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Câmbio e alta das commodities impulsionam lucros das companhias brasileiras no 3º trimestre
novembro 17, 2021![análise de balanços](https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2021/10/analise-de-balancos.jpg?fit=768%2C512&quality=70&strip=all&is-pending-load=1)
SÃO PAULO – O lucro das empresas listadas na bolsa de valores brasileira disparou na comparação com o mesmo intervalo de 2020 e também ao se levar em consideração 2019, período pré-pandemia.
De acordo com um levantamento da Economatica, que acompanhou os resultados de 291 companhias, no terceiro trimestre deste ano, no total, entre julho e setembro de 2021 esse número foi R$ 128,2 bilhões, alta de 124,7% na base anual e de 139,0% na bienal.
Entre as companhias acompanhadas estão as dos mais variados setores, incluindo gigantes como a Vale (VALE3), a Petrobras (PETR3;PETR4) e o setor financeiro brasileiro. Essas, porém, foram excluídas em determinado momento do estudo por distorcerem a amostra geral, puxando a variação para cima.
Apenas Petrobras e Vale foram responsáveis por um ganho de R$ 51,3 bilhões entre julho e setembro deste ano, 40% do lucro total. A petroleira reverteu prejuízo na base anual e a mineradora teve alta de quase 30%.
Já o setor financeiro – que inclui bancos, seguradoras e bolsas – viu se lucro voltar a crescer em 2021, superando o de 2019. Em 2020, os ganhos foram prejudicados principalmente pela queda da Selic. Com lucro de R$ 24,1 bilhões, o setor perde em lucratividade apenas para a Petrobras e a Vale.
Sem o setor de mineração, o financeiro e o petroleiro, as companhias brasileiras lucraram R$ 101,3 bilhões, alta de 77,30% na comparação com o mesmo intervalo de 2020 e de 117,25% com o de 2019.
Câmbio e alta das commodities impulsionam lucros de companhias de insumos
Entre essas, alguns setores viram sua lucratividade operacional disparar nos últimos dois anos. São destaques, nesses casos, as companhias de siderurgia e de metalurgia, com as 18 companhias listadas registrando um lucro em 2021 de R$ 14 bilhões, 821,76% maior do que no consolidado de 2019. O setor de químicos, com nove empresas, vem em segundo lugar, com o lucro crescendo 833,05% na base bienal, chegando a R$ 7,9 bilhões.
Na comparação com 2020, as maiores variações são para o setor de veículos e autopeças, que registraram alta de 536,93% no lucro, e para o setor de agro e pesca, com alta de 459,6%.
De maneira geral, a desvalorização do real frente ao dólar e também o fato de as commodities e insumos terem ficado mais caros pesou em todos os setores mencionados. Boa parte das companhias viram seus produtos se valorizarem no mercado internacional e ainda estão gastando menos por produzirem no Brasil, com o Real menos valorizado.
Por esses motivos, a margem bruta no terceiro trimestre de 2021 foi de 26,67%, valor 0,56 pontos percentuais superior ao de 2020 e 1,51 pontos percentuais superior a 2019.
A receita líquida operacional dessas empresas foi de R$ 657,1 bilhões, valor 33,2% superior ao do mesmo período de 2020 e 51,6% com relação ao de 2019, também, então, registrando alta, mas não tão acentuada.
Cenário também atrapalhou diversas empresas
No lado oposto, no da queda da lucratividade, estão os setores mais voltados ao mercado interno. O comércio teve o maior recuo entre as baixas de lucro operacional, com queda de 58,28%, seguido pelo setor de construção, com 49,66%, e pelo imobiliário, com 37,36%.
“O aumento dos custos de mercadorias vendidas, principalmente pelas varejistas, foi uma tendência muito clara. Isso tem uma relação muito grande com as questões inflacionárias e há como resultado reduções das margens”, explicou Henrique Esteter, especialista de mercado do Infomoney.
Também com foco no mercado interno estão os três setores que fecharam setembro de 2021 com prejuízos. O setor de transportes e serviços registra o maior prejuízo deles, com déficit de R$ 3,81 bilhões, seguido pelo setor de telecomunicações, R$ 2,55 bilhões, e o de educação, R$ 292 milhões.
Houve ainda, apesar da maior lucratividade, um aumento da dívida líquida geral, que chegou a R$ 737,3 bilhões, alta de 6,1% frente a 2020 e de 18,6% na comparação com 2019.
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