Ações de Vale, Weg, Minerva e RD sobem, enquanto Cielo cai após balanços; Petrobras sobe 4% com salto do petróleo

Ações de Vale, Weg, Minerva e RD sobem, enquanto Cielo cai após balanços; Petrobras sobe 4% com salto do petróleo

abril 29, 2020 Off Por Today Newsroom

Minério de ferro da Vale (Crédito: Agência Vale)

SÃO PAULO – A sessão é novamente de alta para o Ibovespa, com os investidores seguindo o desempenho do exterior em meio às novas esperanças com o remédio contra o coronavírus que está sendo testado pela Gilead, o que animou os mercados apesar do resultado do PIB dos EUA pior do que o esperado, ao apresentar queda de 4,8% no primeiro trimestre de 2020 em termos anualizados.

A temporada de balanços também está no foco dos agentes, com destaque para a Vale, que anunciou lucro de R$ 948,3 milhões no primeiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 6,4 bilhões de igual período do ano anterior, quando foi impactada pelo efeito Brumadinho. Os resultados não foram tão bem recebidos pelo mercado, mas a expectativa de que esse seja o pior trimestre do ano, sinalizando que haverá melhora nos próximos. As ações registram ganhos.

Os papéis de Weg sobem cerca de 4%, enquanto RD avança mais de 1% após os balanços. Fora do Ibovespa, a Minerva, que estará na carteira a partir de 4 de maio, vê seus papéis subirem mais de 7% após o resultado. A Cielo, por sua vez, vê suas ações em leve queda após o balanço.

Já a Petrobras avança cerca de 4%, em meio ao salto do petróleo, com o WTI em alta de 26% e o brent subindo 11% com a expectativa de que algumas das maiores economias do mundo reabram antes do esperado, impulsionados ainda pelos dados da Gilead.

Além disso, a Petrobras informou ontem à noite que mudará a sua métrica para medir o endividamento da empresa, por causa da forte volatilidade que ocorre nos mercados do petróleo. A estatal não usará mais a relação dívida líquida sobre o Ebitda e calculará apenas a dívida bruta total. Segundo a Petrobras, a sua dívida bruta deve ficar ao redor de US$ 87 bilhões em 2020 – o mesmo patamar do ano passado. Confira os destaques:

A Vale lucrou US$ 239 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de US$ 1,642 bilhão visto um ano antes. No trimestre anterior, a mineradora havia registrado perda de US$ 1,562 bilhão.

“O aumento de US$ 1,801 bilhão no resultado deveu-se, principalmente, ao reconhecimento de despesas one-off no quarto trimestre de 2019, tais como os impairments em ativos de níquel e carvão (US$ 4,202 bilhões) e provisões relacionadas a Brumadinho (US$ 898 milhões)”, explicou a empresa em nota.

Segundo a companhia, estes efeitos foram parcialmente compensados pelo menor Ebitda (geração operacional de caixa) ajustado pró-forma (US$ 1,636 bilhão), por maiores despesas financeiras (US$ 1,445 bilhão) e por menor receita de imposto (US$ 764 milhões).

Apesar da melhora no lucro, a receita operacional líquida da companhia caiu de US$ 8,203 bilhões no primeiro trimestre de 2019 para US$ 6,969 nos três primeiros meses deste ano. No trimestre anterior, a cifra havia sido de US$ 9,964 bilhões.

Já o Ebitda ajustado ficou em US$ 2,882 bilhões entre janeiro e março de 2020, ante US$ 3,536 bilhões no trimestre anterior e um resultado negativo de US$ 652 milhões registrado um ano antes.

A margem Ebitda, que é a relação percentual entre a receita líquida e a geração operacional de caixa, passou de 35% no último quarto do ano passado para 41% ao final de março de 2020.

A dívida líquida da mineradora, de US$ 4,808 bilhões, permaneceu praticamente estável em relação ao último trimestre de 2019 (US$ 4,880 bilhões). Um ano antes, o valor era de US$ 12,031 bilhões.

“Apesar da geração de fluxo de caixa livre de US$ 380 milhões e da redução de US$ 549 milhões no valor em dólar americano da dívida denominada em reais devido à desvalorização da moeda, a dívida líquida permaneceu relativamente estável em US$ 4,808 bilhões, devido ao efeito compensatório de US$ 914 milhões da desvalorização cambial sobre o saldo de caixa onshore mantido em reais”, explicou a mineradora.

O balanço da Vale foi beneficiado pelas menores despesas relacionadas à tragédia em Brumadinho (MG), que somaram US$ 159 milhões nos três primeiros meses deste ano, frente aos US$ 4,504 bilhões registrados entre janeiro e março de 2019. No quarto trimestre do ano passado, esse custo foi de US$ 1,141 bilhão.

Em reais, o lucro líquido da Vale no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 984 milhões, bem abaixo das estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg, de R$ 5,184 bilhões. Já a receita líquida da companhia ficou em R$ 31,3 bilhões, também abaixo do esperado (R$ 37,354 bilhões). Veja mais sobre o balanço clicando aqui. 

A posição de caixa da mineradora subiu para US$ 12,267 bilhões em março, número US$ 4,091 bilhões superior ao registrado em 31 de dezembro do ano passado. O Banco Safra vê o balanço impactado por
menores volumes, como o previsto a partir dos números operacionais.

O Credit Suisse também aponta que, no geral, os números foram pressionados principalmente por um menor volume de embarques e queda no preço dos metais básicos. Além disso, destaca, a geração de caixa foi fraca mas, ainda assim, a relação entre dívida líquida e Ebitda caiu de 0,5 vez para 0,3 vez.

“Apesar dos resultados bem abaixo do potencial, este trimestre muito provavelmente deve ser o pior para a Vale no ano, já que o minério de ferro deve recuperar por agora em diante e o custo de caixa deve cair de acordo com a empresa”, avalia.

Os bancos Itaú BBA, Bradesco BBI e Morgan Stanley também comentaram o balanço. Todos ressaltaram que não houve nenhuma surpresa, embora os números tenham vindo ligeiramente acima das estimativas. A Vale saiu do prejuízo para o lucro no período e segundo os bancos a gigante mineradora está “no caminho da recuperação”.

“A Vale reportou um Ebtida de US$ 3 bilhões, em linha com nossas estimativas, mas em queda de 21% sobre o primeiro trimestre de 2019. A empresa sofreu com uma queda nos volumes de venda do minério de ferro, mas isso já era esperado”, comentou o Bradesco BBI. O banco ressaltou que as provisões para o caso Brumadinho tiveram uma queda expressiva. O BBI ressaltou que como as provisões para Brumadinho tendem a diminuir, por conta dos acordos já feitos, a Vale deve retomar sua política de pagar dividendos aos acionistas, em algum momento mais para a frente em 2020. O BBI ressalta que a epidemia do coronavírus trouxe maior incenteza mas a mineradora deve superar essa etapa. O BBI mantém a nota outperform – acima da média, para o ADR da Vale negociado na NYSE, com preço-alvo de US$ 12 – alta de 52% sobre os US$ 7,88 de ontem.

Para o Itaú BBA, a Vale reportou “números relativamente em linha” com as expectativas para o trimestre. O BBA crê que a mineradora entregará melhores resultados nos próximos trimestres, em parte pela redução nos custos dos fretes do minério de ferro, em parte pela redução das provisões para Brumadinho. O BBA também mantém nota outperform e preço-alvo de US$ 12 para o ADR da Vale na NYSE.

O Morgan Stanley comentou que o Ebitda da Vale chegou em linha na maioria dos setores. Além da queda nas provisões para Brumadinho, o Morgan ressaltou como fatores positivos a queda no preço dos fretes marítimos e o aumento do preço do níquel, que favoreceu a Vale – a empresa tem minas de níquel no Canadá. Como aspecto negativo, o banco notou que a Vale teve forte queda no fluxo de caixa. O Morgan mantém a recomendação overweight – acima da média de mercado, com preço-alvo de US$ 13. “A ação da Vale está muito barata para ser ignorada”, comentou o banco no final.

A Cielo registrou um lucro líquido de R$ 166,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, queda de 69,4% na comparação com igual período do ano anterior, quando lucrou R$ 544,77 milhões, informou a companhia nesta terça-feira (28).

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), ficou em R$ 573,8 milhões no período, queda de 30,7% na base de comparação anual e abaixo da estimativa do consenso Bloomberg de R$ 642 milhões.

A receita líquida operacional do período totalizou R$ 2,83 bilhões, alta de 2% na comparação com os R$ 2,774 bilhões do ano anterior e com uma redução de e uma redução de 4,9% em relação ao trimestre anterior. “Em relação ao quarto trimestre, a redução do volume transacionado, e consequentemente da receita, ocorreu devido à sazonalidade do negócio de adquirência da Cielo, da gestão de cartões da
Cateno, assim como pelos primeiros efeitos da pandemia [de coronavírus]”, afirmou a companhia.

A companhia ainda informou que resolveu alterar a periodicidade do pagamento de dividendos e/ou juros sobre o capital próprio do exercício de 2020 de trimestral para anual. Confira mais clicando aqui.

A XP destacou que a Cielo reportou fracos resultados para o primeiro trimestre de 2020. “A queda reflete tanto o aumento na competição, quanto os efeitos já esperados de queda dos volumes neste primeiro trimestre devido à pandemia do coronavírus. Reiteramos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$ 5,0 por ação”, avaliam os analistas.

O Bradesco BBI comentou que os resultados da Cielo vieram em linha com as estimativas, mas abaixo do consenso do mercado, que talvez não receba bem os números da empresa de cartões de crédito e meios de pagamento. “O lucro líquido de R$ 167 milhões no 1º trimestre chegou em linha com nossa estimativa, mas bem abaixo do que projetava o mercado (R$ 232 milhões)”, comentou o BBI. Como aspecto positivo, o BBI observa que a Cielo parece estar mirando em “clientes de melhor qualidade”, o que pode levar a resultados melhores nos próximos trimestres.

O BBI alerta que a crise do coronavírus, cujos resultados só começaram a impactar o setor no final de março, deverá mostrar efeitos mais negativos no 2º trimestre sobre todas as empresas do segmento, não apenas a Cielo. “É possível que as empresas mostrem prejuízo no 2º ou no 3º trimestre, essa é uma possibilidade”, avalia o BBI. O banco manteve a nota Neutra para a Cielo mas cortou o preço-alvo da ação de R$ 5,50 para R$ 5,00 em 2020.

A companhia de farmácias RD teve um lucro líquido de R$ 152,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, alta de 45% na comparação com os R$ 105,5 milhões registrados em igual período de 2019. O Ebitda ajustado foi de R$ 369,35 milhões, alta de 36,7%.

A receita bruta foi de R$ 5,2 bilhões, com crescimento de 25,3% (11,5% para lojas maduras no varejo). A margem Ebitda ajustada foi de 7,1%, alta de 0,6 ponto percentual.

Conforme destacou a companhia, a pandemia do coronavírus teve um impacto profundo nas operações no mês de março. “Com o aumento da demanda digital, nosso volume de atendimentos quase triplicou. O início da transformação digital em 2019 provou ser fundamental, nos permitindo alavancar as funcionalidades, performance e experiência dos nossos aplicativos e sites por meio dos times ágeis, bem como preparar a infraestrutura omnichannel com até um ano de antecedência, a qual vem sendo ampliada desde o início da pandemia”, destacou a empresa no release de resultados.

A RD apontou que o serviço de compra e retirada já está disponível em 100% das lojas, e o número de lojas com entregas totalizou 191 lojas em 46 cidades no final de março, frente a 131 lojas em 27 cidades no final do ano.

A companhia ainda reiterou seu guidance para 2020, projetando 240 aberturas brutas de lojas. A RD inaugurou 39 lojas e fechou 5 no primeiro trimestre deste ano.

Segundo Pedro Fagundes, analista de varejo da XP Investimentos, o resultado positivo, com lucro 23% acima da sua expectativa. “A combinação de (i) forte aceleração no ritmo de crescimento de vendas, acompanhada de expansão de margem e (ii) progresso importante na agenda digital são notícias positivas que devem suportar o otimismo em relação às ações. Entretanto, ressaltamos que a desaceleração a partir do final de março é um ponto chave a ser monitorado”, aponta o analista.

O Bradesco BBI comentou que os resultados da rede de farmácias Raia Drogasil, uma das maiores do país, vieram sólidos e sob alguns aspectos acima das projeções de mercado. O BBI ressalta que o varejo farmacêutico se mostrará um dos mais “resilientes” no atual momento da epidemia do Covid-19. “Os resultados da RD vieram acima das nossas expectativas, com um crescimento de 11% nas vendas nas mesmas lojas e de 25,3% na receita. O Ebitda da Raia Drogasil foi particularmente forte, com uma expansão de 40% sobre o 1ºtrimestre do ano passado”, avalia o BBI. Segundo o banco, o trunfo da Raia Drogasil para crescer em meio à epidemia do coronavírus é justamente a abertura de lojas. A empresa abriu 39 drogarias no 1º trimestre e planeja abrir no total 220 neste ano. O BBI mantém a nota Neutra e o preço-alvo de R$ 110,00 para a ação RADL3 em 2020.

A Minerva Foods teve lucro líquido de R$ 271 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 31,4 milhões em igual período de 2019.

A receita bruta consolidada foi de R$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre, enquanto a receita líquida totalizou 4,1 bilhões de reais, alta de 11,8% na base de comparação anual.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), por sua vez, somou R$ 381,5 milhões, 16% maior frente igual intervalo de 2019.

A divisão Brasil foi responsável por 48% do faturamento; a Athena Foods – que opera no Uruguai, Paraguai, Colômbia, Chile e Argentina – contribuiu com 43% do total.

A Weg, uma das maiores fabricantes de bens de capital do Brasil, informou que obteve um lucro líquido de R$ 440 milhões no primeiro trimestre de 2020, uma expansão de 43,4% em comparação ao primeiro trimestre de 2019. A receita líquida da companhia avançou 26,7% no primeiro trimestre deste ano, sobre igual período de 2019, para R$ 3,7 bilhões. Já o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 619,1 milhões, uma alta de 34,1% sobre o primeiro trimestre de 2019. A margem Ebitda avançou 1 ponto porcentual, de 15,7% no primeiro trimestre de 2019 para 16,7% no primeiro trimestre deste ano. O Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) foi de 20,7% no primeiro trimestre deste ano, 2,7 pontos porcentuais superior a igual período do ano passado. A Weg destacou que seus resultados foram poucos afetados pela pandemia do Covid-19, com a exceção do fechamento de fábricas na China em fevereiro.

A companhia industrial catarinense ressaltou, contudo, que é difícil projetar quais serão os impactos da pandemia nos seus resultados nos próximos trimestres. A Weg destacou que a forte desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar favoreceu seus resultados – a empresa é uma grande exportadora. “A receita do mercado externo foi positivamente impactada pela variação do dólar norte-americano, que passou de R$ 3,77 no último trimestre de 2019 para R$ 4,47 no primeiro trimestre de 2020, com uma valorização de 18,5% sobre o Real”, destacou a empresa.

Do total de R$ 3,7 bilhões faturados, cerca de R$ 1,6 bilhão o foram no mercado interno brasileiro, uma expansão de 35,2% sobre o primeiro trimestre de 2019; já o mercado externo representou R$ 2 bilhões da receita, ou 54% do total, representando um crescimento – em Reais – da ordem de 20,3%. Considerando a receita líquida em dólares obtida no exterior, houve pouca variação: o faturamento avançou 1,6% no primeiro trimestre de 2020, sobre 2019, para US$ 451,7 milhões no período. Segundo a Weg, a empresa pôde sentir no primeiro trimestre uma retomada da indústria brasileira, com o aumento de encomendas de bens de capital da parte dos setores de papel e celulose e agroindústria. A Weg destacou que os setores mais representativos das suas vendas no trimestre no Brasil foram de equipamentos de geração, transmissão e distribuição de energia; equipamentos eletroeletrônicos industriais; e motores comerciais e appliance.

O setor de tintas e vernizes, segundo a empresa, foi bem em janeiro e fevereiro, mas em março a empresa sentiu uma redução na demanda, principalmente das construtoras, por causa da chegada da epidemia do coronavírus.

Cia. Hering (HGTX3)

A Cia. Hering informou ter reiniciado gradualmente a reabertura de lojas físicas em localidades específicas.

“Atualmente, 104 lojas físicas da companhia já retomaram suas atividades comerciais e encontram-se abertas, seguindo as regras locais, além da implementação de todas as medidas necessárias de higiene e distanciamento social, de modo a garantir a segurança de todos os envolvidos”, destaca a companhia.

O número de lojas em operação será diariamente revisado, ampliado ou reduzido, na medida em as autoridades competentes permitam ou restrinjam o seu funcionamento, de forma a garantir a segurança para a preservação da saúde dos colaboradores, clientes, fornecedores e da comunidade, apontou ainda.

Adicionalmente, o centro de distribuição em Anápolis/Goiás, retornou as atividades no dia 20 de abril, após avaliação criteriosa de dados e a adoção de uma série de medidas, como o uso obrigatório de máscaras e medição de temperatura de todos colaboradores. Vale destacar, que o centro de distribuição de Blumenau (SC), permaneceu operando com capacidade reduzida com foco nas operações de e-commerce e key accounts.

A Fitch rebaixou o rating da Embraer de BBB- para BB+, com isso a empresa perdeu o grau de investimento para essa agência, indo para “junk”. Em comunicado, a Fitch informou também que retirou a nota de observação para eventual rebaixamento, mas atribuiu perspectiva negativa.

A ação reflete os “fortes ventos contrários” para a indústria de avaliação civil por causa da pandemia de coronavírus, diz a Fitch. Além disso, ela comenta que o cancelamento do acordo com a Boeing se traduzirá em “desafios adicionais” para a posição competitiva de médio para longo prazo da empresa brasileira, embora isso também abra a possibilidade de arranjos com outras companhias. A Fitch diz que seu cenário base não inclui qualquer reembolso pela Boeing, diante da discussão atual entre as partes e da incerteza sobre o momento de algum eventual pagamento pela não realização do negócio.

A perspectiva negativa é fruto das “elevadas incertezas” no setor de aviação e também diante do risco de que continuem a vigorar medidas de distanciamento mais adiante no segundo semestre de 2020 e no início de 2021, aponta a Fitch.

Hapvida (HAPV3) 

A operadora de planos de saúde Hapvida, uma das maiores do país, lançou um programa de recompra das ações que estão no mercado. A Hapvida informou que pretende recomprar pouco mais de 21,7 milhões de ações ordinárias durante 18 meses, a partir de ontem. Segundo a empresa, as operações serão intermediadas pelas corretoras dos bancos Itaú, Bradesco e Santander Brasil. No total, a Hapvida estima que possua mais de 217 milhões de ações ordinárias no mercado. “A administração da companhia definirá a oportunidade e a quantidade de ações a serem efetivamente adquiridas”, comentou a empresa.

A Petrobras comunicou na noite de ontem que mudará a sua métrica para medir o endividamento da empresa. O Conselho de Administração da estatal afirmou que levará em conta, para o período 2020-2024, não mais a relação dívida líquida sobre o Ebitda – lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização, mas sim a própria dívida bruta em dólares. Muitas petrolíferas calculam endividamento e outros dados financeiros em dólares, que é a moeda usada nos mercados internacionais do petróleo e gás natural.

“A revisão da métrica considerou a alta volatilidade do indicador dívida líquida-Ebitda, extremamente sensível à volatilidade do Brent, e o foco da administração da companhia na redução da sua dívida total”, informou a empresa em comunicado.

“A meta aprovada de dívida bruta para 2020 é de US$ 87 bilhões, mesmo patamar de fechamento de 2019, devido à adversidade no cenário global atual, em função dos impactos decorrentes da pandemia do Covid-19 e dos choques nos preços do petróleo”, explicou a estatal. “Cabe ressaltar que a Petrobras continua a perseguir a metade de redução da dívida bruta para US$ 60 bilhões”.

O banco Morgan Stanley avaliou que a mudança da métrica do endividamento feita pela Petrobras é bem-vinda porque “persiste o ambiente desafiador nos mercados do petróleo”. O banco avalia que a Petrobras possui “um portfólio diversificado e uma posição forte de caixa líquido para atravessar a crise sem maiores preocupações”. O Morgan Stanley mantém a nota overweight – acima da média – para a petrolífera brasileira.

A produção industrial da unidade de Rio Verde (GO) encontra-se suspensa momentaneamente, disse a BRF em nota enviada pela assessoria de imprensa.

A companhia está fazendo revisões no sistema de abastecimento de água local para retorno às suas atividades normais nos próximos dias, diz a nota. O Ministério da Agricultura suspendeu as operações por problemas no abastecimento de água.

O banco Itaú BBA reiniciou a cobertura das ações da indústria farmacêutica Hypera Pharma, após ter feito uma revisão dos papéis a partir de 6 de março. Segundo o BBA, a Hypera tem um ambiente desafiador pela frente, que é aumentar as sinergias com os ativos que comprou recentemente da japonesa Takeda, bem como com os medicamentos que adquiriu de outras empresas, caso do Buscopan.

Entre outros possíveis desafios, o BBA cita a depreciação da moeda brasileira frente ao dólar, que pode prejudicar a lucratividade no futuro – grande parte dos insumos das farmacêuticas brasileiras é importada – e o desempenho mais fraco nas vendas dos remédios com prescrição. No conjunto, o cenário é positivo após a aquisição da Takeda e do Buscopan. O BBA reinicia a cobertura com recomendação neutra para a ação HYPE3 e um preço-alvo de R$ 36,00 para o papel neste ano, alta de 23,1% sobre o preço de ontem na B3.

Engie Brasil (EGIE3)

A Engie Brasil esclareceu ontem que pagará juros sobre dividendos aos acionistas, relativos a 2019, no valor total de R$ 354 milhões. A subsidiária brasileira da matriz francesa de energia informou que o pagamento será feito no dia 1º de julho de 2020. Farão jus ao pagamento os acionistas que mantiveram ações da empresa até e durante o dia 2 de dezembro de 2019.

Usiminas (USIM5)

A Usiminas aprovou o pagamento de dividendos no total de R$ 50,6 milhões. A siderúrgica detalhou que o pagamento será feito hoje, 29 de abril. Farão jus aos dividendos os acionistas que mantiveram suas ações até ontem, 28 de abril. A companhia informou que as ações negociadas já nesta quarta-feira o serão na forma “ex-dividendos”.

 Eneva (ENEV3) e AES Tietê (TIET11)

Depois da B3 reafirmar o direito dos acionistas preferencialistas de empresas listadas no Nível 2 (um dos segmentos de governança corporativa da bolsa), a Eneva já está nos trâmites finais para colocar na mesa mais uma oferta para incorporar a AES Tietê, segundo o Broadcast. Na véspera, a Reuters já havia destacado que a Eneva estava se preparando para oferecer uma nova proposta para a união entre as duas companhias. Veja mais sobre o caso clicando aqui. 

A Sabesp comunicou que foi realizada a conversão de dólares para reais da dívida contraída junto ao Banco Inter Americano de Desenvolvimento (BID) no montante de US$ 494.616.801,20, correspondente ao saldo devedor do empréstimo 2202/OC-BR relativo ao Programa de Despoluição do Rio Tietê Etapa III.

Segundo o Credit Suisse, o movimento é positivo já que a empresa vai finalmente reduzir a sua exposição dos lucros à variação cambial a partir do segundo trimestre. A dívida convertida representava 15% do total de divida no quarto trimestre de 2019 (cerca de 30% de dívida em moeda estrangeira).

(Com Agência Estado)

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