Trump tenta acelerar aprovação da vacina de Oxford para que medicamento saia antes das eleições
agosto 24, 2020SÃO PAULO – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está correndo contra o tempo para aprovar uma vacina contra a Covid-19 antes da eleição presidencial do país, marcada para outubro.
De acordo com três fontes ouvidas pelo jornal inglês “Financial Times” o governo de Trump considera contornar os padrões regulatórios normais das autoridades de saúde do país para acelerar a aprovação de uma vacina experimental do Reino Unido contra o novo coronavírus e disponibilizá-la aos americanos antes da eleição.
Segundo o jornal, o governo quer que a FDA, autoridade sanitária americana, conceda a “autorização de uso de emergência” em outubro para a vacina desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford.
Ao contornar as normas, aprovar a vacina mais rapidamente e oferecer o medicamento antes das eleições, Donald Trump pode alegar que fez de tudo para ajudar os EUA a atravessar a crise causada pela pandemia, ainda que críticos digam que a resposta do presidente foi insuficiente e levou o país ao caos.
No entanto, como explicaram as fontes ao Financial Times, se o governo Trump pressionar para obter a autorização emergencial antes da eleição, contornando as diretrizes normais do governo, ele poderá abalar a confiança do público na segurança das doses antes do lançamento do maior programa de imunização da história dos EUA.
Segundo dados da Universidade John Hopkins, os EUA possuem mais de 5,7 milhões de casos de Covid-19 e cerca de 177 mil mortes. A nação é a mais atingida pela pandemia de coronavírus no mundo.
Liberar uma vacina antes das eleições americanas pode ser um fato determinante para a tentativa de reeleição de Trump. O presidente sobe hoje no palco na primeira das quatro noites da convenção republicana que irá oficializar sua candidatura à reeleição e possui um grande desafio pela frente.
Segundo as pesquisas americanas, Trump está cerca de 10 pontos percentuais atrás do republicano Joe Biden, que tem usado os números terríveis da pandemia no país para apontar uma falta de liderança do presidente.