Aéreas transportam eletrônicos e truta no lugar de passageiros
setembro 3, 2020(Bloomberg) – O segmento de cargas, um dos menos glamorosos da aviação, agora é um dos poucos pontos positivos para companhias aéreas em meio à crise causada pela pandemia de coronavírus.
O aterramento de aviões de passageiros em um momento de maior demanda por vários itens, de suprimentos médicos a iPhones, aumentou as taxas de frete. Com grande parte da população mundial em casa e comprando online em vez de ir aos shoppings, analistas não veem diminuição da demanda, especialmente com a aproximação do pico da temporada de festas de fim de ano.
“O frete aéreo será um ponto positivo para as operadoras pelo menos neste ano porque, embora as fronteiras estejam fechadas, isso não significa que as pessoas não estejam comprando”, disse Um Kyung-a, analista de companhias aéreas da Shinyoung Securities, em Seul. “Essa tendência deve continuar, já que a capacidade de carga permanece limitada.”
O tipo de mercadoria transportada também rastreia o desenrolar da pandemia. Máscaras e luvas deram lugar a semicondutores e peças de computadores à medida que consumidores trabalham em casa. O volume de alimentos frescos também é grande, pois as pessoas saem menos. Assim que a vacina for encontrada, companhias aéreas serão usadas para entregar bilhões de frascos rapidamente e em um ambiente com temperatura controlada.
Em circunstâncias normais, cerca de 60% da carga aérea global é transportada no porão dos voos de passageiros. Com centenas desses jatos estacionados esperando o fim da pandemia, os volumes de carga caíram neste ano – enquanto os custos do frete aéreo dispararam: as taxas para a América do Norte saindo de Hong Kong subiram quase 70% desde o início de janeiro.
A Bloomberg Intelligence prevê que a capacidade total das frotas aéreas de passageiros não retornará aos níveis pré-pandemia antes de 2022. Nem todas as companhias aéreas são capazes de fazer uma transição para lidar com as novas circunstâncias. Mas as que podem não perdem tempo.
Nos EUA, a United Airlines elevou a receita com cargas em mais de 36% no segundo trimestre, para US$ 402 milhões.
E a American Airlines relançou serviços exclusivos de carga após um hiato de 35 anos. Em setembro, espera operar mais de 1.000 voos somente de cargas, principalmente com Boeings 777 e 787, para 32 destinos na América Latina, Europa e Ásia.