Ameaças às escolas: psicóloga explica como pais podem tratar o tema
abril 22, 2023Diante da repercussão de ameaças a instituições de ensino em diversos locais do país, é importante estabelecer uma tratativa segura sobre o tema. Afinal, as ameaças, verdadeiras ou falsas, geram preocupação nos pais, bem como na comunidade escolar. Então como falar sobre essa questão com as crianças?
A psicóloga infantil Mayra Caetano explica que para introduzir a conversa em casa é necessário ter cautela. “É importante que as famílias tenham sensibilidade para não minimizar a gravidade da situação, mas tenham cautela em administrar o próprio medo, que é natural, na hora de conversar com as crianças”, diz a profissional.
Ainda de acordo com Mayra, cada faixa etária demanda uma forma diferente de falar do assunto. “Com crianças pequenas, de até 5 anos, o ideal é transitar pelo lúdico, durante uma brincadeira, por exemplo, e explicar sobre a proteção, já que nessa faixa etária eles ainda estão fazendo a diferenciação entre realidade e fantasia. Já com crianças maiores devemos falar com um vocabulário que elas possam compreender, sendo realistas”, salientou.
Abrir este canal de diálogo, no entendimento da psicóloga, ajuda no esclarecimento de dúvidas dentro do ambiente familiar, uma vez que ele contribui para a percepção dos sentimentos, reestabelecendo muitas vezes uma oportuna sensação de segurança.
É claro que o medo pode ser uma consequência natural, por isso Mayra reforça a importância de fazer com que a criança se sinta acolhida. “Fazer com que a criança se sinta mais tranquila é fundamental para que ela possa se sentir menos pressionada. Para isso, você pode dar o exemplo de algum desafio já enfrentado e que teve sucesso, ou usar um personagem de desenho que ela se identifique e goste para facilitar a compreensão”, resume.
De acordo com Mayra, a discussão deve abrir os olhos da sociedade em relação ao acompanhamento psicológico nas escolas. Esse tipo de orientação, na visão dela, pode ajudar a identificar comportamentos nocivos e tratar da incitação à violência e o extremismo de maneira mais eficiente.
“A agressividade e a violência precisam ser tratadas de forma multidisciplinar. A orientação psicológica nas escolas, com toda a equipe que faz parte dela, assim como o acolhimento das famílias, é uma grande aliada. Quando há escuta qualificada, se permite que haja espaço para compreensão e acolhimento”, ressaltou.
Sobre a repercussão das ameaças, a psicóloga explica que é necessário falar sobre ataques e eventos violentos, mas da forma adequada, no sentido de trazer informação e incentivar denúncias.
por Beatriz Fernandes e Verlane Estácio