Como o SUS atingindo o limite com o coronavírus impacta as empresas de saúde da Bolsa

Como o SUS atingindo o limite com o coronavírus impacta as empresas de saúde da Bolsa

maio 21, 2020 Off Por Today Newsroom

SÃO PAULO – A situação do sistema público de saúde brasileiro piora a cada dia por conta do aumento de casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

Diante disso, diversas opções já estão sendo estudadas e aplicadas, como aluguel de leitos privados por parte dos governos, ou a chance de se criar uma fila única usando o sistema público e privado.

Todas essas incertezas e o sistema próximo do limite têm impacto em algumas companhias do setor que têm ações na bolsa de valores, caso da Notre Dame Intermédica (GNDI3) e da Hapvida (HAPV3).

Para os analistas da Ágora Investimentos, neste momento, o impacto nestas companhias deve ser limitado “devido à sua estrutura de baixo custo”. Diante disso, a corretora tem recomendação de compra para as duas ações.

Segundo eles, é improvável que sejam implementados a lista única de espera e uma situação em que o SUS assuma os leitos privados, dados os desafios gerenciais e a pressão sobre empresas e trabalhadores no espaço privado.

A equipe da Ágora lembra que a estratégia de aluguel de leitos já está sendo implementada em alguns estados, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, com pagamentos que variam de R$ 2,1 mil até R$ 3,1 mil por dia de uso.

Neste cenário, os analistas enxergam um impacto limitado nos sinistros das empresas, uma vez que os custos com tratamento da Covid-19 representam 20% a 50% dos custos dos procedimentos normais, além do fato que os preços pagos parecem cobrir os custos.

Atualmente, em cinco estados do país os leitos de UTI públicos para tratamento de Covid-19 já estão com mais de 90% da lotação, segundo dados da Agência Pública. Outros quatro estados estão com mais de 75% de UTIs públicas ocupadas, e mais três – São Paulo, Rio de Janeiro e Sergipe – superam 50%, apesar destes governos não separarem dados do sistema privado e do público.

Enquanto isso, a equipe do UBS diz que, embora a incerteza em relação ao impacto do coronavírus permaneça, a expectativa é que as operadoras privadas de plano de saúde sejam beneficiadas no cenário atual.

Eles explicam ainda que, conforme o isolamento social foi sendo adotado, a ocupação hospitalar caiu bastante, o que acabou por reduzir os custos destas empresas, já que o tratamento da Covid-19 é mais barato do que para outras situações.

O UBS ressalta que, para a Notre Dame, como no médio e longo prazo o cenário segue promissor, dada a eficiência da subsidiária Clinipam e alguns outros catalisadores positivos, a recomendação segue de compra para os papéis da companhia.

“A ação da Notre Dame não é barata, mas acreditamos no potencial de alta, histórico de qualidade e alternativas escassas com dinâmica semelhante”, apontam os analistas. Eles destacam ainda que a companhia teve fortes resultados no primeiro trimestre, com aceleração da forte tendência comercial apresentada em 2019, com 93 mil adições líquidas na base de clientes, além da sinistralidade abaixo do esperado devido às taxas mais baixas das empresas adquiridas.

Diante disso, apesar das incertezas geradas pelo cenário, com alguns riscos do sistema público interferir ou assumir no privado, os analistas apontam que o impacto direto do coronavírus nas empresas do setor na bolsa tende a ser limitado ou até mesmo marginalmente positivo para as operadoras mais verticalizadas, como aponta o UBS sobre a Notre Dame.

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