Aquisições bilionárias e possível fusão de 2 grandes bancos: as operações que movimentam as empresas no exterior
setembro 15, 2020SÃO PAULO – Entre o último fim de semana e o início desta semana, o noticiário sobre fusões e aquisições movimentou o mercado, não só brasileiro com a notícia sobre a negociação da Ser (SEER3) com a Laureate do Brasil (veja mais clicando aqui), MAS principalmente o americano e europeu.
Na indústria de semicondutores, a Nvidia anunciou a aquisição da fabricante de chips Arm, do Softbank, por US$ 40 bilhões, na maior operação do setor na história. A Arm produz componentes fundamentais para smartphones da Apple e da Huawei, entre outras, consolidando a presença da Nvdia no mercado de operação móvel.
Para a Nvidia, a Arm representa uma chance de impulsionar seu negócio de rápido crescimento para data centers, as enormes redes de computadores que alimentam grandes empresas e redes de computação em nuvem. As ações da Nvidia, que já subiram mais de 110% este ano, subiram mais de 5% na segunda-feira e seguiram com ganhos nesta terça-feira.
Já o SoftBank segue desinvestindo de ativos “operacionais” para focar na performance do Vision Fund (de mais de US$ 100 bilhões), seu fundo focado em tecnologia, conforme ressalta Guilherme Giserman, estrategista internacional da XP Investimentos, no relatório Radar Global.
No sábado, por sua vez, foi anunciado que a farmacêutica norte americana Gilead adquiriu a Immunomedics por US$ 21 bilhões – representando um prêmio de 108% sobre o fechamento de sexta-feira e fazendo com que os papéis da última companhia chegassem a dobrar de valor na Nasdaq na sessão da véspera.
A Immunomedics produz o Trodelvy, medicamento promissor para o combate ao câncer de mama.
A estimativa é de que, comprovada sua eficácia para outros tipos de câncer, o produto possa adicionar entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões em receitas ao ano para a Gilead, destaca Giserman.
Operações no radar
Além das operações concluídas, os investidores ainda ficam de olho nos acordos que possam vir a ser cumpridos em breve.
A Oracle (ORCL34) superou a Microsoft (MSFT34) e confirmou que será a “parceira tecnológica” do aplicativo chinês TikTok nos EUA após uma verdadeira novela sobre a venda ou não do aplicativo nos EUA pela chinesa ByteDance. A operação não deverá ser configurada como venda total e mais detalhes do acordo serão submetidos ao governo americano ainda nesta semana.
Conforme destaca Giserman, por parte da Oracle, a transação é estratégica e deverá: alavancar as operações cloud (74% das receitas), dado que a empresa irá armazenar as bases de dados do TikTok – o mercado cloud é atualmente dominado pela Amazon (AMZO34) e Microsoft – com cerca de 60% de fatia de mercado.
Além disso, a Oracle terá acesso a dados estratégicos uma vez que, com mais de 100 milhões de usuários nos EUA, o TikTok ajudará a Oracle a aprimorar seu software de distribuição de anúncios, um de seus principais produtos. “Ainda não está claro se a tecnologia de Inteligência Artificial do aplicativo (responsável pela recomendação de conteúdo) será incluída no acordo”, aponta.
O governo dos EUA realizará uma análise de segurança nacional da proposta da Oracle pelo TikTok nesta semana, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, em entrevista à CNBC na segunda-feira.
O acordo, se finalizado, criaria o que Mnuchin chamou de “TikTok Global”. Ele acrescentou que a unidade teria sede nos Estados Unidos e criaria 20 mil empregos – potencialmente uma medida para facilitar o acordo, já que Trump enfrenta o que promete ser uma eleição presidencial muito disputada em novembro.
Conforme destaca a Bloomberg News, o acordo entre a ByteDance e a Oracle será mais parecido a uma reestruturação corporativa do que a uma venda direta proposta pela Microsoft, embora seja provável que inclua uma participação em uma empresa americana recém-formada.
Os termos em discussão com a Oracle ainda estão em andamento e uma das opções seria a Oracle ficar com uma participação em uma empresa recém-formada nos Estados Unidos enquanto serviria como parceira de tecnologia do TikTok no país, armazenando dados do aplicativo de vídeo nos servidores em nuvem da Oracle. Veja mais clicando aqui.
Por fim, segundo portal suíço Inside Paradeplatz, os bancos UBS (UBSG34) – valor de mercado de US$ 48 bilhões – e Credit Suisse – valor de mercado de US$ 27 bilhões – estariam negociando uma fusão, que daria origem a um megabanco europeu, com receitas anuais superiores a US$ 50 bilhões.
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Os rivais já vinham discutindo a união das áreas de back-office para cortar custos e a concretização da fusão cortaria 15.000 empregos, ou 20% do total.
O setor bancário da Europa está sob pressão para se consolidar à medida que a pandemia de coronavírus aumenta os desafios das taxas de juros negativas.
Embora um acordo entre os dois bancos suíços permita a eliminação da sobreposição, a execução de tal transação pode ser difícil, disse Andreas Venditti, analista da Vontobel, à Bloomberg. “A regulamentação seria o maior obstáculo, em minha opinião”, porque os requisitos são mais rígidos quanto maior for uma instituição, apontou, acrescentando que não acredita que um acordo seja provável.
O UBS está no meio de mudanças no comando: o ex-diretor-presidente do ING Groep, Ralph Hamers, assume o cargo do CEO Sergio Ermotti em novembro. Weber permaneceria como presidente do conselho da empresa combinada, sendo provável que o CEO seja do Credit Suisse, de acordo com a reportagem.
A agência reguladora do setor bancário Finma foi informada das deliberações, segundo o Inside Paradeplatz. Porta-vozes dos dois bancos não quiseram comentar.
(Com Bloomberg)
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