Ações da Petrobras têm dia volátil com investidores monitorando efeitos do acordo da Opep+; Vale sobe com minério

Ações da Petrobras têm dia volátil com investidores monitorando efeitos do acordo da Opep+; Vale sobe com minério

abril 13, 2020 Off Por Today Newsroom

Plataforma Petrobras
(Shutterstock)

SÃO PAULO – Após registrar a melhor semana desde março de 2016, o Ibovespa volta do feriado com os investidores mais cautelosos nesta segunda-feira (13), acompanhando os dados de coronavírus pelo mundo, além de estar de olho no início da temporada de balanços nos EUA.

Atenção ainda para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+), Rússia e outros países produtores de petróleo, que concordaram no domingo com um corte na produção de 9,7 milhões por dia em volume recorde, representando 10% da oferta global, para apoiar os preços do petróleo em meio à pandemia do coronavírus. O número, apesar de histórico, decepcionou, uma vez que a expectativa é de que a demanda tenha uma baixa bem maior por conta do coronavírus.

Assim, a sessão é de volatilidade para o petróleo, que passou a subir (principalmente o WTI) durante a manhã, mas ainda sem tanta força quanto a alta de 8% registrada no início das negociações. Vale ressaltar que Donald Trump, presidente dos EUA, disse hoje pelo Twitter que Opep+ busca corte de produção de petróleo em 20 milhões de barris por dia, não os 10 milhões que estão sendo reportados.

Nesse cenário, a sessão também é de volatilidade para ações da Petrobras. Após registrarem queda no início do pregão, os papéis passaram a registrar ganhos.

Por outro lado, Vale avança mais de 2% em meio à alta de 2% do minério de ferro 62% negociado em Qingdao. Confira os destaques:

A Petrobras esclareceu em um comunicado que enviou à petrolífera Enauta (ENAT3), sua parceira no campo de gás natural de Manati, uma notificação de Declaração de Força Maior, no dia 24 de março, por causa da pandemia do coronavírus no Brasil.

A Enauta afirmou recentemente que não renegociará com a Petrobras uma redução nos valores do contrato assinado com a estatal para a venda de gás natural do campo.

Segundo a Petrobras, foi necessário notificar a Enauta porque houve “redução estrutural da demanda por gás natural em todo o mercado brasileiro”, por causa da epidemia do coronavírus e das consequentes quarentenas. “Cabe ressalta que esta ação está inserida no contexto de medidas adotadas para mitigar a perda de receita enfrentada pela Petrobras devido à redução dos volumes de gás natural comercializados, decorrente da queda da atividade econômica no país”, ressaltou a Petrobras. Segundo a empresa, são necessárias medidas “de todos os agentes da cadeia” de gás natural, para reduzir os impactos para o setor e a sociedade.

A Petrobras ainda anunciou na noite de quinta-feira (9) que propôs o parcelamento de pagamento, pelas companhias distribuidoras locais (CDL), das faturas com vencimento em abril, maio e junho referentes aos contratos de compra de gás natural para atendimento ao mercado não termelétrico – industrial, residencial, comercial e veicular. A decisão é parte de uma série de medidas para reduzir os impactos da pandemia do novo coronavírus (covid-19) na cadeia de gás natural. A estatal informou que a decisão é uma resposta “negocial e temporária” e que atende a demanda das distribuidoras de gás natural.

Além disso, a Petrobras não efetuará as cobranças de penalidades pelo não cumprimento da
programação diária de demanda nem das obrigações contratuais de encargo de capacidade ou
remuneração mínima (ship or pay e take or pay) relativos aos volumes de gás natural impactados pela
redução de demanda, reflexo das medidas restritivas de circulação de pessoas e redução da atividade
econômica. Tais medidas valem enquanto forem comprovados os impactos nas obrigações
contratuais afetadas.

Adicionalmente, a companhia informa que mantém tratativas com os demais agentes da cadeia de
gás natural com intuito de reduzir os efeitos decorrentes da pandemia.

A Sabesp informou, em fato relevante, que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) deliberou pelo reajuste tarifário de 2,4924% para a companhia.

No entanto, considerando ofício da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, que solicitou à agência a possibilidade de postergação do reajuste por 90 dias, como ação adicional ao Decreto que reconhece o estado de calamidade pública devido à pandemia de coronavírus, a Arsesp postergou a publicação das novas tabelas tarifárias para 10 de junho de 2020.

A autorização de reajuste concedida à Sabesp levou em consideração a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação, no período, de 3,3032%; o fator de eficiência, conhecido como Fator X, de 0,6920%; e o fator de qualidade, chamado de Fator Q, de -0 1188%.

A Arsesp, ao deliberar pela postergação do reajuste, informou ainda, segundo o fato relevante da Sabesp enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que também até 10 de junho de 2020, serão publicadas as tabelas tarifárias reajustadas, incluindo as dos municípios de Iperó, Pereiras, Santa Branca e Santa Isabel, aplicáveis a partir de 30 (trinta) dias depois de sua publicação.

“Os ajustes compensatórios pela postergação da aplicação do reajuste tarifário anual serão apurados até 10 de junho de 2020 e o valor a ser compensado será distribuído nas tarifas a serem praticadas no período entre 10 de julho de 2020 e 10 de maio de 2021, data de aplicação dos resultados da 3ª Revisão Tarifária Ordinária”, explicou a Sabesp no fato relevante.

Por fim, segundo a Sabesp, a Arsesp avaliará o equilíbrio econômico-financeiro da prestação de serviços a fim de restabelecê-lo oportunamente, se necessário, como decorrência do impacto da isenção de tarifas das contas de água/esgoto dos consumidores das categorias de uso Residencial Social e Residencial Favela, cadastrados em 19 de março 2020, por 90 dias para as contas emitidas a partir de 1º de abril deste ano, que abrangerá todos os municípios operados pela companhia.

A XP Investimentos destacou que as ações da Sabesp poderiam ter reação levemente negativa à postergação do aumento de tarifas da empresa. “O motivo é que um aumento de apenas 2,5% não seria de grande impacto nesse momento, principalmente em vista da isenção já existente às famílias de baixa renda e da pequena representatividade das contas de água e esgoto na renda das famílias”, comenta a XP, que mantém a avaliação neutra para os papéis.

O Itaú Unibanco informou na manhã de hoje que doará R$ 1 bilhão para combater a epidemia do coronavírus no Brasil, através da iniciativa Todos pela Saúde, chefiada por sete especialistas.

Segundo o banco, as ações serão desenvolvidas em quatro eixos: incentivar o uso de máscaras pela população; testagem populacional e de profissionais da saúde; apoio aos gestores públicos estaduais e de grandes municípios na estruturação de gabinetes de crise, capacitação e apoio aos profissionais de saúde; e colaboração no desenvolvimento de estratégias visando a um retorno mais seguro às atividades sociais, além de programa de monitoramento das populações com riscos mais elevados.

“O Itaú Unibanco quer ser parte da solução dessa grave crise”, informou o banco, que já destinou R$ 250 milhões para a compra de máscaras, kits de testes para a Covid-19, kits de higiene e de alimentos.

A planta da JBS no Estado do Colorado (EUA) registrou cerca de 50 casos da Covid-19 entre trabalhadores, informou uma matéria da Bloomberg. Além da JBS, outros frigoríficos foram atingidos pelo avanço do coronavírus nos Estados Unidos: a Cargill registrou 160 casos nos seus trabalhadores em uma planta na Pensilvânia, enquanto a SmithField Foods registrou 190 casos em uma planta de abate de suínos em Dakota do Sul. Cargill e SmithField fecharam os frigoríficos, enquanto a JBS informou que continuará as operações, embora tenha reduzido turnos em dois frigoríficos americanos. A JBS informou que está trabalhando em parceria com o governo federal americano e com o governador do Colorado, Jared Polis. Segundo a empresa, todos os funcionários da planta em Greeley, no Colorado, foram testados para a Covid-19 e os resultados devem sair nesta segunda-feira.

A XP Investimentos informou que monitora de perto a situação nos EUA. “Embora a preocupação tenha de fato aumentado, acreditamos que o governo dos EUA está trabalhando em estreita colaboração com a empresa para evitar a escassez de alimentos no país”, comentou. A XP avalia que a JBS pode deslocar a produção para outras plantas nos Estados Unidos e possui um balanço sólido, que deve permitir à empresa atravessar o cenário turbulento de curto prazo.

“Finalmente, a disponibilidade de gado permanece alta nos Estados Unidos. Mesmo em um cenário em que o consumo de carne bovina migre para proteínas mais baratas como carnes suína e de aves, a JBS também está bem posicionada nesses segmentos”, avaliou a XP, que mantém a recomendação de compra para as ações da JBS.

A Randon aprovou um plano para recomprar até 13 milhões das suas ações preferenciais que estão no mercado, as quais representam 7,41% do total de papéis preferenciais da empresa em circulação. Segundo o grupo gaúcho de implementos rodoviários e autopeças, a recompra começa nesta segunda-feira e se estenderá até o dia 13 de outubro deste ano. As transações serão realizadas na B3, intermediadas pela Itaú Corretora.

Coteminas (CTNM3)

A Coteminas publicou no final da semana passada balanço do ano consolidado de 2019 e informou que obteve um prejuízo de R$ 42,4 milhões, revertendo um lucro líquido de R$ 231,5 milhões apurado em 2018. Segundo a empresa, os resultados sofreram o impacto da variação cambial de investimentos feitos no exterior. A Coteminas informou que o prejuízo incluiu a perda de R$ 23 milhões para liquidar a participação do grupo têxtil na Tropical Agroparticipações, concluída em setembro do ano passado. A unidade na Argentina deu prejuízo de R$ 1,1 milhão.

A receita líquida da empresa avançou de R$ 1,77 bilhão em 2018 para R$ 1,86 bilhão no ano passado. A dívida da Coteminas teve pequena queda em 2019 para R$ 1,12 bilhão, de R$ 1,26 bilhão em 2018. A indústria têxtil, que tem operações no comércio varejista (M. Martan) e no atacado, não informou guidance para 2020.

Ambev (ABEV3), Lojas Renner (LREN3) e EDP (ENBR3)

A Ambev aprovou a emissão de R$ 850 milhões de notas promissórias. A Lojas Renner emitiu R$ 500 milhões em debêntures a CDI + 296 pontos, enquanto a EDP ES emitiu R$ 150 milhões em debêntures a CDI + 250 pontos.

A Eneva teve a cobertura reiniciada pelo Itaú BBA com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo para 2020 de R$ 39 por ação. “Vemos o valuation da ação como decente e acreditamos que a empresa pode se beneficiar de mais movimentos de crescimento no futuro. Além disso, vemos a Eneva como um dos nomes mais defensivos da crise do COVID-19, porque sua geração de energia é quase totalmente contratada”, avaliam os analistas.

A Embraer fechou o acordo de suspensão temporária de contratos de trabalho com os sindicatos. O plano prevê a suspensão temporária de contratos de trabalho com ajuda compensatória e a redução de jornada e de salário, com garantia de emprego no retorno ao trabalho, segundo notícia publicada no site da empresa.

O acordo foi negociado com Sindiaeroespacial que representa os funcionários das unidades da Embraer em São Paulo, Campinas, Sorocaba e Taubaté; Sindicato dos Engenheiros, representante da categoria profissional em todas as plantas da companhia no Estado de São Paulo, incluindo São José dos Campos, Campinas e Gavião Peixoto, e Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu que já havia colocado o acordo em votação, obtendo 93% de aprovação.

As ações emergenciais e temporárias são válidas a partir de 13 de abril e terão duração entre 60 e 90 dias, e garantia de emprego pelo período correspondente ao tempo em que estiver em redução de jornada e salário ou suspensão do contrato. Para os colaboradores em atividades essenciais e trabalho
presencial, não haverá alterações na jornada ou salários.

A construtora e incorporadora imobiliária Even, com atuação em São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, publicou os seus resultados prévios do primeiro trimestre de 2020. A empresa obteve vendas líquidas de R$ 256 milhões no período, em forte queda sobre os R$ 505 milhões do primeiro trimestre de 2019. A Even informou que adquiriu através de permuta dois terrenos em São Paulo, com um valor potencial de vendas de R$ 481 milhões.

O banco de terrenos da Even encerrou o primeiro trimestre com valor geral de vendas (VGV) de R$ 6,8 bilhões. A quantidade de distratos teve uma forte alta no período, representando 21,8% no primeiro trimestre de 2020 – em igual período de 2019, os distratos foram de 14,9%, e no último trimestre do ano passado, de 11,2%. A Even informou que lançou três empreendimentos no primeiro trimestre: um em São Paulo e dois no Rio Grande do Sul.

O Bradesco BBI avaliou como “neutros” os resultados operacionais prévios divulgados pela Even. “Embora a empresa tenha reportado resultados neutros no primeiro trimestre de 2020, esperamos que os impactos da epidemia do coronavírus sobre as vendas apareçam do segundo trimestre em diante”, avalia o BBI.

O banco lembra que a base de comparação com o primeiro trimestre de 2019 é forte nos lançamentos, porque foi quando a Even lançou o projeto Fasano Itaim na capital paulista. “Embora continuemos confiantes na capacidade operacional da Even, agora vemos um relação risco-recompensa maior na ação, dadas as novas condições macroeconômicas provocadas pela epidemia da Covid-19”, explica o BBI, mantém a avaliação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 7,00 para 2020, uma alta de 10% sobre os R$ 6,35 transacionados na B3.

Direcional (DIRR3)

A construtora e incorporadora imobiliária Direcional publicou prévia dos resultados operacionais do primeiro trimestre de 2020. Segundo a construtora, a quantidade de lançamentos caiu para 3 no período, com um valor de R$ 140 milhões – uma queda de 64% sobre o primeiro trimestre de 2019. “A Direcional decidiu adiar o lançamento de projetos, em vista dos impactos do coronavírus na economia”, explicou a empresa.

A Direcional, contudo, começou 2020 com uma posição de caixa melhor que em 2019, com R$ 798 milhões – um avanço de 9% sobre o primeiro trimestre do ano passado. As vendas líquidas da empresa totalizaram R$ 298 milhões no primeiro trimestre de 2020, uma expansão de 4% sobre o primeiro trimestre do ano passado. “Apesar do crescimento, o resultado obtido sofreu o impacto do adiamento dos lançamentos e das visitas aos estandes de empreendimentos já lançados, por causa da evolução da pandemia da Covid-19”, destaca a Direcional.

O Itaú BBA comentou os resultados prévios do primeiro trimestre de 2020 divulgados pela Direcional. O BBA avaliou que os resultados vieram neutros, com “lançamentos fracos devido ao feriado do Carnaval em fevereiro e à epidemia da Covid-19 em março. As pré-vendas no trimestre foram de R$ 248 milhões, com uma velocidade de vendas de 11.1%, abaixo da velocidade de 16.3% no primeiro trimestre de 2019. A empresa queimou R$ 11 milhões do caixa no período”, comenta o BBA. O banco mantém a recomendação “outperform” (acima da média do mercado) para os papéis da Direcional, com preço-alvo de R$ 15,30 para 2020.

A Unidas comunicou na manhã de hoje que adquiriu a Zetta Frotas, locadora da Zona Leste da capital paulista, por R$ 25 milhões e a transferência de mais de 2 milhões de ações da Unidas para os proprietários da Zetta. A Zetta tem uma frota de 2.600 carros, comerciais leves e veículos de serviços, e atua em oito Estados brasileiros. No ano passado, a empresa obteve uma receita líquida de R$ 102,8 milhões e um lucro líquido de R$ 7,7 milhões.

A Zetta, vale notar, é uma empresa de terceirização de frotas – ela aluga seus veículos, geralmente automóveis, mas também comerciais leves, para outras empresas prestarem serviços.

A aquisição marca a entrada mais forte da Unidas na terceirização de frotas, onde as suas duas maiores concorrentes, Localiza Hertz e Movida, já atuam há anos. “A operação resulta da estratégia da companhia de diversificação da sua operação de terceirização de frotas, buscando a entrada em outros nichos ainda não explorados. Com a aquisição, a Unidas passará a ter mais uma subdivisão de negócios, a “Unidas Veículos Especiais”, fornecendo ao mercado veículos adaptados, como ambulâncias, UTIs móveis, veículos de resgate, carros funerários e viaturas policiais, entre outros”, comenta a Unidas. A Unidas também comunicou que nesta segunda-feira o Conselho da empresa aprovou a contratação de um empréstimo de R$ 300 milhões para reforçar o caixa da empresa.

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(Com Agência Estado e Bloomberg)

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