A diferença entre um chefe e um líder, segundo Thiago Nigro

A diferença entre um chefe e um líder, segundo Thiago Nigro

abril 13, 2020 Off Por Today Newsroom

SÃO PAULO – Não há negócio que ganhe escala sem uma liderança forte alinhada ao momento de seus subordinados. Essa é a avaliação de Thiago Nigro, o Primo Rico, que realizou neste domingo (12) a décima primeira live do Desafio 21Dias. Para ser avisado da próxima transmissão, basta clicar aqui.

Segundo o especialista em investimentos, o papel do líder é fundamental para que os colaboradores evoluam e passem a liderar dentro da própria empresa. Para flua de forma satisfatória, Nigro sugere que gestores e empreendedores se atentem a alguns conceitos importantes.

O primeiro é o entendimento de que existem três principais tipos de liderança — e que cada um deles deve ser aplicado em um momento distinto. “Você não é um único tipo de líder, você tem que liderar de forma diferente de acordo com a situação”, defende.

O primeiro tipo de liderança, segundo Nigro, é a liderança democrática. Neste contexto, o líder se dirige a pessoas de nível hierárquico e intelectual similar ao dele. Assim, seu papel é menos o de dar ordens e mais o de conduzir discussões para que elas sejam o mais produtivas possíveis.

“Ele vai pedir ideias, fazer as pessoas discutirem, jogarem insights e pensarem junto com ele”, afirma.

O segundo tipo de liderança, diz o especialista, é a liderança autocrática. Esse modelo deve ser aplicado no contexto em que a pessoa liderada ainda precisa ser direcionada. É o caso, por exemplo, de um estagiário que acabou de entrar para uma empresa.

“O cara acabou de começar na empresa, não tem conhecimento de nada. O que você vai fazer? Perguntar o que ele pensa disso tudo?” questiona. “Não, você vai direcionar um pouco mais. Ele não tem bagagem, não tem conhecimento. Esse é o momento de você exercer a liderança autocrática”.

O último tipo de liderança abordado por Nigro é a liderança liberal, cenário em que a pessoa conquista a autonomia para tomar decisões por conta própria.

“Essa pessoa tem muito resultado, se provou com o tempo, tem respaldo, sabe o que fazer. Ela vai tocar o barco, ela merece isso daqui, já se provou. Então esse é o momento de exercer a liderança liberal”, argumenta.

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Delegar x “delargar”

Também cabe ao líder garantir que seus subordinados passem por algumas etapas de amadurecimento dentro da equipe — associadas aos diferentes graus de autonomia.

São elas a instrução, quando um funcionário inicia em uma empresa; a orientação, que deve ser feita durante a evolução do colaborador; e o suporte, em que cabe ao líder apenas delegar e oferecer seu auxílio quando necessário.

“Você precisa pensar dessa forma tanto quando está montado um time de líderes, como quando está sendo liderado”, defende Nigro. “As pessoas cometem o erro de delegar para quem precisa de instrução, confundem delegar com ‘delargar’. E se você ‘delarga’, você não tem escala, você não enriquece.”

Chefe x líder

Na live, Nigro também aproveitou para estabelecer algumas diferenças entre os conceitos de chefe e de líder. Segundo ele, o chefe manda, enquanto o líder orienta. “O líder é quase um mentor, todo mundo quer ter um porque ele faz você crescer.”

De forma análoga, Nigro acredita que o chefe obriga, enquanto o líder dá o exemplo. “Ele é o único que pode falar ‘eu estou fazendo aqui, vamos fazer juntos, eu cheguei mais cedo que você, vou embora mais tarde que você’”, diz.

Há ainda uma série de outras diferenças de natureza entre os dois adjetivos. “O líder pede opinião, o chefe não. O chefe dá as costas, o líder dá os ouvidos. O chefe é temido, o líder é adorado”, exemplifica.

Uma das diferenças mais importantes, contudo, é a coragem para assumir os erros do próprio time. “O chefe terceiriza a culpa, e nunca a assume para si. O líder fala ‘eu errei’, desculpa, a gente vai melhorar.”

Magic number

Nigro aproveitou a transmissão deste domingo para explicar seu conceito de magic number. Segundo o especialista em investimentos, esse é o ponto crítico em que as aplicações do investidor passam a ganhar tração de forma mais acelerada.

Isso porque, pela primeira vez, os rendimentos periódicos desses ativos passam a ser suficientes para a aquisição de novos papéis — de forma a aumentar o bolo de forma exponencial.

“O número mágico é a quantidade de cotas necessárias para que o rendimento [proveniente delas] permita que você aumente o número de ativos. Se você não aumentar o número de ativos, você não enriquece”, defende.

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