AIE prevê queda menor na demanda por petróleo em 2020, de 8,6 milhões de bpd

AIE prevê queda menor na demanda por petróleo em 2020, de 8,6 milhões de bpd

maio 14, 2020 Off Por Today Newsroom

(Crédito: Shutterstock)

A Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu hoje a sua previsão de queda na demanda por petróleo este ano em 700 mil barris por dia (bpd), para um total de 8,6 milhões de bpd, ainda em meio à pandemia de coronavírus e medidas governamentais adotadas para tentar conter a disseminação do surto.

“A mobilidade melhor do que se esperava nos países da OCDE e o alívio gradual das medidas de bloqueio levaram a um ajuste para cima de 3,2 milhões de bpd em nosso número de demanda global no segundo trimestre”, explicou a entidade que tem sede em Paris, citando a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Apesar da mudança, a instituição salientou que a sua nova estimativa para o período de abril a junho, de 19,9 milhões de bpd, ainda está “muito abaixo do ano passado”.

Em seu novo prognóstico, divulgado há pouco por meio de relatório mensal, a AIE salientou que as perspectivas para o ano estão levemente mais favoráveis, apesar de a agência prever agora que o consumo no segundo semestre de 2020 será um pouco mais fraco do que o apontado em abril.

A entidade também se mostrou atenta a uma possível segunda onda da doença. “O ressurgimento da covid-19 é um importante fator de risco para a demanda”, frisou.

No documento, a instituição aumentou a estimativa na demanda global por petróleo este ano em 690 mil bpd em relação à edição anterior, para 91,2 milhões de bpd.

“O consumo de petróleo cairá este ano na maior quantidade da história, um total de 8,6 milhões de bpd”, pontuou a entidade, lembrando, no entanto, que o declínio estimado agora é um pouco menor do que a projeção de queda do mês passado, de 9,3 milhões de bpd.

A agência salientou que os dados finais da demanda para março e abril estavam incompletos quando o relatório foi produzido, mas que, com base nas estatísticas disponíveis – e complementadas por dados de mobilidade – é possível antever quedas acentuadas no uso da commodity no período.

Pelos cálculos da AIE, o consumo de petróleo deve ter diminuído cerca de 25,2 milhões de bpd em abril na comparação com o mesmo mês de 2019. Para chegar ao número, a instituição salientou que mais de 4 bilhões de pessoas estavam sujeitas a algum tipo de confinamento no mês.

Para maio, a perspectiva é a de que o decréscimo deva ser reduzido para algo em torno de 21,5 milhões de bpd. No caso de junho, a expectativa é a de continuidade dessa tendência, para 13 milhões de bpd, considerando que os governos reabram progressivamente suas economias.

“Aumentamos nossas estimativas para o segundo trimestre em cerca de 3,2 milhões de bpd, evidenciando uma mobilidade mais forte do que o esperado em alguns países europeus e nos Estados Unidos. Também aumentamos nossos números de demanda chinesa para março e abril. Juntos, esses movimentos sugerem que o declínio na demanda de petróleo durante o primeiro semestre do ano pode não ser tão acentuado quanto se temia.”

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