Após voto de Moraes, quais são os próximos passos do julgamento de Bolsonaro?

Após voto de Moraes, quais são os próximos passos do julgamento de Bolsonaro?

setembro 9, 2025 Off Por Today Newsroom

O ministro Alexandre de Moraes inaugura nesta terça-feira a nova fase do julgamento da ação penal sobre a trama golpista, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Como relator do caso, seu voto abre caminho para que os demais ministros se manifestem sobre a possível condenação de Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022.

A ordem dos votos após Moraes será: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Caso o colegiado decida pela culpa dos acusados, a Turma passará à etapa seguinte: o debate sobre a dosimetria das penas — ou seja, a definição do tempo de prisão para cada crime atribuído aos réus.

Somente depois dessa discussão é que o Supremo poderá proferir a decisão final, com a condenação ou absolvição dos acusados.

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O voto de Moraes será apresentado logo no início da sessão e deve ocupar toda a terça-feira. A expectativa é de um voto extenso, com mensagens enfáticas sobre a defesa da democracia e a responsabilização de condutas golpistas. Interlocutores do STF avaliam que os sinais do voto já foram dados na fala inicial do ministro, durante a abertura do julgamento.

Sem mencionar diretamente os pedidos de anistia, Moraes afirmou que “impunidade, omissão e covardia não são opções para a pacificação”. A frase foi interpretada como uma resposta aos defensores do perdão aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, que alegam buscar a “pacificação” do país.

“A História nos ensina que a impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação. Pois o caminho aparentemente mais fácil, e só aparentemente, que é da impunidade, que é da omissão, deixa cicatrizes traumáticas na sociedade”, disse Moraes.

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O ministro também criticou tentativas de interferência externa no processo e reforçou que a “soberania nacional” não será “vilipendiada, negociada ou extorquida”. Segundo a Procuradoria-Geral da República, Bolsonaro liderou uma tentativa de ruptura democrática após ser derrotado nas eleições de 2022.

Na fala inicial, que durou uma hora e quarenta minutos, Moraes destacou que a pacificação depende do respeito à Constituição, da aplicação das leis e do fortalecimento das instituições.

“A sociedade brasileira e as instituições mostraram sua força, sua resiliência, em que pese a manutenção de uma polarização”, afirmou antes de iniciar a leitura do relatório do caso.

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Nos dois primeiros dias de julgamento, além da fala de Moraes, foram apresentados o relatório do processo, a acusação da PGR e as defesas dos réus. Os advogados alegaram que seus clientes, incluindo Bolsonaro, não participaram dos atos golpistas, contestaram a validade da delação de Mauro Cid e sustentaram que a simples cogitação de um golpe não pode ser punida.

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