“Atrocipage”: As Atrocidades do Mercado
dezembro 20, 2023Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores
A palavra é forte, e a ideia é essa mesma. O choque. Chamar atenção para as “atrocidades” do mercado. Por exemplo: Imagine um país com uma inflação nos últimos 12 meses acumulada em 160%. O teoricamente-futuro-extinto Banco Central decide cortar as taxas de juros para níveis extremamente estimulativos, tipo 100% ao ano, ou seja, -60% ao ano de juro real ex-ante. Atrocidade. Ou quando todos os analistas esperam um crescimento das exportações do Japão em 1,4% e a realidade é uma redução, e agora todo mundo bate mais um pouco no yen. Atrocidade.
Mas nem sempre a palavra se aplica, claro. Aparentemente basta você viver 7 anos consecutivos de reformas estruturantes, manter instituições e câmbio assustadoramente sólidos (no relativo com outros países), colocar a cereja do bolo em cima (reforma tributária) e aprovar uma LDO com meta orçamentária de 0% (“zero porcento”, com Z de “Zero”) do PIB, que a S&P decide melhorar sua nota de crédito. Simples, certo? Ora, agora Brasil é BB. Isso não significa que somos um filet mignon, claro, mas já somos um acém. Meu amigo, é do acém que se faz o Denver. Zero atrocidade aqui.
Vale ainda ficar de olho e decidir por si próprio o que é ou não é atrocidade: China mantendo taxa de juros (não é); petroleiros que saem do golfo pérsico tendo que refazer os passos de Vasco da Gama (é); Trump fora das cédulas de votação do Colorado (é ou não é?); Orçamento Secreto – com outro nome, claro (é); MP da subvenção sendo votada hoje com mais arrecadação do que o texto anterior (esse aqui depende se você é pagador ou arrecadador de imposto pra decidir). Mas usar a palavra “subvenção” é uma atrocidade? É.
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