New Business da Kantar.