China acusa Nvidia de violar leis antitruste em meio a negociações com EUA; ação cai

China acusa Nvidia de violar leis antitruste em meio a negociações com EUA; ação cai

setembro 15, 2025 Off Por Today Newsroom

A China concluiu que a Nvidia (BDR: NVDC34) violou leis antitruste em uma aquisição de 2020, aumentando a pressão sobre Washington em meio a negociações comerciais sensíveis.

Segundo a Administração Estatal de Regulação de Mercado, a fabricante americana de chips descumpriu normas de concorrência após comprar a Mellanox Technologies Ltd., fornecedora de equipamentos de rede. A decisão veio após uma investigação preliminar. As ações da Nvidia recuaram cerca de 2% no pré-mercado, enquanto os futuros dos índices acionários dos EUA reduziram ganhos.

O anúncio coincidiu com o segundo dia de negociações em Madri entre representantes de EUA e China sobre tarifas, tema central para a relação entre as duas maiores economias do mundo. No fim de semana, Pequim também abriu investigação antidumping sobre um tipo de semicondutor produzido por empresas americanas, incluindo a Texas Instruments Inc., cujos papéis caíram em torno de 2% no pré-mercado.

O regulador não detalhou nesta segunda-feira quais medidas pretende adotar contra a Nvidia e informou que seguirá investigando a companhia. A empresa não respondeu a pedido de comentário enviado fora do horário comercial.

A Nvidia tornou-se peça central nas tratativas entre Pequim e Washington em 2025, devido ao seu papel estratégico no avanço de tecnologias como inteligência artificial. A companhia domina o mercado de chips essenciais para o funcionamento de serviços de IA usados por empresas como Meta Platforms Inc. e DeepSeek.

Em dezembro, a China abriu investigação sobre a compra da Mellanox, negócio de US$ 7 bilhões aprovado quatro anos antes, com a condição de que a Nvidia não discriminasse empresas chinesas.

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Posteriormente, o governo dos EUA impôs restrições que proibiram a venda de chips avançados de IA da Nvidia para companhias chinesas, como o modelo H100, alegando motivos de segurança nacional. A empresa redesenhou seus produtos ao menos duas vezes para atender às normas americanas e manter vendas no país.

A decisão preliminar desta segunda-feira ocorre semanas após o governo Trump autorizar Nvidia e Advanced Micro Devices (AMD) a vender alguns chips de IA para empresas chinesas. Mesmo assim, Pequim vem orientando companhias locais a evitar o uso do acelerador H20 da Nvidia, citando preocupações de segurança.

Ainda não está claro qual impacto o anúncio do regulador chinês terá nas conversas em Madri. Segundo um alto funcionário do Tesouro americano, o primeiro dia de reuniões durou quase seis horas, abrangendo temas que foram de TikTok a comércio e economia global.

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O aplicativo da ByteDance enfrenta nesta semana prazo para chegar a um acordo que garanta sua permanência nos EUA. A Reuters informou que o governo Trump deve novamente estender o prazo para a venda do TikTok.

Autoridades também discutem a possibilidade de um encontro entre Donald Trump e Xi Jinping em outubro, durante uma cúpula na Coreia do Sul.

No domingo, Trump disse a jornalistas que as negociações estão “indo bem”, mas ressaltou que o futuro do TikTok dependerá de Pequim.

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“Podemos deixar o aplicativo acabar, ou não — não sei, depende. Está nas mãos da China”, afirmou o presidente em Nova Jersey, a caminho da Casa Branca.

©️2025 Bloomberg L.P.

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